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“Uma das principais questões do nosso projeto é a participação popular”

“Entrevista uniforme”: Alexis Pedrão candidato a prefeito de Aracaju pelo PSOL

Por Joedson Telles

Buscando contribuir jornalisticamente para que o eleitor conheça melhor os candidatos e candidatas à Prefeitura de Aracaju, o Universo publica a chamada “entrevista uniforme” com  todos que, gentilmente, aceitarem expor suas ideias nesta página. A exemplo das eleições para governador de Sergipe, em 2018, as mesmas perguntas são feitas a todos que almejam administrar a capital, como forma de auxiliar na democratização do processo eleitoral. Nesta segunda-feira, dia 5, Alexis Pedrão, candidato do PSOL, é o nosso entrevistado.

Quem é Alex Pedrão e por que o eleitor Aracaju deve votar no senhor?

Alexis Pedrão tem 34 anos, é pai, professor, morador da Coroa do Meio e sempre esteve lutando por direitos sociais junto à classe trabalhadora sergipana. Hoje participo do movimento negro e divido o tempo entre os cuidados com a família e a casa, o trabalho e a militância. O povo de Aracaju deve votar em Alexis e Carol porque somos a única candidatura que não tem medo de enfrentar o poder econômico e por isso queremos inverter as prioridades, substituindo o funcionamento da gestão de uma minoria privilegiada em alguns bairros para uma gestão voltada à maioria da população trabalhadora. Defendemos o impeachment de Bolsonaro, que vem prejudicando a saúde, o emprego e o ecossistema com seu governo desastroso, assim como defendemos a participação popular nas decisões da cidade, os direitos sociais e o meio ambiente. Não abaixamos a cabeça para a velha política porque temos independência. Somos uma campanha simples, mas temos compromisso com o povo. Não chegamos agora de para quedas. Essa candidatura é o reflexo de anos de luta nos bairros e comunidades de Aracaju.

De forma resumida, quais as suas propostas para a saúde, educação, segurança e mobilidade urbana?

A pandemia demonstrou que a população precisa muito dos serviços públicos. Por isso não queremos nenhum tipo de privatização e sim mais investimentos nos direitos sociais. Nesse sentido é fundamental inverter as prioridades do orçamento, colocando mais dinheiro na saúde, educação, moradia e retirando das dívidas dos empréstimos. Para a saúde defendemos prevenção com moradias de qualidade e alimentação a partir de cestas básicas, mas também ampliação do PSF – Saúde da Família, Concursos, Construção de Postos de Saúde e Maternidades. Para a educação queremos creches e mais vagas nas escolas, melhoria da infra-estrutura, com climatização e laboratórios de informática, pagamento do piso que é obrigação, concursos e mudanças nos currículos que contemple a diversidade do nosso povo, com valorização de pessoas negras, pessoas com deficiência e LGBT’s, a partir do debate de educação e orientação sexual e de gênero. Para segurança é fundamental a construção de um plano municipal em conjunto com a população numa perspectiva de guarda comunitária, fortalecimento da defesa civil, dos conselhos tutelares e campanhas permanentes contra a violência policial nas comunidades e controle externo da GM. Para a mobilidade é fundamental planejamento, o que passa pelo plano diretor. Defendemos a criação de uma empresa pública de transporte no município. Com concurso e plano de carreira para os rodoviários e atendimento de qualidade para a população. Queremos incentivar e ampliar o uso de ciclovias, regularizar os alternativos e fortalecer o diálogo com trabalhadores de aplicativos para ampliação dos direitos trabalhistas.

Quais as obras estruturantes que precisam ser edificadas em Aracaju? O senhor se compromete em executá-las?

As obras são fundamentais em toda cidade. A atual gestão inclusive tem feito algumas, mas com poucas exceções se resumem a asfalto, uma quadra ali, uma praça acolá. Além disso, não consulta a população e destrói o nosso verde como foi o caso do corredor da Hermes Fontes. A primeira questão das obras é cumprir a lei estabelecendo um plano diretor para que a cidade cresça de forma organizada. Não adianta prometer obras sem um planejamento detalhado. Em segundo lugar, obras de asfaltamento são importantes, mas onde está a construção de maternidades, creches, restaurantes populares, lavanderias públicas, postos de saúde, etc.? Nada disso foi feito. Por isso me comprometo a executar obras, principalmente no que diz respeito à construção urgente de moradias populares, com planejamento do plano diretor e prioridade para obras de educação, saúde, etc.

