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João Alves peca pela aversão às entrevistas e debates

João: opção pelo silêncio

Por Joedson Telles

Causa estranheza a aversão que o candidato João Alves Filho demonstra ter às entrevistas e aos debates sobre a sucessão em Aracaju. Seria a indagação mais tola do mundo tentar saber se ele quer mesmo os votos dos aracajuanos para continuar à frente da Prefeitura de Aracaju. Mas o que, então, o impede de se comunicar mais com o eleitor, visando obter a sua confiança?

A indagação inquieta. Ninguém entende a lógica que move um político que disputa uma reeleição descartar veículos de comunicação nos quais teria a oportunidade de falar diretamente com o eleitor sobre suas propostas para o cumprimento do mandato que almeja – sobretudo quando não lidera o processo, segundo as pesquisas. No caso específico de João Alves, evidente, serviria ainda para explicar promessas de campanha não cumpridas e rechaçar críticas adversárias.

Em todo o Brasil, a regra é o político procurar ser simpático aos olhos dos jornalistas para ter espaço na mídia. É o gestor investir em publicidade para dialogar com a população. Tudo, evidente, pensando na próxima eleição. No voto que só o eleitor pode garantir, uma vez persuadido pelo discurso do candidato exposto na mídia.

Com João Alves, a lógica parece velar justamente o avesso: dialogar o mínimo possível com o eleitor. Entrevistas? João Alves concedeu uma ou outra. O critério para dar de ombros a maioria dos convites feitos pelos veículos são desconhecidos. Ninguém explica nada. Não tem entrevista e pronto.

Debates com os adversários? Zero. Mesmo estando em terceiro lugar na corrida eleitoral, de acordo com as últimas pesquisas, manda a oportunidade de debater com os concorrentes e tentar mudar o quadro às favas. Comunicação com o eleitor mesmo só o que os marqueteiros colocam na sua boca para ser gravado e exibido na TV ou veiculado no rádio.

Não há explicação para tal descaso, não com os veículos e muito menos com os jornalistas, mas com a população. Com pessoas que sempre votaram em João Alves, torcem por ele e querem vê-lo na mídia. Nos debates realizados pelas TVs. Ouvi-lo nas emissoras de rádio que estão promovendo entrevistas com todos os candidatos a prefeito de Aracaju. Ler na Internet e nas páginas dos jornais o que ele pensa.

Já li ou escutei em algum canto que João Alves age assim aconselhado por assessores, que entendem que, como ele não faz uma boa gestão, seria “apertado” por jornalistas nas entrevistas e por adversários nos debates. E, neste caso, só teria a perder. Se, de fato, a lógica for essa, discordo de pronto. Não se sustenta. Não é inteligente.

Começa pelo fato de João Alves ser um homem público e, sobretudo por estar no exercício do mandato, ter a obrigação de prestar contas dos seus atos enquanto gestor à sociedade. Imagina-se que por mais preparado que seja o comunicador ou o adversário, João Alves, do alto da sua experiência na vida pública, tem como assegurar que a verdade dos fatos seja estabelecida.

Compute-se também que se a lógica for fugir das entrevistas e debates pelo fato de não ter conseguido cumprir todas as promessas de campanha, aos olhos do eleitor, uma satisfação sincera, verdadeira vale mais que o silêncio diante da cobrança legítima, que faz parte do jogo. Ou João não faria o mesmo com adversários, se estivesse na oposição?

Além disso, se problemas na gestão justificassem o candidato evitar entrevistas e debates, o líder nas pesquisas, o ex-prefeito Edvaldo Nogueira, seria obrigado a adotar a mesma tática. Edvaldo, assim como todo gestor, teve também suas falhas. Além disso, é apoiado pelo governador Jackson Barreto que tem deixado muito a desejar. Entretanto, como também tem serviços prestados, Edvaldo conversa com a população através da imprensa e as pesquisas mostram que age de forma acertada. O eleitor gosta de transparência.

Quem aconselha o candidato João Alves Filho a adotar tal postura parece desconhecer sua história. João Alves é um dos políticos que mais edificou obras em Aracaju. Tem, portanto, uma história de trabalho e, por conta disso, crédito junto ao eleitor. Não precisa e nem deveria fugir da imprensa como se não tivesse o que dizer.

Até o próprio João Alves admite que a sua atual gestão à frente da Prefeitura de Aracaju fica distante de outros governos seus. É fato. Entretanto, é preciso confiar na inteligência do eleitor e abrir o jogo. Se há justificativa para não ter cumprido as promessas de campanha, aliás, como ele tenta passar no gravado programa eleitoral, o que o impede de fazer isso ao vivo nas entrevistas e debates?

A menos que exista uma explicação de ordem pessoal não alcançada por quem está fora do processo, por quem não respira a campanha do candidato João Alves Filho, nada justifica o seu silêncio, e o preço do equívoco pode ser alto.

Modificado em 20/09/2016 08:17

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