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Emília cogita disputar a Prefeitura de Aracaju

“Eu não tenho medo de nada porque me sinto preparada”, diz a parlamentar

Por Joedson Telles

A vereadora Emília Corrêa, que foi eleita deputada federal, mas não assumirá, por conta da legislação eleitoral, não descarta disputar a eleição para Prefeitura de Aracaju, em 2020. Ela diz que tem sido incentivada a entrar na disputa, mas entende não ser o momento de anunciar ou rechaçar uma candidatura. “Acho muito cedo. Eu quando fui abraçar Alessandro Vieira, no Mirante, tinha muita gente. As pessoas vinham me abraçar me chamando e prefeita. Eu não tenho medo de nada porque me sinto preparada para tudo. Mas tudo no tempo de Deus”, diz. A entrevista:

Qual a sensação de ter votos para ser deputada federal, mas não assumir por força da legislação?

A legislação tomou o mandato, mas o povo elegeu. O povo elegeu Emília Correa e a legenda disse não. A minha sensação, por mais que os políticos profissionais não entendam, e não vão entender porque eu faço política diferente deles, é de muita sensação e alegria. Uma alegria que supera a frustração porque não deixa de ser uma frustração ganhar, mas não levar. Até porque, eu entendo que Deus tem um tempo para todas as coisas – e a gente não conhece os propósitos dele. A Bíblia diz que os pensamentos de Deus são diferentes dos nossos e os caminhos de Deus são diferentes dos nossos. Onde ele está me levando? Eu não sei, mas vou saber logo e vou continuar trabalhando em benefício do povo, sendo representante do povo. Eu me sinto deputada federal na Câmara de Aracaju. Eu vou desempenhar um mandato de deputada federal na Câmara enquanto aqui estiver. Não sabemos quanto tempo de vida temos. Pode ser que eu exerça somente um dia ou dois, mas um dia ou dois que eu exercitar eu quero fazer o meu melhor e será desse jeito. Tivemos quase 35 mil votos em Aracaju. Foi a votação de Fábio Henrique (que teve menos voto, mas foi eleito) no estado todo. Como não ficar feliz com uma votação dessa? Só tenho motivos para agradecer e esperar em Deus e continuar trabalhando.

A sua votação para deputada federal deve-se ao seu trabalho e carisma. Não é fruto da força do capital, uso de máquina administrativa… O eleitor está valorizando a postura correta?

Exatamente. Isso pra mim não deixa de ser um ensinamento para políticos profissionais, de mentes doentias que só fazem conta de dinheiro, de legenda, tramas e estratégias para chegar ao poder. Não querem saber da vontade do povo. Querem chegar acima de tudo. Minha carreira foi quase que solo. Eu sou defensora pública e continuo por 30 anos. Eu trabalhei muito mais de 20 anos em carreira solo, resolvendo os problemas das pessoas sem ninguém saber. Eu entrei no rádio e na televisão, em 1998, para ensinar o direito às pessoas. Eu não tenho um ganho financeiro. A política veio depois naturalmente. Eu não corri atrás dela. Ela veio ao meu encontro, em 2012, quando eu sofri esse mesmo mal da legenda. Tem gente que se beneficia e tem gente que se prejudica. Eu fui uma das mais votadas, em 2012, e não entrei. Graças a Deus essa tal de legenda, que eu acho que prejudica mais do que beneficia, vai sair da legislação a partir da próxima eleição, e que seja assim porque o povo fica frustrado. Tem gente tão triste porque viu que tinha voto pra entrar, votou , acreditou e se sentiu frustrado. Essa frustração do povo não é boa porque pode desanimar. Eles viam em mim uma esperança que foi quebrada não por eles. O povo fez o dever de casa certinho. Políticos profissionais aprendam a respeitar o povo, a não roubar o povo para ficar permanecendo no poder. Alessandro Vieira teve uma eleição linda sem roubar e sem enganar. A minha eleição também, só trabalhando de forma honesta, sincera. Honestidade é dever da pessoa pública, mas, infelizmente, a maioria daqueles que ainda permanecem na vida pública é desonesta, mas a gente espera que isso mude. O povo não vota mais em partido: vota em conduta, em moralidade, em decência, em quem trabalha, mas não é só trabalhar. Tem um ditado horrível que é “ele roubou, mas fez”. Não é para roubar. É para servir porque somos referências para vidas que estão em formação. Como é que uma autoridade não obedece às leis. Como não pratica os princípios constitucionais como a moralidade, legalidade? Como é que um adolescente em formação olha para um presidente, senador ou governador e sabe que existe uma corrupção? Eu prefiro perder qualquer eleição, mas não quero perder o respeito do meu povo, não quero flexibilizar meus princípios. Eu prefiro ficar fora trabalhando para o povo, mas não me corromper ao ponto de se perder de mim mesma.

