Se é que conseguiu desligar a tomada, Sergipe volta a respirar, sobretudo nas redes sociais, reportagem do SBT sobre a corrupção na merenda escolar. Em meio ao louvor pela paciência de assistir ao SBT, sobretudo nas primeiras horas de uma segunda-feira, coisa de herói, os sergipanos torcem que culpados sejam punidos e, óbvio, que o cardápio dos alunos seja de qualidade. Aliás, só afins aos ladrões do dinheiro público poderiam pensar diferente. O curioso, todavia, continua sendo a febre provocada por um tema que, de longe, não soa novidade – nem em Sergipe e nem no Brasil. A propósito, uma simples busca na rede sepulta argumentos antagônicos.
Com o título ‘Metade do país apura fraude na merenda escolar’, o jornal o Globo, em 2013, também já focava o assunto, mostrando que o problema é nacional. “Irregularidades são apuradas em metade do país”, diz a matéria. Com mais tempo e resignação, creio, é possível encontrar registros bem mais antigos, expandir geograficamente confirmando a memória…
… Não trocaria meu sono por esperar uma reportagem sobre algo banal. Aliás, na TV aberta, exceto o Flamengo, não vejo nada. Mas espero que a reportagem não tenha sonegado este importante detalhe aos menos atentos. Que tenha ficado evidente que Sergipe não inventou a roda. E, lógico, não é o único estado brasileiro onde criança passa fome. Onde existe pobreza. Embrutecimento. Ladrão do dinheiro público. Até para excluir qualquer hipótese de sensacionalismo. Oportunismo. Para amenizar a tese que Sergipe só aparece em rede nacional de forma negativa. Que as coisas boas desta terra não valem pauta para todos os jornalistas.
Evidente que o fato de Sergipe não ser o único estado onde existe corrupção não pode ser argumento para o conformismo. Impunidade. Nada disso. Ladrão tem que estar preso. Já disse neste espaço e insisto: matéria sobre corrupção é produtiva. Importante, mesmo sendo banal. Mas a engenharia do SBT prestaria um excelente serviço, se voltada também para mostrar porque antigas ações do Ministério Público contra essa corja instalada em Sergipe, que enriquece à custa da fome, não deram em nada. Seria bem mais produtivo. O empresário Célio França poderia tentar se infiltrar entre as fontes e repassar o conteúdo.
Modificado em 08/06/2015 09:43