Como o senhor pretende diminuir o desemprego em Aracaju?

Fica difícil para qualquer gestor fortalecer o emprego em Aracaju quando temos a frente do país o governo Bolsonaro. Enquanto pensamos em criar empregos o governo federal fecha a Petrobrás e demite milhares de trabalhadores. Era preciso uma sintonia maior em defesa dos empregos, mas infelizmente teremos que nos virar sozinhos em Aracaju. Defendemos um plano de obras públicas, com foco na moradia, concursos públicos para as diversas áreas do município, investimento em no turismo de base comunitária, fortalecimento de cooperativas, da economia solidária, fortalecimento da FUNDAT para qualificação permanente, startups de tecnologia e encubadoras de negócios em regiões periféricas, com atenção especial para pessoas com deficiência, mulheres, negros e negras e LGBT’s, que sempre são muito discriminados no mercado de trabalho.

Como reduzir a desigualdade social na capital?

Os números mostram que a desigualdade social cresceu em Aracaju. De acordo com a própria prefeitura hoje temos cerca de 35 mil famílias em situação de pobreza e extrema pobreza na capital. Isso significa mais de 100 mil aracajuanos e aracajuanas nessa situação de grande vulnerabilidade social. Desde a pandemia temos defendido amplamente a criação da RBM – Renda Básica Emergencial, a distribuição de cestas básicas e isenção de taxa de água e luz para as famílias em situação de dificuldade financeira. É preciso que o Estado intervenha para diminuir as desigualdades. Somente a distribuição de kits de alimentação uma vez no mês para as famílias que tem crianças matriculadas na rede municipal é muito pouco. É prioridade máxima enfrentar as desigualdades sociais, raciais e de gênero em Aracaju.

Quais as fontes dos recursos para a realização das obras e ações previstas no seu plano de governo?

Em 2021, o orçamento de Aracaju será de cerca de R$ 2,4 bilhões. Não é possível que o gestor diga que está sem dinheiro. Mesmo com a pandemia, a queda não foi tão grande no montante geral. Em 2020 o valor ficou em torno de 2,6Bi. Então dinheiro tem, a questão é como investimos ele. É preciso acabar com esses empréstimos que retiram milhões dos cofres públicos todos os anos em forma de juros e amortização da dívida. Somente em 2018 e 2019 o pagamento de dívida levou mais de R$ 30 milhões do orçamento de Aracaju. Ademais, é preciso taxar os grandes empresários. Acabar com essa história de redução de ISS para o grande e IPTU caro para o pequeno. Por último, acabar com esses grandes contratos de terceirização e privatização. Somente o contrato da PPP da iluminação pública que está sendo feito pela atual gestão vai retirar anualmente, no mínimo, R$ 30 milhões dos cofres públicos. Chega de dinheiro para banco e grandes empresas. O dinheiro público tem que servir ao povo.

Além do que já foi abordado nesta entrevista, quais são os pontos principais de uma possível gestão sua, a partir de janeiro de 2021?

Uma das principais questões do nosso projeto é a participação popular. Esse é também um grande diferencial nosso para as demais candidaturas. No lugar de indicação de secretários, defendemos a eleição do secretariado. Queremos um congresso da cidade para discutir o orçamento. Defendemos a aplicação do art. 52 da Lei Orgânica do Município que define o CMP – Conselho Municipal Popular que não vem funcionando em Aracaju. Porque, no momento de definir se vai ter ou não aumento da passagem de ônibus, nós não colocamos uma urna em cada terminal e deixamos a população votar e escolher de forma direta se deseja ou não o aumento? É essa a democracia e a forma de gestão que nós acreditamos e defendemos para Aracaju. Uma Aracaju que seja inclusiva, que as pessoas participem ativamente da política e das grandes decisões da cidade.

Modificado em 10/10/2020 08:54

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