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Acabar 90% dos Cargos Comissionados elimina a malandragem, diz João Tarantella

Por Luiz Sérgio Teles

“Eu continuo firme e batendo nesse modelo que está aí. Se eu fosse governador de Sergipe, hoje, acabaria com mais de 90% de Cargos de Comissão. Com isso eliminaria a malandragem e começava a sobrar dinheiro para investir na saúde, educação, segurança, agricultura…”. As palavras são de João Tarantella, que ainda diz que houve uma manobra no PSL de Sergipe para lhe tirar da disputa pelo Governo do Estado, fala do seu otimismo no tocante ao governo Jair Bolsonaro e avalia a derrota do então candidato ao Senado André Moura (PSC). “Não adianta ter influência no Governo Federal, trazer dinheiro para o estado e a população perceber que aquilo é uma manobra para encobrir as malandragens”, afirma.

 

O senhor saiu da disputa pelo Governo do Estado às vésperas da eleição. Não tinha mesmo como contornar as coisas?

Houve uma manobra de algumas pessoas do nosso partido (PSL), e quem terminou assumindo a Executiva Estadual do partido foi Waldir Vianna, por conta de um processo que eu tinha de prestação de contas de 2014 e relacionamentos. Aproveitaram essa situação e me tiraram da posição de presidente da Executiva Estadual. Desmontou nosso projeto. Minha campanha estava sub judice. Houve um erro da gráfica, em 2014, e, assim que eu reformei a prestação de contas, a Justiça Eleitoral acatou – e, no dia 30 de setembro, meu nome já estava liberado. A partir daí, eu perdi o comando do partido e me retiraram do processo. Foi aí que colocaram Eduardo Cassini em uma manobra, já que quem teria que assumir seria o vice da chapa. Eduardo Cassini defendia, até o domingo, o projeto Bolsonaro. Na segunda feira, já foi defender o de Haddad. Uma tragédia o que aconteceu com o nosso partido em Sergipe. Mas isso faz parte da política. Quando eles me tiraram do projeto, eu peguei uma faixa e fui para as ruas, continuei defendendo o projeto Bolsonaro e, graças a Deus, ele ganhou a eleição. A minha maior felicidade, hoje, que está acontecendo em Brasília, é que Bolsonaro está surpreendendo a população brasileira, inclusive as pessoas que não votaram nele. Está montando uma equipe decente, ele sinaliza que quer um governo decente. A política é isso. Manobras, traição, mas eu estou firme no projeto. Meu nome já está liberado para qualquer eleição que venha no futuro e eu estou preparado. Se eu tivesse vencido a eleição, meus votos seriam contados porque não teria problema nenhum. O erro foi da gráfica. Mas houve uma manobra do partido.

Qual a sua relação hoje com o PSL? O partido mudou em Sergipe ou tem a mesma linha que o senhor deixou?

Minha relação com o PSL é normal. Eu não tenho nenhum contato com a Executiva Estadual, até porque foi essa executiva que me tirou do projeto. Eu estou muito bem com a Executiva Nacional, com o presidente Bolsonaro, e bola pra frente. As pessoas que comandam o partido, hoje, fizeram uma manobra. A nossa linha foi defender o projeto de Bolsonaro. O projeto maior nosso era a eleição de Bolsonaro. Claro que o nosso projeto em Sergipe seria muito interessante. Teve estados que as pessoas que apoiaram o projeto Bolsonaro ganharam a eleição. Eu não sei o que poderia acontecer aqui, mas posso afirmar com certeza que se eu estivesse como candidato ao governo o resultado do PSL em Sergipe seria outro.

O senhor pensa em deixar o PSL e se filiar a outra legenda? 

Em hipótese nenhuma. Eu não abro mão do nosso projeto. Não sei se o comando do PSL em Sergipe vai mudar ou não. O que eu posso garantir é que eu estou muito bem com a população de Aracaju e de Sergipe porque viram a minha postura e que não houve malandragem de minha parte. Eu faço parte de um projeto e tive a confiança do presidente. Pra você ter uma ideia, até hoje Bolsonaro não tem conhecimento do que aconteceu em Sergipe. Eu faço parte de um projeto grandioso que eu ajudei a construir, fui convidado a assumir a Executiva do partido no início do projeto Bolsonaro e não abro mão, ninguém me tira desse projeto. Se eu me lançar candidato a prefeito vou estar muito bem nas pesquisas e quem vai decidir é a Executiva Nacional, se eu vou estar preparado para disputar uma eleição no futuro ou não.

Então, o senhor pensa em disputar as eleições 2020 para prefeito de Aracaju, e não em apoiar outro candidato?

Apoiar não. Disputar sim. Vou estar no páreo, até porque eu me saí muito bem no projeto, até mesmo com a população de Aracaju. Na hora que eu fui afastado do projeto de governo, as pessoas que me afastaram acharam que eu ia pra casa ou viajar. Eu fiz o contrário. Como eu tinha mais tempo aí foi que eu me empenhei muito mais no projeto Bolsonaro. Por conta disso, eu estou muito bem com a população de Aracaju. Não tenha dúvida que vou estar trabalhando com a população de Aracaju. Na segunda-feira, depois da eleição, cinco rádios me procuraram perguntando o cargo que eu ia assumir no Governo Federal. Eu disse que não quero cargos. Eu não faço política atrás de cargos. A população de Sergipe pode ter certeza que vai ter um aliado de Bolsonaro em Sergipe pra que as coisas do Governo Federal para Sergipe funcionem muito bem.

