body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Grupo Amorim condiciona apoio a João Alves à indicação do vice

“Se permanecer a aliança, que se indique nome para participar diretamente”, diz Eduardo Amorim

João e Eduardo: rompimento? 

Por Joedson Telles

O senador Eduardo Amorim, que pode trocar o PSC pelo PSDB a qualquer momento, aguarda o desfecho da reforma política – ou de parte dela – para reunir o seu agrupamento e decidir como serão dados os passos no tocante às eleições municipais de 2016 – sobretudo em Aracaju. O grupo continua aliado do prefeito João Alves (DEM), que não revelou se vai à reeleição, mas dá indícios de não apenas ser este o seu plano como também não abrir mão da permanência do vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) na chapa. Eduardo, porém, deixa evidente, nesta entrevista, que o sentimento do grupo repousa em apontar o vice de uma suposta chapa encabeçada por João Alves ou até mesmo ter um candidato próprio a prefeito de Aracaju. Do agrupamento, até o momento, apenas o deputado federal Laércio Oliveira (SD) garantiu permanência no suposto palanque de João Alves. “Se permanecer a aliança, que se indique nome para participar diretamente”, diz Eduardo, apostando na vice nas entrelinhas, já que a vaga de candidato a prefeito seria do próprio João Alves. Eduardo Amorim comenta ainda a possibilidade de trocar de legenda, revela convide do PSD, partido aliado ao governador Jackson Barreto, critica a atual gestão do Governo do Estado e admite que a oposição anda meio apática. “A Assembleia Legislativa está passando por um momento difícil, mas devemos manter a cabeça erguida e não perder a esperança”, afirma. A entrevista:

O senhor defende que mais bicicletas nas ruas é uma forma de ajudar a encontrar saída para o problema da mobilidade urbana?

Com certeza. Além de ser bom para a vida de cada um de nós, países como a Holanda utiliza demais este instrumento, estimular a mobilidade urbana através de bicicleta, além de permitir o deslocamento, a pessoa faz uma atividade física. Precisamos, porém, de mais ciclovias e respeito ao pedestre, ciclista. Temos em Aracaju uma cidade com geografia favorável.

Qual o balanço deste semestre em Brasília? Há muita polêmica envolvendo o governo da presidente Dilma?

Um governo que não tem planejamento favorável.  Gastaram, gastaram e gastaram, mas sem planejamento. Sem o zelo e o cuidado com o erário. Lamentavelmente. E chama o trabalhador, o pobre para pagar a conta – seja com os aumentos de energia e combustível ou com o desemprego, especialmente no Nordeste, onde ela tanto prometeu e o nordestino confiou. Mas eu já imaginava, pois a eleição passada trouxe uma nova figura que é o estelionato eleitoral. Não importa como se ganhe: o importante é ganhar. O princípio maquiavélico. E Sergipe não é diferente. O Brasil inteiro vive uma crise ética, moral com a coisa pública. Em Sergipe, está-se brincando de administrar. São greves em todos os cantos, e o governo não está nem preocupado. Dificuldade para pagar a folha. Reajuste? O próprio governo disse: “nem peçam que não vai ter”. Sergipe está extremamente endividando. Eu dizia isso o tempo todo durante a campanha. O governo tomou muito dinheiro emprestado e vai tentar tomar mais. Vai ter que começar a pagar agora e o caixa como está? A economia? Só quem não pode pagar a conta mais uma vez é o servidor. Fizeram planos de cargos e salários de mentirinha. E é só olhar o Diário Oficial todos os dias e ver as nomeações. Estamos vivendo um momento de desesperança. Mas não podemos desistir.

A deputada estadual Ana Lúcia fala que o governador está numa disputa política com o Sintese. O senhor pensa assim também?

Para mim não há nenhuma novidade – e nem acho que a deputada Ana Lúcia veja novidade nas atitudes do governador. Ele é quem sempre foi. Aquele administrador do passado. Não adianta querer negar. A mesma forma coronelista do passado. Sem o cuidado e o zelo que a coisa publica merece. Como ele mesmo disse, está brincando de administrar, mas pagamos isso. E muitas vezes com vidas. Sofrimento. Seja por falta de saúde ou pela violência. Não vemos planos para saúde ou segurança. Horizonte para a educação.

A oposição está fragilizada ou é impressão?

