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Indicação de Edvaldo levaria Mitidieri a se somar a Rogério

Paulo Márcio diz ainda: “se errar na indicação perde a disputa para o Governo do Estado”

Por Joedson Telles 

Nesta entrevista que concede ao Universo, neste domingo, dia 6, o delegado de Polícia Civil e analista político, Paulo Márcio, avalia que o bloco governista está atrasado na escolha do nome do pré-candidato ao Governo do Estado. “E, apesar de toda essa cautela, se errar na indicação perde a disputa para o Governo do Estado”, acredita. Segundo ele, o pré-candidato Edvaldo Nogueira (PDT) é mais competitivo, mas a sua indicação racharia o bloco, levando o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), por exemplo, a migrar para o projeto do petista Rogério Carvalho.

Como avalia o Movimento Polícia Unida?

Como um pleito não somente justo e legítimo, como estritamente necessário, uma vez que o Governo do Estado não havia dado qualquer sinal de que adotaria medidas para corrigir as perdas salariais que, até o momento, ultrapassam os sessenta por cento.

Há avanços ou o movimento já foi mais intenso?

Ainda que não haja, até o presente, uma contraproposta oficial do governo para cada proposta encaminhada pelas categorias que fazem parte do Movimento Polícia Unida, o só fato de o secretário de Segurança Pública abrir o diálogo na condição de interlocutor do governo representa, indiscutivelmente, um avanço no movimento. Mas a diminuição de intensidade é apenas aparente, porque os atos públicos, que deram lugar a assembleias ao longo da última semana, podem retornar a qualquer momento, com maior alcance e intensidade.

Há quem diga que não é o momento mais apropriado para onerar os cofres públicos, por conta dos efeitos da pandemia na economia. O que o senhor pensa a este respeito?

O governo sempre coloca obstáculos na hora de negociar com as categorias da Segurança Pública: lei de responsabilidade fiscal, diminuição de arrecadação, frustração de receita, restrições impostas pelo governo federal, etc. A pandemia é apenas mais um óbice, que sequer foi cogitado quando da criação da gratificação de acervo para juízes, promotores e membros do TCE, bem como dos auxílios para a Defensoria Pública.

Como avalia o cenário político de Sergipe?

Com um certo desânimo, que beira o pessimismo. A safra de homens públicos que tivemos nos últimos 50 anos de história saiu de cena definitivamente. Em seu lugar, ficaram políticos sem nenhuma expressão, carisma, liderança, sensibilidade e visão. Sem a chave do cofre e a caneta para distribuir benesses, ninguém é ouvido, seguido, respeitado. De um lado, somos órfãos; do outro, um bando de mercenários.

O bloco governista está atrasado na indicação dos nomes que disputarão as eleições para o Governo do Estado e para o Senado Federal?

Sem dúvida que está. E, apesar de toda essa cautela, se errar na indicação perde a disputa para o Governo do Estado, embora não haja um nome imbatível entre os governistas. Nós sabemos que, numa ordem de preferência, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) é hoje o mais cotado para ser o candidato do bloco. Por outro lado, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) mostra ser o mais competitivo, de acordo com as pesquisas de intenção de voto. Mas uma indicação de Edvaldo fatalmente racharia o bloco, levando os descontentes – entre eles o próprio Fábio -, a migrar para o projeto liderado pelo senador Rogério Carvalho (PT), que será o candidato de Lula ao Governo do Estado. Essa indefinição lembra a sucessão estadual de 2002, na qual Albano Franco vetou Benedito Figueiredo, fez ensaios com o nome de Bosco Costa e, por fim, lançou Francisco Rollemberg, que sequer foi para o segundo turno.

E a oposição? Está atrasada?

No caso da oposição, não é atraso, mas falta de nomes competitivos. Rogério Carvalho é um caso à parte, pois se trata de um dissidente do bloco situacionista, e não de um opositor nato.

A oposição tem chances reais de acabar com a hegemonia deste grupo que chegou ao poder com o saudoso Marcelo Déda, em 2006?

O único candidato fora do bloco governista com chances reais de vitória é o senador Rogério Carvalho (PT). Sua candidatura não só é favorecida pelo cenário nacional como pelas inúmeras fissuras dentro do grupo liderado por Belivaldo Chagas, que tem como pretensos candidatos Fábio Mitidieri, Edvaldo Nogueira, Laércio Oliveira e Ulices Andrade. Como Rogério não é um opositor propriamente dito, mas um dissidente com apetite, estrutura e capilaridade em todos os municípios, não é difícil para ele atrair outras lideranças insatisfeitas ou que se sintam preteridas, seja Fábio Mitidieri, seja Edvaldo Nogueira, a depender do desfecho.

Acredita que a candidatura do PT em Sergipe será beneficiada pela candidatura do ex-presidente Lula? Ou haverá mais peso negativo, pelas críticas que o partido e o próprio Lula recebem nas redes sociais?

Tanto será beneficiada que levou o governador Belivaldo Chagas a solicitar uma audiência com Lula há poucos dias. Eu não tenho dúvida de que Belivaldo pediu a Lula apoio direto a seu candidato ou, o que é mais provável, um distanciamento de Sergipe para favorecer Rogério o menos possível. Algo que, na prática, Lula não fará, muito pelo contrário.

Na sua ótica, o presidente e pré-candidato Jair Bolsonaro terá candidato a governador de Sergipe?

Pelo que eu tenho acompanhado, Jair Bolsonaro deseja que o ex-prefeito de Itabaiana Valmir de Francisquinho seja seu candidato a governador. Valmir tem fama de bom administrador, mas seu nome não tem muita densidade além da região serrana. É mais provável que concorra a um cargo proporcional.

Como avalia a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira à Presidência da República?

Honestamente, não tenho acompanhado as movimentações do senador. Às vezes recebo uma ou outra pesquisa para presidente em que o nome dele é citado. Nada além disso.

O senhor participará do pleito de Sergipe, direta ou indiretamente?

Eu não participarei do pleito, exceto na condição de eleitor.

Modificado em 06/02/2022 10:00

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