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Deputado sugere a Jackson antecipar aposentadoria

“E fazer isso urgentemente. Não demonstra vontade em governar Sergipe”, diz

Georgeo: Jackson deveria ser humilde e pedir ajuda a Eduardo, Valadares e André Moura

Por Joedson Telles

O deputado estadual Georgeo Passos (PTC) deixa evidente nesta entrevista que, ao ir às redes sociais provocar os senadores Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim e o deputado federal André Moura, mesmo com Sergipe enfrentando tantos problemas, o governador Jackson Barreto (PMDB) não surpreende. O deputado observa que este sempre foi o estilo de fazer política de Jackson Barreto: provocar adversários para tirar o foco de sua ineficiência na gestão pública. “Ele deveria ser humilde, focar em governar e, se for o caso, pedir ajuda destes políticos citados, para juntos buscarem recursos para Sergipe. Mas o governador prefere não evoluir e, enquanto isto, os sergipanos permanecem sofrendo. Ele mesmo disse que ao final do mandato irá se aposentar. Talvez, ele deva pensar em antecipar essa decisão e fazer isso urgentemente, uma vez que não demonstra vontade em governar Sergipe”, avalia Georgeo Passos. A entrevista:

O deputado Georgeo Passos afirma que não houve queda no repasse do FPE, mas o secretário do Estado da Fazenda garante que houve. O que, de fato, acontece com os números relativos ao Fundo de Participação dos Estados?

O que provamos foi que o FPE não teve uma queda drástica este ano comparado com o ano passado, derrubando assim, o argumento utilizado pelo governo. De abril a julho deste ano, por exemplo, o Estado recebeu aproximadamente R$ 1.075 bilhão do fundo, quando no ano passado o repasse foi de R$ 1.059 bilhão. Esses dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Governo Federal e foram confirmados esta semana pelas últimas informações prestadas pela própria Secretaria de Estado da Fazenda. Se levarmos em consideração o primeiro semestre de 2016 com o mesmo período de 2015, houve sim uma pequena diminuição do repasse – exatamente 1,42%. Mas isso nem chega perto do caos preconizado pelo Governo. Assim, o correto seria admitir que o Governo aumentou suas despesas mais do que suas receitas, afinal, elas se comportam praticamente iguais às do ano passado.

Quando o senhor divulgou a informação que não houve queda, tentou sepultar o argumento do Governo do Estado que afirma não ter como pagar servidores e fornecedores em dia por problemas de caixa?

Em verdade, o governo gasta mal e sem eficiência. Logo, para justificar sua deficiência de gestão, utiliza o argumento de queda drástica de receita. Mas isso, como demonstrado, não ocorreu. O que fizemos foi apenas expor que o cenário não é tão drástico quanto o que foi divulgado e que, na realidade, o problema maior é de gestão.

O argumento da crise convence?

Nas crises é que identificamos os verdadeiros líderes – os que têm capacidade de gestão e de superar estes obstáculos. Por que com dificuldades o atual prefeito de Itabaiana consegue fazer tanto por sua terra? Em verdade, precisamos modernizar a gestão pública. Precisamos de administrações eficientes e com resultados. Logo, o argumento da crise, por si só, não nos convence.

Mas temos notícias de que o governador Jackson Barreto vai sempre a Brasília tentar recursos para Sergipe. Não é um ponto positivo?

Recursos para o nosso Estado sempre são bem vindos – isso é inegável. Cabe ao governador e as demais lideranças políticas buscarem dinheiro em na Capital Federal para o desenvolvimento de Sergipe. Ademais, esperamos que o presidente Temer olhe o menor Estado da Federação com bons olhos, ao contrário do que fizeram os presidentes petistas.

O sargento Jorge Vieira, da Polícia Militar, disse que a tropa pode se aquartelar a qualquer momento e que a culpa é do governador Jackson Barreto por não atender os pleitos dos policiais e bombeiros militares. Como o senhor avalia a possibilidade de Sergipe ficar sem a Polícia Militar nas ruas num momento em que a violência já é assustadora?

