body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Descartado de um governo que não existe? Que fase, hein companheiro Rogério Carvalho?

Rogério em campanha: sem Eliane no palanque

Por Joedson Telles

Leia as linhas que seguem, internauta. Elas desembarcaram na caixa de email do Universo, por volta das 14 horas, desta segunda-feira, dia 26, com o título Edvaldo: “Rogério não será o meu secretário de Saúde”. O objetivo é claramente sepultar dúvidas criadas por adversários do candidato Edvaldo. Leia, depois entro em campo.

Mais uma mentira está sendo espalhada pelos adversários de Edvaldo Nogueira (PCdoB). Ontem, uma mensagem (de um número de telefone de São Paulo), muito provavelmente de uma empresa de marketing de guerrilha, espalhou o boato de que o ex-deputado Rogério Carvalho (PT) será o secretário da Saúde da eventual gestão de Nogueira. Mas não é verdade. “Rogério não será secretário, digo isso sem meias palavras. Não é problema político ou ideológico. É porque acredito que o momento agora exige outro perfil para quem for ocupar o cargo”, afirmou Edvaldo em vídeo divulgado em seu Twitter.

Entro em campo. Que fase, hein companheiro Rogério Carvalho? O cara sequer venceu a eleição, aliás, o eleitor só vai às urnas, no domingo dia 2, pode haver segundo turno, ninguém sabe se Edvaldo estará presente, apesar das pesquisas indicando isso, mas uma coisa já é certa: Rogério Carvalho é carta fora do baralho. Foi descartado miseravelmente antes mesmo de se pensar na escalação do time.

A vida é irônica nos seus mais amados e odiados detalhes. Há poucos anos, o mesmo Rogério Carvalho, em 2010 pra ser preciso, se elegia o deputado federal mais votado de Sergipe. Saltou da Assembleia Legislativa para a Câmara Federal legitimado pelas urnas. Esnobou a reeleição para a Câmara, contudo, quando todos a davam como certa e partiu para tentar o Senado. Teve o mérito de não ser covarde, é certo. Mas o chamado “voo mais alto” aterrissou antes mesmo da decolagem – e Rogério amargou a derrota para uma candidata que ele mesmo pregava não ter condições mais de atuar. Não só atuou como ajudou o destino a jogá-lo no ostracismo desde então.

Sem mandato e com o PT fora do Governo Federal, Rogério vive o pior momento de sua carreira política. Pra aumentar seu drama, o Poder Judiciário o condenou, recentemente, por ato de improbidade administrativa. Está também inelegível por oito anos. Além disso, deverá pagar multa civil no valor de R$ 200 mil e ainda teve seus bens imóveis declarados indisponíveis. De praxe nestes casos, haja dinheiro para pagar advogados…

Como se isso tudo não bastasse, Rogério ainda assiste de um camarote vip Eliane Aquino crescer politicamente. A ex-primeira dama do Estado será a vice-prefeita de Aracaju, caso o mesmo Edvaldo que está a descartar Rogério, neste momento, chegue ao poder. Quanta ironia. O PT estará no poder justamente com Eliane Aquino, que Rogério sequer reconhecia como filiada ao partido e que, abertamente, rejeitou veementemente pedir voto para sua candidatura ao Senado. Que vida é essa, companheiro?

Aliás, aos de curta memória, é bom avivar também os fatos que cercaram a disputa acirrada pelo comando do PT de Sergipe, nas últimas eleições, entre os ex-deputados Rogério Carvalho e Marcio Macedo, que com o apoio de Eliane, tentou manter vivo o legado de Déda dentro do partido. Márcio acabou perdendo para as circunstâncias. Rogério se elegeu presidente com um discurso de “fazer diferente”. O tempo, contudo, é implacável. E hoje, sabe Deus até que ponto o episódio foi superado. Eliane não é uma política profissional. A mágoa – escrevo, no mínimo, a mágoa – pode muito bem ainda estar presente.

Dúvidas à parte, o fato é que não há espaço para Rogério Carvalho numa suposta gestão de Edvaldo Nogueira. Eliane fechou as portas? Quem sabe? Acho que nem precisaria chegar a este ponto. A rejeição de Rogério Carvalho – sobretudo dentro da categoria médica – permite a Eliane sequer precisar de subterfúgios. Nenhum candidato quer anunciar a escalação de um auxiliar que não esteja em alta com o eleitor. A nota feita, hoje, pela assessoria de Edvaldo deixa isso evidente. Desmente justamente a proximidade Edvaldo/Rogério. Edvaldo não esconde: quer distância. Que fase, hein companheiro Rogério?

Modificado em 26/09/2016 21:53

Universo Político: