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Eduardo Amorim: “Não me preocupa ser criticado pelo governador. Ele é um bom exemplo para alguma coisa?”

Eduardo: voto pelo impeachment 

Por Joedson Telles

O senador Eduardo Amorim (PSC) afirma que não trabalha com outra alternativa e anunciará “no momento certo” que disputará as eleições para prefeito de Aracaju.  Entretanto, não descarta um acordo com o PSB, que tem como pré-candidato à Prefeitura de Aracaju o deputado federal Valadares Filho. “A gente não pensa em plano B. Não quero dizer que seja algo impossível, mas não estamos trabalhando com isso. O momento é a candidatura própria. Não nego um diálogo, mas esse diálogo ainda não houve. Encontro o senador Valadares nos corredores do Senado, conversamos, mas nada de pactuar e firmar acordo sobre Aracaju. Isso não aconteceu. Não estou dizendo que não possa acontecer, tanto com apoio deles pra gente quanto do apoio da gente para eles. Se eles quiserem nos dar apoio, vamos negar?”, indaga. Ainda nesta entrevista, o senador comenta as críticas que recebeu em tom de chacota do governador Jackson Barreto (PMDB) por conta de ter votado pela admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). “Não me preocupa ser criticado pelo governador do Estado. Será que ele é um bom exemplo, uma boa referência para alguma coisa? Não vejo isso. A gente tem que mirar e buscar boas referências, aquilo que realmente construa e faça o bem. As críticas do governador, a gente já sabe os modos operantes e a personalidade do governador”, diz. A entrevista:

Otimista, senador, com o novo governo?

Estou otimista. Quero que o presidente possa realmente tirar o país dessas inúmeras crises que o país se meteu nos últimos anos. Crise política, ética, moral, falta de respeito com a coisa pública, crise econômica, crise fiscal. Ele será o condutor de todos nós para sairmos dessa crise. Tínhamos que ter atitude para mudar, e ela está sendo tomada. O processo de impeachment só está começando no Senado. Agora com a batuta do presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Lewandowsky. Espero que ele faça muito diferente. Que pedaladas fiscais nunca mais nesse país, seja por presidente, governador, prefeito. Que os gestores aprendam que a coisa pública é séria, sagrada, sobretudo porque são os mais pobres que mantêm o Estado brasileiro. Os que mais pagam e os que menos recebem. É hora de mudar essa triste realidade.

O discurso do golpe não emplacou, mas a gente nota que pessoas ligadas à Dilma se prepararam para fazer uma oposição raivosa. O senhor sente isso também?

O discurso do golpe não emplacou porque não era golpe. Não há ruptura institucional. O que se fez foi respeitar a Constituição. A presidente vinha cometendo esses crimes fiscais desde 2013. Fez de tudo para se manter no poder enganando, maquiando as contas. É o que o procurador do Tribunal de Contas disse: a contabilidade destrutiva. Quando os técnicos do TCU descobriram que por trás dessa cortina havia um cenário triste, uma podridão enorme, isso veio à tona para o país – e tem que tudo isso aí mudar a partir de então. Alguns ficaram raivosos e vão ficar mais porque perderam a parte fácil, os cargos, os espaços. Chegaram ao poder pelo viés da ideologia. Se mantiveram no poder pelo viés do interesse e tudo isso foi descortinado. O debate vai ser bom, mas tem que ser respeitoso. Não admito agressões de quem quer que seja. Semana passada o próprio Lindeberg (o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) se dirigiu a todos os membros da comissão dizendo que todos que estavam ali eram cínicos. Alto lá. Quem quer respeito, quem pede respeito tem que respeitar também. Se quiser nominar, nomine, mas não generalize que eu não sou isso. Exijo respeito. Imediatamente, ele se conteve e seguiu o caminho dele.