Vai participar do segundo turno?

Eu vou estar em conversa com Milton Andrade, Alessandro Vieira. Não tenho qualquer decisão. Acho muito delicado ter um posicionamento agora. São candidatos e posturas que a gente fica meio receoso para ir para um lado. Vou conversar para errar menos, mas dentro de mim já tenho uma resposta. Não vou adiantar porque quero ouvir o grupo. Acho que a gente que teve um posicionamento tão forte que foi convidada para estar em um grupo como vice-governadora e em outro como candidata a deputada federal e na cabeça deles não fui inteligente porque estaria eleita. Mas eu não quero uma eleição assim. Quero uma eleição que me dê liberdade de olhar para as pessoas. No segundo turno tenho que ter muita coerência, sabedoria e bom senso e depois direi minha resposta. O posicionamento em cima do muro é não dizer o que vai fazer. Ser neutra não é ser em cima do muro. Se eu fizer opção por A ou B também é posicionamento. Eu sou grata ao povo e sempre serei, mas a gente nota que alguns eleitores falam que tem gratidão, mas, às vezes, são escravos de um político. É o voto de cabresto. Eu também espero que isso acabe um dia.

Presidente da República?

Quando eu for ter posicionamento para o governo também darei em âmbito nacional. São os dois que estão mais complicados. São cenários difíceis para o posicionamento que eu tenho na minha vida política. Eu faço política contrária a eles todos. Eu não estou dizendo com isso que sou melhor que ninguém, mas que sou diferente na forma de ver as coisas e isso é que vai aonde eu tenho que ir.

Já tem gente falando que a senhora, pela votação expressiva, é um bom nome para disputar a Prefeitura de Aracaju, em 2020. O que pensa sobre isso?

É isso que eu tenho ouvido, mas acho muito cedo. Eu quando fui abraçar Alessandro Vieira no Mirante tinha muita gente. As pessoas vinham me abraçar me chamando e prefeita. Acho muita responsabilidade no momento. Eu sei que vou continuar trabalhando na Câmara. O que virá depois vamos saber. Eu não tenho medo de nada porque me sinto preparada para tudo, até porque se isso acontecesse na minha vida eu iria fazer tudo diferente para mostrar que é possível melhorar e enxugar. Mas tudo no tempo de Deus.

Quais pontos negativos e positivos a senhora destacaria nesta campanha?

Algumas coisas foram positivas demais, como a eleição de Alessandro. Sergipe plantou a semente do novo. A renovação começou a acontecer. A revelação para mim não foi só a eleição de Alessandro, que eu acreditava, assim como acreditava numa eleição minha para Senado junto com ele. No começo, Emília foi lançada candidata ao Senado, a gente começou a crescer sem sair de casa, e depois puxaram no tapetão. Não foi uma surpresa para mim. Eu acreditava que o povo poderia fazer isso com Alessandro e comigo também. Milton Andrade também foi uma revelação. Eu estava junto dele, caminhei com ele e vi como ele trata a política. Ali, sim, seria um novo na política sergipana. Acho que ele tem um brilhante futuro e quero caminhar com ele. Ainda precisamos melhorar muito. Uma coisa negativa ainda foi o número de abstenção, votos brancos e nulos. Imagine se esses votos tivessem sido convertidos em nome de novos? A gente limparia mais rápido. Começamos a limpar, mas a limpeza iria ser mais rápida. Mas, como tem um tempo para todas as coisas, a gente tem que ver que mudança não é de uma hora para outra. Está mudando e isso me dá esperança. Em termos nacionais, muita coisa aconteceu que a gente se preocupa. Foram tantos candidatos e ao mesmo tempo a gente ficou perdido sobre o que fazer, o que é melhor para o Brasil. A gente tem que ser criterioso com essas escolhas. Não é Sergipe e o Brasil que devem mudar. São nossas escolhas. Isso está mais do que comprovado.

Modificado em 20/10/2018 07:59

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