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Ainda Bittencour, Emília e os justiceiros

Por Joedson Telles 

Ainda repercute nas redes sociais o episódio – vastamente divulgado – envolvendo os vereadores Professor Bittencourt e Emília Corrêa, na Câmara de Aracaju. Mas deveria mesmo ser assim? O assunto ainda estar vivo,  mesmo depois que o próprio Bittencourt, de pronto, reconheceu que pegou pesado e pediu desculpas a vereadora Emília?

A julgar pelos inúmeros comentários contra Bittencourt, é preciso mexer mais na ferida, jogar mais lenha na fogueira e tentar apagar as chamas com gasolina.

Não basta o pedido de desculpa, a retratação feita pelo vereador e, muito menos, a sua história ligada às causas sociais: os que se consideram magistrados sem togas estão de plantão nas redes sociais,  e já promoveram a condenação sem direito à defesa.

Óbvio que a vereadora Emília é a vítima na história, e, portanto, tem o direito de decidir se desculpa ou não o colega de parlamento. Foi na pele dela e isso lhe assegura qualquer reação no sentido de rechaçar os verbos infelizes mirados em sua direção.

Até por ser uma pessoa pública, Emília precisava reagir para servir de exemplo. Inclusive, segundo ela, a reação foi também em respeito ao seu cônjuge, que, claro, não gostou nadinha da brincadeira. Quem gostaria?

Entretanto, creio ser possível estar ao lado de Emília sem, contudo, precisar ver o episódio como algo natural por parte do Professor Bittencour. Não foi. Bittencour também é uma pessoa do bem. É tanto que foi o primeiro a reprovar sua atitude em forma de pedido de desculpas – ainda no calor do fato. Errou; assim como todos nós erramos.

Tentar apagar a história de um homem sério e educado como o Professor Bittencourt com esse papo de machismo só revela a necessidade que muita gente tem de usar uma rede social para julgar e externar a falta de amor ao próximo.  Algo, aliás, “meio fora de moda”, nos dias de hoje, mesmo nas ações de muitos que se dizem cristãos.

É difícil não imaginar que, para muitos destes críticos, a ação de defender Emília é apenas uma máscara. Mais que usar da empatia com ela, aproveita-se a oportunidade para atirar pedra. É a arcaica cultura do justiceiro na versão rede social.

Levantar a bandeira da mulher é uma obrigação de todos. Mas é preciso deixar claro que isso não justifica externar preconceito contra uma outra pessoa – seja ela quem for. Bittencourt não é machista. Ratifico. Pecou de forma isolada. “Sergipe é pequeno; todos se conhecem”. Lembram? Nenhum machista conseguiria se esconder tanto tempo sendo um homem público.

Modificado em 05/06/2023 14:05

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