Mesmo assim, o senhor foi criticado por votar pelo impeachment, inclusive pelo governador Jackson Barreto…

Não me preocupa ser criticado pelo governador do Estado. Será que ele é um bom exemplo, uma boa referência para alguma coisa? Não vejo isso. A gente tem que mirar e buscar boas referências, aquilo que realmente construa e faça o bem. As pessoas se mantiveram no poder com o sacrifício do povo brasileiro. Isso não é uma atitude cidadã, cristão. Hoje, a gente vê que o povo brasileiro está pagando toda essa conta. A Petrobras quebrada, falida, fruto da inconsequências. Lógico que a gente julga pelos crimes de responsabilidade cometidos, mas não é só isso, é todo o contexto. É o que eles chama lá de conjunto da obra, que é muito perverso. São mais de 12 milhões de brasileiros desempregados, nos últimos anos. Em Sergipe são mais de 5 mil desempregados todo mês. Quem nunca deveu nada na vida, a empresa quebra, fecha, e vai ter que vender a casa, o pouco que conquistou, fruto do governo do descaso. Não é uma crise mundial. É uma crise brasileira, e somente nós podemos corrigir essa crise com as nossas atitudes. As críticas do governador, a gente já sabe os modos operantes e a personalidade do governador. Eu sempre disse que ninguém merece ter um governo como esse, do descaso, da omissão. Embora ele tinha prometido diferente durante a campanha, hoje a gente vê  que é uma realidade perversa. Será que se o servidor público soubesse que o salário dele ia ser atrasado, votava nele? Será que esse governo, se a eleição fosse hoje, tinha credibilidade para se manter? Que nada. A coisa é tão feia, tão podre que apareceu. Não deu para segurar. O que o governador diz ou não diz, eu não me preocupo muito, mas com as consequências para o povo de Sergipe, sim. É muito triste. O servidor público não merece isso, as pessoas que precisam do hospital público não merecem isso. Até para lidar com a super-bactéria nos hospitais públicos não tem como tratar, expondo os pacientes e os profissionais da saúde a uma super-infecção. Eu, com certeza, não estaria dormindo bem não se a gente tivesse vivendo um momento como esse.

As chacotas são por não levar nada a sério mesmo ou por não entender o momento delicado de Sergipe?

É levar na chacota, na brincadeira. Mas isso é novidade para cada um de nós aqui? Ele levou na chacota quando administrou Aracaju, está levando na chacota administrando Sergipe. Alguns pensavam que ele fosse mudar. A gente não vê mudança nenhuma. É um governo que não tem nenhuma credibilidade nem em Sergipe e muito menos em Brasília. Um governo que defendeu Dilma o tempo todo, mas qual foi o grande projeto que veio para Aracaju nos últimos anos? A duplicação da 101, essa pouca vergonha que está aí? Um projeto nacional. Mesmo assim uma pouca vergonha que demora anos e anos para fazer um pequeno trecho, e quando faz é mal feito.  Eu lembro de um que veio para Alagoas, o canal do sertão. A gente lembra o que a Bahia tem recebido. E Sergipe, tem recebido o quê? A culpa não é nem tanto do Governante Federal, mas do governante estadual, que não faz projeto, não vai atrás.

Qual será a grande obra de Jackson Barreto que Sergipe vai lembrar dentro de 20 anos?

Tenho certeza que os sergipanos, infelizmente, vão lembrar como o pior governador da história de Sergipe. Vai estar lá no livro de história de Sergipe. Qual foi o pior governador? Vai ser fácil apontar. Qual o governador que atrasou salários, que provavelmente venderá as empresas. Qual foi o que desrespeitou, que desvalorizou os aposentados? Com certeza vamos lembrar durante muito tempo como o pior governo qual governo que você não quer que se repita na história de Sergipe? Vai estar lá. Torço, rogo para que seja diferente, mas é o que nós vivemos.

É o governo mais cruel da história?

Eu imagino que isso é crueldade sim. Acho que ele devia ver a fila da radioterapia, circular todos os dias pelo Hospital João Alves, fazer uma reflexão sobre sua gestão, se colocar no lugar daquele que mais necessita.

O que está faltando para o senhor oficializar sua pré-candidatura  à Prefeitura de Aracaju?

Na hora certa, e esse momento está chegando, a gente fará esse anúncio. É preciso tomar cuidado com a continuidade desse governo do mal que aí está. O governo com certeza vai querer ampliar seus tentáculos da maldade.

