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Ação criminosa contra deputado pode atingir qualquer um

Por Joedson Telles 

Vez por outra, notícias envolvendo políticos migram para as editorias policiais do jornalismo brasileiro. Suspeitas de corrupção dão o tom; e lá estão agentes públicos bem remunerados ganhando as manchetes por ações escandalosas. Trivial no Brasil.

Também é comum a reprovação imediata por parte maioria da população, que cobra, não sem razão, a devida punição. Há, na verdade, um combo em prol da moralidade: autoridades, imprensa, OAB, o chamado “cidadão comum” honesto…

Mas e quando o político exposto é inocente? É a vítima a alimentar a editoria policial? A mesma força tarefa se une em torno da justiça? Precisa.

Escrevo estes primeiros parágrafos para chegar à denúncia grave feita pelo deputado federal Gustinho Ribeiro, através de uma nota enviada à imprensa. O deputado explica que  se tornou “alvo de uma conspiração criminosa envolvendo a criação de um vídeo adulterado, no qual sua imagem é associada a palavras ofensivas”.

Segundo Gustinho, “a fraude, que inclui um áudio falso gerado por inteligência artificial, foi divulgada recentemente nas redes sociais”.

Em se comprovando o que diz o deputado, o que parece ser questão de tempo, o internauta tem noção da profundidade do buraco?

Valendo-se de inteligência artificial, apresenta-se à sociedade um deputado irreal como se fosse real. Detalhe: até a apuração, para muitos, é a palavra do deputado verdadeiro contra a palavra do deputado falso, mas que se confunde com o real. Está percebendo a gravidade, internauta?

Se bem utilizada, a inteligência artificial é um avanço. É também, contudo, um terreno minado e desconhecido para a maioria das pessoas. Aliás, mesmo cientistas não têm domínio completo sobre o assunto. Estamos, portanto, vulneráveis. Não são apenas empregos em xeque, como o tema é mais debatido. O caso em foco mostra isso com a preocupante clareza.

Hoje, é o deputado Gustinho Ribeiro criado por Deus quem precisa desmentir o “Gustinho” falso. Amanhã, qualquer um pode viver o mesmo drama. É preciso usar da empatia com o parlamentar.

O combo mencionado no segundo parágrafo deste texto precisa se unir a outras forças – inclusive de fora do Brasil – para evitar que a  inteligência artificial, ao invés de ser utilizada para o bem, facilite ações criminosas, que precisam ser evitadas antes de levar um inocente ao noticiário policial.

 

Modificado em 16/11/2023 12:26

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