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Bolsonaro é um cabo eleitoral de Lula

Por Joedson Telles

A confirmação do Plenário do Supremo Tribunal Federal da decisão do ministro Edson Fachin, que anulou as ações penais contra o ex-presidente Lula, devolvendo-lhe a condição de elegível, praticamente, torna quase que irreversível uma pré-candidatura do petista à Presidência da República.

O caminho sem volta não é só pelo fato de Lula ser um animal político. Tampouco porque a militância petista e simpatizantes sonham com um retorno da esquerda ao poder. Muito menos porque o atual governo mete os pés pelas mãos, e o Brasil vai mal de cabo a rabo.

Tudo isso tem peso decisivo, evidente. Todavia, penso que, pessoalmente, Lula, depois de ser preso pelas mãos de um juiz, posteriormente, desmascarado como parcial pelo STF, se valerá também daquela história do gato escaldado e a água fria, e fará de tudo para ter a caneta de presidente em mãos.

Por razões óbvias, é muito mais difícil condenar de forma equivocada um presidente da República, tomar seus direitos políticos e jogá-lo na cadeia do que sacanear um político sem mandato. A idade, a experiência de vida e a própria política impulsionam Lula a não passar batido nisso.

Para que o filme tenha o final esperado pelo ex-presidente petista, contudo, o caminho não será nada fácil. Uma candidatura de Lula a presidente não seria vitoriosa apenas com o apoio que ele tem hoje.

Mais que isso, ele teria a obrigação de persuadir mentes que ainda não se convenceram da sua inocência. A indignação, sobretudo, em se tratando do que aconteceu na Petrobras durante um governo petista ainda jorra com vontade.

Não falta quem acredite – e até brigue nas redes sociais para defender o pressuposto – que Lula não é inocente coisa nenhuma. Que o PT foi nocivo ao país. Para estas pessoas, a armação, na verdade, foi feita contra o ex-juiz Sérgio Moro. O golpe foi na Operação Lava jato.

A missão de Lula só não é mais difícil porque a “solução” pensada para consertar tais mazelas virou o país de cabeça para baixo, inclusive na ótica de outros países. O governo Jair Bolsonaro é péssimo, sobretudo no enfrentamento à pandemia do coronavírus.

Se a situação do Brasil não fosse tão abominável, se pelo menos o Governo Federal seguisse a ciência nesta pandemia, uma pré-candidatura de Lula, talvez, fosse, de pronto, menosprezada pela maioria.

Entretanto, do jeito que está o país, não parece exagero escrever não apenas que o projeto Lula emerge como uma das esperanças de o trem voltar aos trilhos, mas também que, paradoxalmente, Bolsonaro é, hoje, um cabo eleitoral do petista. Basta abrir a boca.

 

Modificado em 16/04/2021 10:35

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