O senhor se refere ao Governo do Estado, o de Jackson?

Sim. Ele com certeza vai querer tudo. Não cabe mais administrar a coisa pública um péssimo gerente, um péssimo administrador. Gente que sonha, mas que sabe materializar o sonho em dias melhores numa realidade. Tem que tomar cuidado com os indicados por esse governo que aí está. Temos que aprender com tudo isso. Não podemos aprender por todo esse sofrimento sem tirar alguns aprendizados.

O candidato de Jackson será um novo Jackson na prefeitura. É isso que o senhor quer dizer?

Será a continuidade do governo que aí está. Eu vejo que quem participa de um governo como esse levará suas práticas, suas ideias.

As conversas com outros partidos estão avançando?

Tenha certeza que se tudo se confirmar teremos um vice com o perfil muito parecido com o nosso. Um vice determinado, humilde, e que queria gerenciar, administrar com zelo e responsabilidade a coisa dos aracajuanos.

O governador Jackson Barreto disse que vai se aposentar, ao final do mandato. O senhor acredita que o prefeito João Alves deva seguir o mesmo caminho ou será candidato?

Você acredita que ele (Jackson) vai se aposentar? Dá para acreditar em alguma coisa que ele diz? Em Brasília, o governador não consegue comprar nada porque não tem um centavo de credibilidade, mas tem gente que quer se manter no poder como se fosse a vida inteira. Nasceu, conquistou o poder e quer ir até o fim da vida no poder. Não tem a humildade de construir uma escola de líderes e passar o bastão. Tem que chegar à reta final carregando o bastão. A vida é feita de oportunidades e temos que criar outros líderes. Veja Cristo. Pregou, nos ensinou, deixou seus ensinamentos, mas soube com sua sabedoria divina criar outros líderes que levaram (e levam) a mensagem dele para todos os cantos do mundo. Sua mensagem é tão forte, tão verdadeira, que atravessou não só a linha dos continentes, mas talvez o mais difícil de tudo isso, a linha do tempo… É um governo desacreditado. Quem quiser que absolva essa história de se aposentar. Eu não acredito.

E quanto a João?

Com todo respeito, doutor João contribuiu muito com todos nós sergipanos, mas na gestão atual na prefeitura não foi aquele gestor que todos nós esperávamos, que nós apostamos e defendemos. Lamentavelmente, ele decepcionou todos nós. É hora de corrigir o rumo, de novas ideias, de gente motivada, determinada. Contribuiu, foi dada uma nova oportunidade, mas não correspondeu. Eu entendo que é hora de partir para um novo momento, mas cada um é senhor do seu destino. Eu se tivesse no lugar dessas pessoas, já contribuiu, já fez, tem seu nome na boa história do nosso estado, mas agora não foi o que esperávamos.

Se o senhor não for candidato, Valadares Filho é o caminho?

Honestamente, a gente não pensa em plano B. Eu não conversei com meu partido sobre um plano B. Eu fui chamado pelo partido para buscar um diagnóstico e coloquei meu nome à disposição. Não quero dizer que seja algo impossível, mas não estamos trabalhando com isso. O momento é a candidatura própria. Não nego um diálogo, mas esse diálogo ainda não houve. Encontro o senador Valadares nos corredores do Senado, conversamos, mas nada de pactuar e firmar acordo sobre Aracaju. Isso não aconteceu. Não estou dizendo que não possa acontecer, tanto com apoio deles pra gente quanto do apoio da gente para eles. Se eles quiserem nos dar apoio, vamos negar? Não. Mas hoje nosso partido trabalha só com plano A que é a candidatura própria.

O senhor sente calor humano nas ruas de Aracaju para isso?

As pesquisas têm sido muito favoráveis. As pessoas estão cansadas de maus gestores. Não estão dispostas mais a pagar essa conta de um desgoverno, de uma má gestão. As pessoas estão procurando um bom gerente para tomar conta da coisa pública. Por onde a gente passa tem sido bem recebido sim, com muito respeito, de forma acalorada.

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