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João Alves e a necessidade de agir como líder

Por Joedson Telles

O prefeito João Alves Filho tem fama e histórico de somente dar cabo ao suspense nos últimos segundos do prazo dado pelo relógio. Parece adivinhar quando o árbitro apitará o final do jogo e age segundos antes. Desta vez, contudo, soa diferente. João, a julgar pelo que dizem aliados, não cancelou a entrevista coletiva, marcada para esta segunda-feira, por vontade própria, mas por força das circunstâncias.

Por questão de saúde, temor da derrota ou qualquer outro motivo, João Alves já jogou a tolha. Não quer disputar a eleição. Se o fizer é forçado. Mas não pode – ou pelo menos não deve – anunciar sentimentos sem arrumar a vida dos vereadores que optaram por permanecer ao seu lado. Como político, evidente também não quer deixar de participar do pleito ainda que de forma indireta. Política ainda está no seu DNA.

O prefeito tenta, então, encontrar soluções. Uma delas, ventilada nas redes sociais, é emplacar o deputado estadual Robson Viana, tendo o ex-vereador Juvêncio Oliveira como vice. Dois nomes excelentes. Jovens e leves. Sem mácula alguma. O problema é que Robson não topa. Ao menos não topou até o momento. Preparou-se para ser vice do próprio João Alves e, esperto, não vê vantagem em entrar, só agora, numa disputa que já tem duas pré-candidaturas consolidadas e com força.

Mesmo Robson tendo o apoio de João Alves, os pré-candidatos Valadares Filho e Edvaldo Nogueira estariam em larga vantagem – sobretudo pelas alianças já construídas. Sem falar que no caso de Valadares Filho ainda poderia receber apoio não apenas do PSDB, que a esta altura estaria nas mãos do senador Eduardo Amorim, mas também do Solidariedade, do deputado federal Laércio Oliveira, que firmou acordo em apoiar João Alves, e não quem o prefeito indicar. Vai um oceano de distância.

Obviamente, em política o diálogo resolve tudo. Mas, a princípio, Laércio, assim como o próprio José Carlos Machado, não teria obrigação de seguir João Alves. Não se pode esquecer que Laércio é uma liderança do mesmo agrupamento ao qual pertence o senador Eduardo Amorim. Não teria, portanto, dificuldade alguma em acompanhar os demais partidos do bloco somando-se a Valadares Filho. Aliás, creio que o próprio Robson Viana também pensou no possível esvaziamento, quando não aceitou o desafio.

Com este desenho mais em mente do que no papel, João Alves queima pestanas neste momento. Precisa se reunir com os vereadores para encontrar o melhor caminho. Chamar Machado, Robson e Laércio para a reunião com sua base na Câmara de Aracaju e juntos decidirem o melhor acordo – ou pelo menos o menos traumático.

João Alves não pode continuar em silêncio. É um líder político. Não pode esquecer este detalhe. Deve colocar essa liderança em prática. Evidente que vacilou e perdeu inúmeros liderados nos últimos anos. Mas precisa dar uma resposta convincente aos que sobraram, a ele mesmo e, sobretudo, aos seus eleitores.

Modificado em 01/08/2016 09:04

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