Inicialmente, ressaltamos que os guerreiros da PM e BM vem trabalhando sem as mínimas condições, especialmente, nas cidades do interior. Vivem ameaçados com um RDE autoritário e ultrapassado, estão recebendo seus salários atrasados e trabalham com efetivo reduzido. Mas, mesmo nessas circunstâncias, estão dando o seu melhor. No momento, eles só querem o mesmo tratamento que outras categorias tiveram, que é receber por subsídio, bem como ter garantia de progressão de carreira por tempo de serviço – reivindicações estas que o Governo ainda não atendeu.  Portanto, se houver o aquartelamento, os sergipanos irão sofrer ainda mais por culpa do atual governador. Esperamos que isto não aconteça e que Jackson Barreto atenda o pleito dos PMs e BMs.

Mesmo com Sergipe vivendo tantos problemas, o governador se permite o luxo de ir às redes sociais ou conceder entrevistas provocando os senadores Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim e o deputado federal André Moura. É não ter noção do tamanho do problema que os sergipanos estão atolados?

Este sempre foi o estilo de fazer política de Jackson Barreto, provocando os adversários para tirar o foco de sua ineficiência na gestão pública. No momento atual, ele deveria ser humilde, focar em governar e, se for o caso, pedir ajuda destes políticos citados, para juntos buscarem recursos para Sergipe. Mas o governador prefere não evoluir e, enquanto isto, os sergipanos permanecem sofrendo. Ele mesmo disse que ao final do mandato irá se aposentar. Talvez, ele deva pensar em antecipar essa decisão e fazer isso urgentemente, uma vez que não demonstra vontade em governar Sergipe.

O senhor deixou evidente que não é um bom negócio para um candidato ter Jackson Barreto como aliado. Como assim? O apoio do governador tem efeito contrário?

A rejeição ao governador está em alta, fruto da má gestão que ele vem fazendo, afinal, as áreas básicas do Estado regrediram. Por exemplo, na segurança pública, os sergipanos nunca tiveram tanto medo de sair das suas casas – seja pelos diversos assaltos como também pelo elevado número de homicídios. Na saúde, temos graves problemas. Podemos citar os pacientes oncológicos, que vivem aguardando por um tratamento digno e contínuo. O funcionalismo público vem recebendo salários defasados e com atrasos. Enfim, como algum candidato em sã consciência vai querer em seu palanque um governador com tantos problemas? É indiscutível que o governador não tem como ajudar seus amigos com tamanho desgaste.

O senhor acredita que Jackson Barreto incentivou o prefeito João Alves a tentar a reeleição, mesmo os dois sendo adversários históricos?

Não creio nesta tese. João Alves é um político experiente, que já venceu e perdeu eleições. Ou seja, já passou por altos e baixos em sua longeva carreira política, mas que com determinação sempre deu a volta por cima. Logo, pensando em sua história e em seu grupo político, decidiu avaliar novamente o seu mandato nas urnas. Com esta decisão, com certeza, teremos 2º turno em Aracaju.

O senhor apresentou um Projeto de Lei que dispõe sobre locação de veículos por parte dos Poderes Executivos, Judiciário e Legislativo e ainda Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. Como esta matéria pode trazer ganhos para Sergipe?

Nosso projeto pretende que os futuros contratos de locação de veículos por parte dos Poderes exijam que os carros sejam emplacados em Sergipe, uma vez que algumas locadoras prestam serviços para estes órgãos com veículos emplacados em outros Estados. Com isto, teremos ganhos consideráveis, dentre os quais, a arrecadação de IPVA, que ficaria em Sergipe, por exemplo.

O senhor tem recebido muitos elogios pela forma que conduz o mandato que o eleitor lhe confiou. O que faz um político começar correspondendo às expectativas do eleitor e depois tomar outro rumo? É difícil colocar o coletivo em primeiro lugar?

Entendo que não faço nada além da minha obrigação. Faço um mandato com responsabilidade, zelo e bastante estudo. Trabalhamos pelo bem comum da sociedade. Esperamos concluir este mandato sem frustrar os eleitores. Esta é a nossa meta.

Modificado em 15/08/2016 06:52

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