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Luciano Pimentel sobre animosidade Jackson x Valadares/Eduardo: “Retarda as necessidades mais urgentes de Sergipe”

“Do ponto de vista do senador Valadares, não haverá prejuízos porque ele sabe das suas responsabilidades”, assegura o parlamentar

“Valadares é homem de vontades definidas”

Por Joedson Telles

Olhando à distância a animosidade Jackson Barreto x Antônio Carlos Valadares/Eduardo Amorim, o deputado estadual Luciano Pimentel (PSB) fala em decepção e apreensão, pra resumir o juízo de valor. Aliado dos senadores, Luciano observa que o ritual de respeito às autoridades legalmente constituídas, em determinadas instâncias da política, pode estar sendo arranhado nesse momento. Além disso, o parlamentar alerta para o prejuízo que isso representa para os sergipanos, já que compromete a gestão de Jackson Barreto. “Acho que, se não desvia totalmente o foco, pelo menos retarda as necessidades mais urgentes de Sergipe. O deputado também comenta, nesta entrevista que concedeu ao Universo, na última sexta-feira, dia 10, o processo eleitoral de 2018. Segundo ele, a eleição está distante, mas a oposição já tem bons quadros para entrar na disputa. “Os dois senadores do nosso bloco, Valadares e Amorim, são políticos de alta significação eleitoral e de boas visões de Estado. Um fato novo vem de Valadares Filho, que saiu da eleição de Aracaju com quase 135 mil votos”, observa Luciano Pimentel, que ainda externa se Valadares deve ou não arriscar disputar o Governo do Estado. “Só sei dizer que o senador Valadares é um homem de vontades políticas definidas, e a prova mais do que cabal está aí nos embates que ele trava neste momento.” A entrevista:

Como o senhor avalia esta animosidade acirrada entre o governador Jackson Barreto e os senadores Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim? 

Apesar de compreender a dinâmica e a tensão da política, avalio com uma certa decepção e apreensão. Isso porque o ritual de respeito às autoridades legalmente constituídas, em determinadas instâncias da política, pode estar sendo arranhado nesse momento. Desagrada-me, por exemplo, ver a marcação cerrada que o governador do Estado faz ao senador Antônio Carlos Valadares, atacando seu mandato, sua história e o seu legado de homem público altamente responsável e respeitado no Congresso Nacional. Não vejo como algo normal o esforço empreendido por Jackson Barreto para retirar de Valadares a Coordenação da Bancada Federal de Sergipe no Congresso, quando ele teria mandato naquela Coordenação até o mês de setembro deste ano, que é quando chega o Orçamento da União para 2018. Isso é um capricho? Tenho profundas reservas às críticas que o governador e políticos ligados a ele fazem ao nosso senador pela destinação dos R$ 100 milhões em emenda impositiva para a Codevasf num gesto nobre que termina por trazer excelentes benefícios ao nosso pobre Baixo São Francisco, que tem o menor IDH, o menor número de empregados formais e o menor crescimento do Estado. Ora, ser criticado por buscar resgatar a dignidade do sofrido povo do Baixo São Francisco é algo inadmissível.

Até que ponto essa animosidade prejudica a gestão do próprio Jackson Barreto?

Acho que, se não desvia totalmente o foco, pelo menos retarda as necessidades mais urgentes de Sergipe. Enquanto o governador faz essas e outras manobras políticas, nós estamos vendo a duplicação da BR-101 parada, só agora com promessa de retomada ainda que parcialmente. A duplicação da BR-235 sem nenhuma perspectiva. O Canal de Xingó sem sequer começar e o Projeto Carnalita devidamente arquivado, voltado à estaca zero. Do ponto de vista do senador Valadares, não haverá prejuízos à gestão e aos pleitos de Sergipe, porque ele é republicano e sabe das suas responsabilidades. E até creio que seja essa a visão, também, do senador Amorim.

A oposição está no time certo, para a eleição 2018, ou deveria discutir mais o processo internamente? 

A política é muito dinâmica. Tivemos uma somação de lideranças importantes na eleição do ano passado, sobretudo na de Aracaju. Ainda hoje esse grupo está unido e não vejo problema em estender isso para 2018, acho que precisa abrir mais a discussão, envolvendo todas as lideranças. Mas ressalto aqui a velha frase do mineiro Magalhães Pinto de que política é como nuvem. Uma hora se arma de um modo. No instante seguinte se desfaz.

A oposição já tem um nome para disputar o governo?

Eu acho muito cedo para se empunhar um nome agora e apresentar à sociedade, ainda mais sendo esse um momento em que o Brasil e Sergipe exigem tantas reformas e tantas discussões sobre o futuro. Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de reconhecer que os dois senadores do nosso bloco, Valadares e Amorim, são políticos de alta significação eleitoral e de boas visões de Estado. Um fato novo vem de Valadares Filho, que saiu da eleição de Aracaju com quase 135 mil votos e que, pela natureza mesma da campanha na Capital ganhou muita visibilidade no Estado inteiro, e é um dos melhores quadros da política sergipana.

O senhor acha que Valadares deve arriscar?

Isso eu não posso precisar. Apesar de uma decisão dessa passar por instâncias políticas, por grupos, partidos, ela tem um quê de unilateralidade. Candidatar-se ou não é algo muito pessoal. É preciso que o titular queira. Só sei dizer que o senador Valadares é um homem de vontades políticas definidas, e a prova mais do que cabal está aí nos embates que ele trava neste momento.

Como foram os seus dias de recesso parlamentar? 

Foram dias muito bons. Aproveitei para remoçar contatos com as minhas bases, para repactuar novas realidades de alinhamento surgidas depois das eleições municipais do ano passado e para entabular novas ideias para os dois anos que nos restam desta legislatura.

Muita conversa por Sergipe? 

Sim, muita conversa. É da natureza da política. Há muitas demandas para nós parlamentares, sejamos da oposição ou da base governista. E nesse momento de crise, os líderes municipais, sejam prefeitos, vices, vereadores ou dos sindicatos, necessitam muito de parcerias. Eu tenho procurado estar presente.

O que espera da Assembleia Legislativa, neste ano de 2017? 

Espero que seja melhor do que nos dois primeiros anos dessa legislatura. Nosso mandato teve um crescimento substancioso em proposições de 2015 para 2016, e conto que 2017 supere esses dois anos. É um ano sem eleições de qualquer espécie, e isso nos fará mais plantados nos mandatos.

Modificado em 11/02/2017 08:51

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