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Hoje, a oposição só tem Eduardo para uma pré-candidatura ao governo

Por Joedson Telles

Análises sobre fatos políticos – e, sobretudo, sobre o que sequer é um fato, mas um passeio no campo das conjecturas, com bases reais ou não – são como igrejas: existem várias, mas temos o direito de acreditar na que quisermos. Seja lá por quaisquer motivos, a escolha é sempre livre. E tome análises… Em ano pré-eleitoral, então, parece obrigação ter uma opinião sobre o jogo. É democrático. E, assim, é normal eleitores a tropeçar em juízos contraditórios de diversos pensadores. Os menos atentos até ficam atônitos, ao comparar análises.

Respeitando o direito à livre manifestação contrária, acho um desperdício de tempo conjecturar uma suposta pré-candidatura do senador Valadares ou do deputado federal André Moura ao Governo do Estado. Frustrando ou não, não vai rolar. Quem insistir no contrário ou faz a leitura equivocada ou, por motivos políticos, está a externar o que tem ciência de não ser real.

Evidente que este é o quadro de momento. Em se tratando de política, o impossível, vez por outra, se torna mais fácil que achar desocupado pendurado em rede social. Todavia, nem sempre se observa a ressalva na carona do juízo. Afirma-se de forma seca como se fosse a palavra final e pronto.

Para não cair no mesmo buraco, pondero que podemos ter mudanças lá na frente. Nada é impossível. Mas, hoje, o senador Valadares pensa em permanecer no Senado e André Moura na Câmara Federal. Permutam sonhos pelos pezinhos no chão. E, assim, dentro do grupo da oposição, o desafio de encarar uma pré-candidatura, e por tabela outros pré-candidatos ao Governo do Estado, é íntimo ao senador Eduardo Amorim. E obviedade é o vocábulo a resumir a novela.

Como já disse neste espaço, não interessa ao senador Valadares disputar o governo. Por questões óbvias. Veja (lembre) o que escrevi no dia 25 de setembro deste ano:

“O senador tem dito nos bastidores que seu projeto é mesmo a pré-candidatura ao Senado. Não anuncia o martelo batido por estratégia política. É esperto. Sabe que é bom aparecer bem nas pesquisas para governador. Mas disputar que é bom não está nos seus planos. Pesa o alto custo de uma campanha eleitoral. Valadares não teria como ou não queria custear a mega estrutura exigida, e, em época de Lava Jato, todo cuidado é pouco com ajuda externa, sobretudo em se tratando de um político sem manchas como ele”.

E argumentávamos mais: “Experiente, o senador e ex-governador também sabe que a situação de Sergipe, tão criticada por ele mesmo, exigirá muito do futuro chefe do Poder Executivo. Por mais disposição para o trabalho, competência e verbas que o próximo governador consiga reunir em torno da sua gestão, os problemas assustam – sobretudo questões ligadas à Segurança Pública e à Previdência. Não pode descartar também a preocupação com o desemprego, a folha do servidor, a saúde…”

E fechávamos o juízo sobre a sua preferência pelo Senado: “… Sem falar que, caso seja reeleito, serão mais oito anos sem o desgaste e os custos de uma eleição majoritária, e não apenas quatro, no caso de desembarcar no governo, em janeiro de 2019. Valadares também não tem mais a idade de Valadares Filho, por exemplo. E se isso não passa pela sua cabeça precisa passar. Ou seja, por questões óbvias, não interessa a Valadares disputar o governo do Estado como reza a especulação alimentada.”

No caso de André Moura, como também já pontuado neste espaço, vive o paradoxo de ajudar Sergipe, desde que Temer, como diz o PT, golpeou para assumir a Presidência mais que qualquer um, mas ser um dos políticos mais rejeitados do estado e apoiar um governo idem. E ir para uma disputa em meio a este drama seria arriscar tudo ou nada. Ou governador ou sem mandato.

Para disputar uma eleição majoritária com chances reais de vitória, como já dito aqui também, André precisaria, pra ontem, de um marketing profissional capaz de persuadir o eleitor que ele não é o político “ficha suja” que diz o juiz Rinaldo Salvino do Nascimento e que o tal Funaro é um mentiroso descarado, entre outras coisas, saca?

Já disse inúmeras vezes que todos são inocentes até que se prove o contrário. André está se defendendo. Tem bons advogados e pode – e Deus queira sim – ser inocentado. Mas quando? A eleição é já já. André precisa cuidar da sua imagem perante o eleitor pra ontem, e só um marketing bem feito pode fazer isso por ele. Pensar diferente é desconhecer o poder do marketing ou admitir que o problema é o produto. Se o Maluf sobreviveu à custa do “rouba, mas faz”, o que dizer de quem jura na cruz ser honesto?

Diante do exposto, o senador Eduardo Amorim, mesmo bem nas pesquisas para disputar a reeleição, emerge como o nome da oposição para ser pré-candidato ao Governo do Estado. Não gratuito, foi o único que não apenas se colocou à disposição para encabeçar o projeto, mas também que até já sugeriu a chapa pronta. Aliás, miseravelmente descartada pelos aliados.

Claro e não canso de lembrar: este é o quadro de momento. Aquela história da nuvem que se move a cada olhada jamais pode ser descartada. Até a homologação das chapas, muita coisa pode acontecer. Entre elas, a maior seria Valadares deixando o grupo em busca da sonhada terceira via. Mas nada que desmoralize juízos lúcidos externados neste momento: em havendo mudanças no tabuleiro, pode ter certeza, haverá também novos fatos a justificá-las de pronto.

Modificado em 03/11/2017 11:57

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