Mesmo sem mandato, o senhor fará oposição aos governos de Belivaldo e Edvaldo?

A gente faz parte hoje de um agrupamento que ganhou a eleição no Governo Federal. Tudo aquilo que o PSL de Sergipe e João Tarantella puder fazer para ajudar a gestão do prefeito e do governador, faremos. A gente não faz política contra a população. Nossos projetos não é esse. A população mostrou que a gente faz parte de um projeto diferente. Pela primeira vez um presidente ganhou uma eleição contra a grande mídia, sem tempo de televisão, sem um partido forte. Nosso projeto é de mudança para o Brasil e para Sergipe. Eu não vou fazer oposição nem a Belivaldo e nem a Edvaldo. Eu vou construir um projeto e mostrar que temos um para 2020, 2022, 2024… A gente vai trabalhar para que o jeito de fazer política mude. Na hora que você faz oposição dá a impressão que vai ser contra governo A ou B, mas, na verdade, é contra a população. Nossa intenção é trabalhar em benefício da população.

Não falta quem afirme que eleição em Sergipe tem a força da máquina pública e do capital. Como o senhor avalia Isso?

A reeleição no Brasil é um crime. Há possibilidade de Belivaldo ser cassado porque a engrenagem de fazer política saiu para uma eleição com a caneta na mão, inaugurando obras, fazendo ordem de serviço.. Está aí para ser julgado. Eu não acredito muito, mas há possibilidade de ter outra eleição em Sergipe para governador. Vamos aguardar a Justiça.

A eleição do delegado Alessandro Vieira é o início de uma mudança de mentalidade do eleitor ou um caso isolado?

Isso é um reflexo da descrença da política de Sergipe e do Brasil. Hoje foram desmontadas cinco lideranças no estado: Jackson, Valadares, Heleno, André Moura e Amorim. Eram pessoas que lideravam projetos estaduais e todos eles perderam a eleição. A população está sinalizando que quer algo diferente e vislumbraram no delegado uma opção e votaram nele. Esse é um recado da população.

O deputado André Moura trouxe mais recursos para Sergipe que qualquer outro político, mas perdeu uma eleição para um estreante na política. Como o senhor avalia isso?

Não adianta ter influência no Governo Federal, trazer dinheiro para o estado e a população perceber que aquilo é uma manobra para encobrir as malandragens. É um jeito diferente do eleitor. A eleição de Bolsonaro é o maior milagre do mundo. Eu acho que ele gastou R$ 2,5 milhões enquanto o concorrente dele usou R$ 40 milhões. Foi usada a estruturação do Estado com coligações, dinheiro público. Nosso partido não usou a verba. O formato e o jeito de fazer política, não é o político que está mudando. É a população que está fazendo a mudança. O Bolsonaro vai ser o melhor governo que o Brasil já produziu porque ele não tem compromisso com a malandragem. Na hora que convidou Moro e ele aceitou, Bolsonaro sinalizou para o mundo que ele quer fazer uma política diferente, que não vai ter espaço para malandragem em seu governo. Está se cercando de pessoas de bem. Quando ele coloca quatro generais em torno dele é exatamente sinalizando que as pessoas que pretendem fazer malandragem terão dificuldade de encostar nele.

E a eleição de Rogério Carvalho, como avalia?

Uma tragédia para Sergipe. Tinham outros nomes, mas, infelizmente, Haddad teve uma votação muito grande em Sergipe. Isso teve uma influência, inclusive na eleição do próprio Belivaldo.

Os nomes que estão sendo anunciados para o governo Jair Blsonaro lhe agradam?

Agrada não só a mim, mas a maioria da população. Se fizer uma pesquisa, hoje, em qualquer segmento que converse sobre política, as pessoas estão aplaudindo a equipe que ele está montando. A partir de janeiro essa equipe vai trabalhar de um jeito diferente. Ele já sinalizou aos partidos políticos que aquele toma lá dá cá acabou e a partir daí, na hora que acabar com a malandragem, com o desvio de dinheiro público, vamos ter uma expectativa totalmente diferente dos governos que passaram.

Muitos políticos têm o senhor como ríspido ou até mesmo agressivo em suas colocações. O senhor se considera assim?

O que os concorrentes analisam de minha linha pra mim não interessa. O que me interessa é que eu falo a linguagem da população. Hoje, eu não quero cargo do Governo Federal, em Sergipe, porque eu defendo que acabasse mais de 90% dos cargos de comissão. Quando eu falo isso, essas pessoas que estão, há mais de 30 anos, na chepa do governo não gostam porque a minha linha é o contrário do que eles pensam. Eu seria irresponsável, se eu tivesse essa linha de discurso e, agora, pedisse cargos no Governo Federal. Eu continuo firme e batendo nesse modelo que está aí. Se eu fosse governador de Sergipe, hoje, acabaria com mais de 90% de cargos de comissão. Com isso eliminaria a malandragem e começava a sobrar dinheiro para investir na saúde, educação, segurança, agricultura… O Estado brasileiro está falido por conta desse sistema que está aí.

Modificado em 02/12/2018 10:53

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