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Mais uma greve e o carnaval do governador

Trabalhadores aprovam greve

Por Joedson Telles  

O Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Sintrase) realizou, na última quinta-feira 28, uma assembleia geral na qual trabalhadores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 4 de fevereiro. O protesto está programado até que o governo Jackson Barreto cumpra o que o Sintrasa assegura ter sido acordado entre governo e servidores: o pagamento do PCCV e a progressão por titulação.

O Sintrase explica que, na prática, a greve significa que estarão comprometidos serviços como o atendimento nos Ceac’s, o fim do ano letivo de 2015 e o início do ano letivo de 2016 em quase 400 escolas públicas do estado.

Recorro aos botões e indago: e adiantará? Alguém minimamente informado consegue nutrir a ilusão que o governador Jackson Barreto perderá o carnaval por conta do Sintrasa? Ficará em casa sem ânimo para nada porque os servidores públicos cobram o PCCV e a progressão de titulação? Não pisará os pés no Rasgadinho, por exemplo, usando da empatia com a angústia dos servidores?

Honestamente, não creio. Penso que, se a mágoa de César Viana, irmão do deputado aliado Robson Viana, não afastar o governador do Rasgadinho, ele estará, sim, na festa. Curtindo e fazendo política. Exceto se optar por curtir outro carnaval, Olinda, Salvador, Rio de Janeiro ou um local prazeroso pela tranquilidade – onde não existe, por exemplo, servidor público pegando no pé, sergipanos apelando por segurança ou jornalista que não deve a cabeça cobrando o mínimo de preparo para governar.

Bola de cristal? Nada. Basta um olhar atento para o governo Jackson Barreto – demandas da sociedade e ações e falta de ações – para se obter um diagnóstico impecável: sem desmerecer o pleito exposto pelo Sintrase, há outras questões bem mais urgentes as quais o governo Jackson Barreto não deu respostas satisfatórias.

Pegue-se, por exemplo, o número de mortes por assassinatos em Sergipe, desde que Jackson Barreto é governador, e tem-se facilmente o discernimento de enxergar que não é um pleito do Sintrase que vai deixar o governador fora do carnaval. Aí é avocar Papai Noel, Saci, Cuca… Se o fizesse, creio, que teria bem mais motivação na solidariedade à memória das vítimas dos homicídios que o seu governo não teve competência de evitar. Pelo menos é o mais lógico. Ou não? O PCCV vale mais que uma vida?

P.S. Não surpreenderá se o governador curtir o carnaval e depois for à Justiça tentar derrubar a greve. Seria, evidente, uma incoerência com o Jackson do passado. Mas estaria longe de ser a primeira contradição.

Modificado em 29/01/2016 08:14

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