É porque o momento é difícil. A Assembleia Legislativa está passando por um momento difícil, mas devemos manter a cabeça erguida e não perder a esperança. Porque mais do que nunca devemos lutar por dias melhores. Pelo que estudei, pelo que está se concretizando, não chegamos ao fundo do poço. Ainda não tocamos o fundo do poço. Poderemos ter um momento muito mais difícil do que este que vivemos. O desemprego está batendo à porta. O comércio, praticamente, inativo, a economia desacelerando… A tendência é piorar – e piora também a criminalidade. E não vemos planejamento para evitar isso. Um governo que vive de inaugurar uma obra aqui e outra ali ainda com dinheiro de empréstimos. Não busca fundo perdido em Brasília. Quer viver de empréstimo.

O senhor acha que o Estado está quebrado, como algumas pessoas colocam?

O Estado passa por uma situação muito difícil e não faz economia. Não busca a motivação do sergipano para sair da crise. O quadro é grave: é má administração com crise. E não só a crise econômica. Quero enfatizar a crise ética e moral que o país está vivendo.

O senhor cobrou exoneração de cargos comissionados no Governo do Estado. O governo fez isso. Houve a economia ou novas nomeações?

Continua nomeando. A gente tem que ter o respeito por aquele que fez concurso. Este deve ser prioridade, e não apadrinhados. Isso a gente defendeu o tempo todo e vamos continuar defendendo a coisa certa. Um Sergipe melhor. Jeito tem, mas passa por uma gestão melhor. A gente falava isso o tempo todo e se concretiza mais cedo do que a gente imaginava em todas as áreas. Sergipe pode ser um exemplo nacional. Mas tem que melhorar muito, principalmente em áreas como educação, saúde e segurança. Não sei como cabem tantos corpos no IML.

O seu agrupamento já decidiu se continua aliado do prefeito João Alves ou se terá uma candidatura própria a prefeito de Aracaju, em 2016 – como alguns defendem, como, por exemplo, o deputado Capitão Samuel?

Vamos continuar dialogando. Ver o que vai sobrar da reforma política. Vamos buscar novos nomes. Pessoas que nunca foram políticos para entrarem na vida pública, para ser o um soldado de um Brasil melhor. De um Sergipe melhor. Vamos manter o diálogo, e, na hora correta, vamos decidir. Em relação a doutor João, isso é uma decisão que passa pelo grupo inteiro. Vamos ver o que é melhor, se manter a aliança ou se vamos escolher outro caminho. Isso é legitimo. Natural. É preciso construir. A administração de doutor João passa por um momento muito difícil. Os municípios brasileiros enfrentam dificuldades. Têm coisas que melhoraram, como, por exemplo, a Guarda Municipal. Mas tem coisas que poderíamos estar muito melhor, é o caso da saúde e da mobilidade urbana, por exemplo. Mas se não houver a participação do Estado fica difícil resolver os problemas do trânsito de Aracaju.

Em termos políticos, o grupo já decidiu os pré-requisitos para uma suposta manutenção da aliança com o prefeito João Alves?

Vamos buscar o espaço. Não participamos de nada da administração atual. Deixamos livre. Não indicamos vice-prefeito. Mas é normal o grupo exigir uma participação. O grupo poderá ter um nome próprio. Se permanecer a aliança que se indique nome para participar diretamente, para ajudar ainda mais. Tenho me prontificado a ajudar qualquer secretário de doutor João e de qualquer prefeito. O que eu puder fazer em Brasília, eu faço. Não é novidade.

E em Nossa Senhora do Socorro?

Em Socorro, vamos ouvir os três líderes: Zé Franco, Maria da Taiçoca e o padre. Vamos ouvir os três e buscar o melhor caminho. Tenha certeza; teremos candidato em todas as cidades. Estamos esperando a Câmara terminar com os trabalhos da reforma política para nos reunirmos e encontrarmos um rumo e um norte.

O que falta para o senador Eduardo Amorim se filiar ao PSDB?

Tudo na vida tem o momento certo. Se isso acontecer, existe a possibilidade de acontecer, na hora certa, no momento certo vai acontecer. Tenho conversado muito com a direção do PSDB, mas também recebi convite de outros partidos. Recebi convites do PR, PRB, PSD, mas no momento certo decidiremos. Se tiver que acontecer será na hora certa.

E essa informação que o prefeito João Alves e o seu vice, José Carlos Machado, estão em Brasília, tentando manter o comando do PSDB em Sergipe?

Não tenho nenhum receio. Se tiver de ir para o PSDB, já conversei com a direção nacional e as portas estão abertas. De forma honesta, e mantendo a humildade: não tenho receio. Se isso acontecer, se formos para o PSDB é para motivar, redesenhar, reconstruir o PSDB em nosso estado.

joedson: