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O governo Jackson não constrói o Hospital do Câncer por maldade? O MPE tem que intervir

Acusação de Eduardo Amorim é grave. Câncer já matou e mata muita gente

Eduardo: grave denúncia

Por Joedson Telles

Preocupante, de uma gravidade sem tamanho e, sobretudo, revoltante para quem já perdeu um parente, um amigo vítima de câncer ou vive o drama neste momento é o juízo externado pelo senador Eduardo Amorim: o Governo de Sergipe, leia-se, o governo Jackson Barreto, tem – ou pelo menos teve – o dinheiro em caixa, mas não construiu o Hospital do Câncer por maldade. Repita-se: maldade. Exagera o senador ou chama a atenção para algo impensável? Um governo eleito com o discurso de ajudar justamente os mais pobres estaria por maldade deixando as pessoas sem um hospital público para lutar pela vida?

Sugiro uma imediata intervenção do Ministério Público do Estado com o apoio do Poder Judiciário. Os promotores precisam entrar em cena e tirar a história a limpo. Dizer a Sergipe se, de fato, a banda toca por aí. Ou apurar desvio de finalidade de verba de subvenção social, por exemplo, é mais importante que as vidas das inúmeras pessoas com câncer e sem dinheiro para tratá-lo – e cuja esperança repousa exclusivamente no auxílio do governo Jackson Barreto? Pessoas que dependem da saúde pública, ironicamente, custeada por seus próprios impostos?

Segundo o senador, o governo Jackson Barreto já recebeu mais de R$ 180 milhões, mas não ergueu uma só parede da obra, mesmo diante da grande demanda de pacientes com câncer. “Este governo é fraco. Já perdeu mais de R$ 100 milhões e até agora não foi feita a obra. E ele já tem mais de R$ 30 milhões em conta e o povo continua sofrendo”, afirmou Eduardo Amorim.

O governo, evidentemente, tenta se defender. Jura na cruz que nunca esteve parado. Volta a prometer a obra pela milésima vez. Fala da burocracia. Mistura as coisas ao politizar, lembrando que o senador que cobra o Hospital do Câncer já foi secretário de Saúde. Todavia, fraco, o governo Jackson Barreto, como sempre, tropeça nos fatos: o câncer já matou inúmeras pessoas pobres que se tivessem estrutura financeira poderiam lutar pela vida no Sírio Libanês, em São Paulo. Igualzinho aos políticos e seus parentes.

Imagino quem perdeu um filho, uma mãe, um pai ou mesmo um amigo para o câncer escutando o Governo de Sergipe tentando argumentar. Imagino quem vive o drama da doença recebendo a notícia do senador Eduardo Amorim que o dinheiro para a construção do Hospital do Câncer chegou, mas a obra não tem sequer uma parede. Pessoas que não têm nada a ver com Jackson ou Eduardo Amorim. Que sequer entendem o jogo político. Gente que é mestre e doutor, mas em sofrimento. Revolta. Desilusão.

As denúncias, os discursos demagógicos e até a cobertura jornalística da parte da imprensa que não se ajoelha à incompetência passam. Assim como passa qualquer governo por pior que ele seja. 2018 é logo ali. O que não passa é a dor de perder alguém que se ama para uma doença tão terrível sem ter sequer o direito de lutar.

Modificado em 03/05/2016 07:56

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