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André no PMDB? Os irmãos Reis precisariam do plano “B”. O “A” já nasceu morto

Por Joedson Telles

Sabe aquele lugar comum: “se você não pode com seu adversário se junte a ele”? Socorre e resume o sentimento do deputado federal Fábio Reis, neste momento. A especulação em torno de um possível desembarque do deputado federal André Moura no PMDB (e se topar a permuta é para comandar a legenda, já adiantou André) parece preocupar o parlamentar de Lagarto, que sabe que, em vingando a tese, teria uma reeleição, se não impossível, mas muito difícil. Evidente que tudo depende também da tal reforma política, mas hoje as chances de o PMDB reeleger mais de um deputado é praticamente zero, e, evidente, Fábio e Sérgio têm discernimento que, dificilmente, este nome deixaria de ser André, a julgar, evidente, pelo quadro momentâneo. 

Atentos a isso, Fábio e Sérgio Reis se antecipam aos fatos, visando salvar às próprias peles. A cartada: Sérgio (como porta voz de Fábio?) vaza o sentimento por uma conjectura pela qual o deputado André Moura não apenas seria bem recebido no PMDB como também, de cara, já entraria numa suposta chapa majoritária, disputando o Senado ao lado do governador Jackson Barreto, tendo Belivaldo Chagas como candidato a governador. O candidato a vice-governador? Nas entrelinhas, seria o próprio Sérgio Reis, o mentor intelectual da chapa. Que tal?

Evidente que não há nada de anormal na engenharia. Estamos no terreno da política, não é mesmo? Todavia, que fica cristalino que a ideia é tirar André Moura do caminho de Fábio Reis fica. Enfraquecer a oposição seria um bônus coletivo, digamos. Os irmãos Reis estão certos e em seus papeis. Surpresa seria incentivar André a se filiar ao PMDB e defender sua reeleição. Ou velar que Jackson também entre na briga por uma vaga na Câmara Federal. A política continua sendo uma luta dura por espaços. E para muitos atores um vale tudo.

O problema é que as coisas não são tão simples assim, meus reis. Primeiro é preciso saber se o governador Jackson Barreto, pelo que se sabe ainda o líder do bloco, comunga com a ideia, que, evidentemente, numa tacada só, mandaria às favas os sentimentos de outros aliados que também sonham com a chapa majoritária. PT, PC do B, PDT, PSD, PEN, PRB, Solidariedade… Seriam todos excluídos em nome do novato André Moura? Poderiam, inclusive, rumar à oposição sem problemas ou montar uma terceira via? Detalhe: pense num puro sangue do canso: a chapa toda, 100% PMDB.

Mas não será preciso nada disso. As discussões entre os aliados do grupo do governador ainda acontecerão. Ao menos é a leitura óbvia do momento. O próprio André Moura não embarcaria numa fria dessa. Senado? André é um nome forte, mas ele próprio tem ciência da dificuldade de enfrentar nas urnas os senadores Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim. Ou mesmo um dos dois, já que um deles deve disputar o Governo do Estado.

Mesmo que André precise enfrentar apenas um dos senadores tem que levar em conta que são apenas duas vagas e existe ainda Jackson Barreto que, em sendo mesmo candidato, contará com o apoio do governador, a esta altura, Belivaldo Chagas. Some isso à rejeição que as pesquisas despejam hoje sobre os ombros de André. A sua ligação com o denunciado por corrupção e nada simpático ao eleitor Michel Temer e reflita internauta: André Moura teria motivação para se aventurar numa eleição muito mais complicada que a anunciada reeleição de deputado federal? Não creio. Caso André decida pousar no PMDB, algo que hoje não parece estar nos seus planos, os irmãos Reis precisarão do plano “B”. O “A” já nasceu morto.

Modificado em 24/08/2017 07:47

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