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“O homem é um projeto falido?” Não creio

Gustavo Plech: alertando

Por Joedson Telles

Vejam só o que encontro no Ne Noticias. O juízo é atribuído ao juiz de direito Gustavo Plech. Depois entro em campo.

“Talvez houvesse a equivocada impressão de que o Estado era infalível e que haveria suporte para tocar os serviços públicos sem abrir mão dos apadrinhamentos e das colocações políticas, a exemplo da Casa Civil que, quase sempre, Governo pós Governo, sempre esteve lotada por cabos eleitorais as expensas do Erário. Outro exemplo perfeito do mau uso do Estado são as famigeradas incorporações, que por longo tempo foram admitidas pela própria Legislação Estadual, enquanto na esfera federal tal prática já havia sido abolida há mais de 20 anos. Mesmo extintas, seus efeitos ainda serão suportados pela Administração Pública nos próximos 50 anos, a exemplo de alguém que com 30 anos já tenha incorporado um cargo e que tenha entre atividade e inatividade uma expectativa de viver ate os 80 anos. Essa conta caberá a sociedade pagar…”

O juiz continua: “O mais drástico, porém, é que após um determinado lapso temporal – a partir do quinto ano – o servidor, incorporava a metade da gratificação e a cada ano seguinte o restante dela, chegando a sua totalidade. E para completar o efeito devastador nas contas públicas, uma vez incorporado o cargo aos vencimentos o servidor era exonerado do cargo para que fosse dada a vez para que outro o incorporasse, fazendo com que o mesmo cargo fosse incorporado “N” vezes. Além de tudo isso, a forma de provimento desses cargos, principalmente os de maior monta, quase sempre não se baseava nos critérios mais republicanos e justos de observância de mérito”, observa Plech.

No gramado. Sabe o que é pior nisso tudo? É que o juiz não trouxe novidade em sua indignação. A não ser, exceto, pelo peso que tem um juiz em nossa sociedade, evidente. Mas todos neste pequeno estado têm consciência da força com que se sangram os cofres públicos amparados em leis estrábicas e sem cor partidária. E tudo continuará do mesmo jeito.

É curioso também atestar que, em muitos casos, são justamente pessoas que se beneficiaram do legal, mas imoral que se arvoram a dar lição de moral. Criticar Lula, Dilma, FHC, Aécio, João, Jackson… Qualquer político. Parece o passatempo predileto. Sejam nas redes sociais ou nos bares da vida, há sempre um ícone deste a ajuizar sobre variados temas.

O jornalista Carlos Heitor Cony disse certa vez que “o homem é um projeto falido”. A incoerência e a falta de empatia com o próximo ajudam a justificar o raciocínio, evidente. E aqui, lógico, entram também pessoas que não conseguiram se beneficiar do sistema, mas que pensam da mesma forma. Só não têm a mesma chance.

Ainda assim, não seria tão radical quanto o Cony. Até por ser cristão, creio que há muita gente que pode, sim, mudar a visão de mundo, adquirir valores diferentes e aumentar a exceção da regra do meu primeiro quando a farinha está perto de escapar 100% do vaso. Pessoas que podem ajudar a construir um mundo melhor, pensando mais no coletivo.

Admito, contudo, que a distância é tão gigantesca que respeitar as regras de trânsito e responder a um simples “bom dia” de uma pessoa estranha, mas educada já seriam evoluções significativas para o tipo.

Modificado em 22/12/2015 15:01

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