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Machado: “A decisão de João ficar na PMA é foro íntimo. Mas alianças terão que ser discutidas com todos”

Por Joedson Telles

O vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), ainda não decidiu se será candidato a deputado estadual ou a estadual. Entretanto, pode surpreender sendo o nome do prefeito João Alves Filho (DEM) na chapa majoritária que já tem como pré-candidato ao Governo do Estado o senador Eduardo Amorim (PSC). Para isso, contudo, duas coisas têm que acontecer: primeiro João Alves optar por fazer aliança com o senador Eduardo Amorim. O prefeito, contudo, não descarta estar ao lado do governador e também pré-candidato Jackson Barreto (PMDB). Além disso, mesmo que João Alves acerte os pontos com Eduardo Amorim, para Machado passar a condição de pré-candidato ao Senado Federal, a senadora Maria do Carmo tem obrigatoriamente que optar pela decisão de não disputar a reeleição. “Antes de pensar em meu nome, temos que pensar no nome da senadora Maria do Carmo, que é uma aliada nossa e está no exercício do mandato. Ela tem todo direito de pleitear uma reeleição. O nome de Machado está aí à disposição para ser candidato a deputado estadual, federal. O que está certo é o que nada está certo”, diz Machado.  A entrevista:

 

Como o senhor avalia está decisão do prefeito João Alves e qual a expectativa para a definição de apoio a um dos candidatos?

Essa decisão de João não me tirou um minuto de sono. Pelo que ele representa para Sergipe se cria a expectativa. Se fosse outro qualquer essa a nem estaria sendo criada, mas ele é aquele que fez muito. Eu participava em Brasília ao lado dele do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça. Era um juiz que já tinha passado por Sergipe. O juiz se referiu a ele como o homem que construiu Sergipe. Não é isso, mas ele ajudou muito na construção de Sergipe. Você não consegue andar em Aracaju mais de 10 minutos sem ver uma obra de João. Foi criada a expectativa, e ele, depois de muito pensar, ele ficou balançado com a possibilidade de ser candidato ao governo, mas teve suas razões e decidiu ficar. Isso eu encaro com absoluta tranquilidade, naturalidade. Disse a ele que não gastasse verbo tentando explicar as razões que eu já entendi.  Da minha parte, ele não vai ter problema nenhum. Quem disse que ele ia ficar acertou, quem disse que ele ia sair errou. Fica para vencer desafios, para resgatar os compromissos que ele assumiu em campanha e não foram poucos. Governar Aracaju é mais difícil do que governar o estado de Sergipe.

Como assim?

Aracaju é um problema diário. O dia-a-dia de uma administração municipal de um município como Aracaju é complexo. Ele se elege, cria aquela expectativa enorme, porque ele é bom de desafio. Não sei se você estava presente na entrevista que Jaime Lerner concedeu de projetos revolucionários. Ele é capaz de dizer que não pode governar Aracaju só pensando nos próximos três anos, tem que governar e realizar para os próximos 40 anos se não a coisa não funciona. Qual é a realidade desse momento? O pobre de Aracaju não pode morar mais em Aracaju porque o preço do terreno inviabiliza qualquer empreendimento para população de baixa renda. Isso aconteceu por omissão da prefeitura. Se a prefeitura tivesse normas capazes de conter a especulação. Contém a especulação dizendo que uma parte está destinada a construção de casas para pobres. Aí ele lança um bairro, que é um bairro para todo o aracajuano, não é um bairro destinado só a elite. Isso é que é pensar no futuro. A falta de planejamento provoca a mobilidade urbana no município. Não adianta administrar o município pensando só em sua administração. Tem que pensar 30, 40 anos na frente, se não a coisa não funciona. O povo de Aracaju, de Sergipe, vê João com essa capacidade. Ele tem essa capacidade de sonhar, pensar na frente. Ele resolveu ficar, foi bom para Aracaju. Eu não tenho dúvida nenhuma.

O senhor será mesmo candidato?

A decisão que eu vou tomar? Não sei. Eu posso resolver que sou candidato a deputado estadual ou federal. Isso é uma decisão minha. A participação do PSDB numa chapa majoritária não depende de mim. Vai depender de aliança, de partidos que vamos nos coligar. O partido tem me cobrado diariamente que quer uma eleição de deputado federal, e que nós criemos condições para eleger pelo menos dois deputados estaduais. Então, eu tenho que responder ao partido de alguma forma. O federal, o nosso nome é Albano Franco, e ele diz que não quer ser. Temos a necessidade da eleição de um deputado federal. Eu vou garantir minha elegibilidade e começar a conversar com os prováveis candidatos, vereadores dos partidos, vice-prefeitos dos partidos, os prefeitos do partido, para saber o que cada um pensa e abraçar o pensamento da maioria para começar a conversar. Eu posso disputar as eleições no exercício de mandato de vice-prefeito, mas estou impedido de assumir as funções de prefeito no caso de impedimento do prefeito.

O senhor tem preferência? Jackson Barreto ou de Eduardo Amorim?

Preferência não. Nós estamos dispostos, e a Executiva Nacional do PSDB já liberou para conversar com tudo e com todos. Eu disse há uns quatro ou cinco meses atrás que temos uma aliança com o agrupamento do senador Eduardo Amorim. Essa aliança foi feita em 2012 e elegeu João prefeito da capital. Eu acho que é mais fácil manter uma aliança do que desfazer uma aliança e construir outra. Não estou dizendo que necessariamente o PSDB vai por esse caminho não. Estou dizendo que é mais fácil. Às vezes, o ser humano está diante de um dilema, de um caminho mais fácil e menos fácil, e às vezes você toma o menos fácil. Eu disse a João que a decisão dele de ficar na Prefeitura é de foro íntimo, mas as alianças terão que ser discutidas com a participação de todos. João tem que conversar com os vereadores, deputados federais, ouvir a senadora Maria do Carmo, para ver qual o melhor caminho a tomar. É mais fácil pra mim tomar uma decisão do que ele, porque ele é chefe do Executivo. Aracaju tem uma demanda por serviços públicos deficientes enorme. A consciência que eu e ele temos é que o município sozinho não resolve. Tem que contar com o estado, com o Governo Federal. É uma equação de difícil solução.

No grupo do senador Eduardo Amorim há quem defenda seu nome para o Senado. Isso pode pesar na hora da aliança ser feita?

Eu vejo isso com alegria, mas essas decisões terão que ser tomadas depois de muita discussão. Pela amizade e pela convivência de quase 40 anos eu gostaria de estar ao lado do Democratas. Eu fui três vezes deputado estadual em aliança com João. Fui duas vezes deputado federal em aliança com João. Fui vice-governador em aliança com João. Sou hoje vice-prefeito de João. Minha história está muito ligada a história política de João. Se o agrupamento do PSC me vê com bons olhos como um nome para candidato ao Senado, eu vejo isso com muita alegria, mas penso que, antes de pensar em meu nome, temos que pensar no nome da senadora Maria do Carmo, que é uma aliada nossa e está no exercício do mandato. Ela tem todo direito de pleitear uma reeleição. O nome de Machado está aí à disposição para ser candidato a deputado estadual, federal. O que está certo é o que nada está certo. Não é que a legislação exija o desligamento dos conselhos. Mas, como gato escaldado tem medo de água fria, eu vou me desligar até tomar a decisão de qual candidatura vou enfrentar. Acho que a possibilidade de 1 a 10 de eu ser candidato é 9.

Modificado em 10/04/2014 11:12