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Impaciência, incerteza, decepção, frustração, angústia, apreensão, revolta…

Notícia que João Alves anunciará pré-candidatura não devolve a paz aos aliados

João Alves: tempo perdido

Por Joedson Telles

Impaciência, incerteza, decepção, frustração, angústia, apreensão, revolta… O dicionário parece não oferecer verbetes suficientes para explicar o que paira na Câmara Aracaju, nos últimos dias, e atinge impiedosamente vereadores que fazem parte da bancada que dá sustentação ao prefeito João Alves Filho (DEM). Ao menos a maioria deles.

A falta de comunicação com o líder, que não reuniu a bancada e oficializou que vai anunciar sua pré-candidatura, olho no olho como gostam os políticos, motivou ações dos vereadores pela sobrevivência política. Por conta disso, a notícia que João Alves anunciará, enfim, a pré-candidatura não devolveu a paz aos vereadores. Ao contrário, criou mais problemas para alguns. E, assim, seguem atônitos. A revolta, que era silenciosa, parece explodir aos poucos.

Alguns vereadores já se manifestaram na imprensa ou nas redes sociais e não esconderam sentimentos. Tampouco ofuscaram que não apenas conversaram com o pré-candidato Valadares Filho (PSB), mas também que gostaram do papo. Os três vereadores do PSDB, por exemplo, até arrumação de chapa já estavam fazendo quando o presidente da Câmara, Vinícius Porto, através do whatsapp, comunicou que João Alves anunciaria a pré-candidatura tão logo voltasse a pisar em solo sergipano. Está fora de Sergipe “arrumando as coisas…”

Em tese, a coisa voltaria ao normal com a notícia. O problema é que acordos já haviam sido feitos baseados na informação – não desmentida por João Alves de imediato – que o prefeito não disputaria a reeleição. E, assim, nem todos os vereadores podem se permitir ao luxo de recuar sem contabilizar prejuízos.

Nesta quarta-feira, dia 3, por exemplo, o vereador Valdir Santos, presidente do PT do B de Aracaju, que diante do silêncio de João Alves, abriu negociação com o pré-candidato Edvaldo Nogueira (PC do B), aliás, a quem deu sustentação na legislatura passada, quando o comunista era o prefeito de Aracaju, desabafou estar numa sinuca de bico.

“Estou chateado porque este retardamento da decisão do prefeito João Alves deixou os aliados perdidos. Agora, ele resolve ser candidato, mas eu já fiz uma convenção. Se tiver partido do lado de João para se coligar, eu estarei lá. Se não tiver? Não sei nem se serei candidato. Se terei que tomar outro rumo, para não prejudicar outros candidatos. Darei liberdade para irem para qualquer coligação e saio. O retorno de Dr João pode ser bom para alguns vereadores, mas mata outros”, disse Valdir Santos.

A qualquer momento, João Alves desembarca em Aracaju. Experiente, já que decidiu passar por cima do que o impedia disputar a reeleição, precisa, agora, ganhar tempo. Ser dinâmico. A reunião deve ser imediata e seca.

Numa corrida da Colina do Santo Antônio à Orla da Praia de Atalaia, assim que anunciar a pré-candidatura, João Alves começará a descer a ladeira. Mas os adversários, no mínimo, já estarão na Praia Formosa.

Acelerar os passos soa a única alternativa. Os vereadores sentem isso na pele – e até começarem a correr e ao menos enxergarem os adversários permanecem nutrindo um ou mais sentimentos cujas grafias são emprestadas para abrir e fechar este texto: impaciência, incerteza, decepção, frustração, angústia, apreensão, revolta…

 

Modificado em 03/08/2016 18:58

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