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Governador será eleito no primeiro turno, acredita aliada de Rogério

Por Joedson Telles

Presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe e militante histórica do PCdoB, Ivânia Pereira explica, nesta entrevista que concede ao Universo, nesta quinta-feira, dia 11, a motivação de aceitar disputar a eleição para deputada estadual. “Minha militância no PCdoB e essa luta feminista por igualdade de gênero e raça se entrelaçam com a luta de classe, por mais emprego, condições de trabalho, combate a carestia, defesa da democracia e direitos humanos, entre outras. Por isso, a convocação do Partido tornou-se necessária e aceitei esse desafio”, diz. Aliada do candidato ao Governo do Estado, Rogério Carvalho (PT), Ivânia analisa ainda o cenário político de Sergipe e aponta que o próximo governador será eleito já no primeiro turno.

Como tem sido a recepção à sua candidatura a deputada estadual?

Estou muito feliz e otimista, considerando que, nas últimas eleições, eu não fui candidata. Mas onde chegamos as pessoas nos reconhecem e nos acolhem. Recepcionada de tal forma, que agradeço a Deus a empatia que tenho junto aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, como também da juventude através da UJS ( União da Juventude Socialista) e com os seguimentos sociais interessados no desenvolvimento econômico e social no Estado de Sergipe. O que tem contribuído muito com o nosso projeto.

O projeto de ter uma cadeira na Assembleia Legislativa é fruto de uma necessidade de representação – ou de uma maior representação – das bandeiras que a senhora vem defendendo, durante vários anos de militância no PCdoB?

As duas coisas. Apesar das mulheres serem a maior parte do eleitorado, com uma presença significativa nos partidos políticos e já atuarem fortemente na produção econômica nacional, a média da presença feminina no parlamento coloca o Brasil numa situação mundial muito ruim. As mulheres representam menos de 10% de presença no parlamento. O mapa da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que, no continente americano, o Brasil só tem mais mulheres nos legislativos do que o Haiti, Belize e São Cristóvão (América Central). Como se isso não bastasse, estudos divulgados recentemente pelo TSE indicam que uma proporção significativa de mulheres que atuam na política é alvo de violência, inclusive no mundo digital. Então, minha militância no PCdoB e essa luta feminista por igualdade de gênero e raça se entrelaçam com a luta de classe, por mais emprego, condições de trabalho, combate a carestia, defesa da democracia e direitos humanos, entre outras. Por isso, a convocação do Partido tornou-se necessária e aceitei esse desafio.

O que especificamente o bancário pode esperar de um possível mandato exercido pela senhora?

A defesa dos bancos públicos nacionais e do Banese em um espaço privilegiado de debates e decisões. A tribuna pode ser uma caixa de ressonância para as denúncias das metas abusivas, adoecimento físico e mental por conta das atuais condições de trabalho nos bancos. Quero comunicar com protagonismo e visibilidade as conquistas da categoria e denunciar o sofrimento de ser empregado do setor da economia que mede seus rendimento em bilhões. Propor projetos de lei que garanta um atendimento decente a clientes e usuários indistintamente, independente da condição econômica desses, pelos agentes do sistema financeiro. Propor projetos que aumentem a fiscalização das agências bancárias quanto às questões de segurança e condições de trabalho, assim como estabelecer a quantidade de unidades de atendimento proporcionalmente à quantidade de clientes e usuários atendidos. Projetos como esses contribuirão para reduzir as quilométricas e permanentes filas, garantindo a cidadania das pessoas e melhorando o clima organizacional no ambiente de trabalho.

A eleição de uma mulher com o seu perfil seria uma forma de avivar a história do PCdoB em Sergipe, já que o partido teve uma perda significativa com a ida do prefeito Edvaldo Nogueira para o PDT? Sua candidatura também tem este intento de oxigenar politicamente o PCdoB?

Sim, oxigenar e avivar o PCdoB fazem parte da manutenção da história democrática do nosso estado. Um Partido presente em todas as lutas por direitos do nosso povo e pelos avanços da sociedade não pode ficar fora do debate e das decisões políticas. Considero que meu Partido que neste ano completou 100 anos de fundação retoma uma trajetória de crescimento e minha candidatura impulsiona este processo.

Como a senhora avalia o atual cenário político de Sergipe?

O Estado de Sergipe tem a quarta maior taxa de desemprego do país, segundo o IBGE. A taxa de informalidade no estado é de 53,6%, sexta maior do país e superior a média nacional que é de 40,1%. Ainda segundo o IBGE, a juventude e as mulheres são os segmentos que mais sofrem com este cenário. Perdemos em Sergipe várias empresas públicas, como a Petrobras, e pouco vimos a reação do atual governo. Em Sergipe também assistimos ao desinvestimento do governo estadual na agricultura familiar, agravando as condições do trabalho no campo.
Avalio ainda que a marca registrada do governo estadual para com os setores organizados da sociedade, em especial da classe trabalhadora, foi de uma certa arrogância. Podemos concluir, que o governo atual não foi eficaz no enfrentamento às principais demandas da sociedade sergipana, o que contribuiu com a escalada de desemprego e a ausência do investimento em políticas públicas.

No tocante à disputa majoritária, qual a sua expectativa?

A minha expectativa é que precisamos dar continuidade aos projetos de Lula e Déda em nosso estado. O povo de Sergipe que já experimentou os sonhos de um estado para todos, tem feito comparações com os retrocessos, por isso, tenho esperança que vamos avançar e colocar o povo como prioridade nº1 novamente.

Será uma eleição de um turno só?

Considerando as pesquisas e o sentimento popular, acredito que sim.

Espera uma eleição limpa ou as redes sociais indicam o contrário?

As redes sociais continuam instigando as notícias mentirosas. Mas acredito na força do TSE e das instituições para coibir as fake news. Espero a presença criativa, amorosa e solidária dos internautas que se identifiquem com um projeto de um país democrático, com distribuição de renda, antifacista e com políticas de combate a todas as formas de discriminação e de violências.

Estamos vendo muitos candidatos falando em Lula. Até que ponto, o ex-presidente conseguirá transferir votos, na sua opinião?

A liderança do ex-presidente é sem dúvida uma coisa extraordinária. É muito serviço prestado ao povo, foram tempos de paz e prosperidade nunca vividos. O apoio de Lula, portanto, tende a influenciar a decisão do voto nos candidatos majoritários e proporcionais na grande maioria dos estados da federação, principalmente no Nordeste.

Como avalia o governo do presidente Jair Bolsonaro?

O governo Bolsonaro vai deixar traumas inesquecíveis na sociedade brasileira: a fome, o culto às armas e à violência e a morte por irresponsabilidade e a descrença na ciência.

Modificado em 11/08/2022 09:10

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