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OAB/SE é uma caixa-preta, denuncia Arnaldo Machado

Candidato pela Chapa 2 diz ainda que a atual gestão é inerte e omissa

Por Joedson Telles

Candidato a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Sergipe (OAB/SE) pela chapa 2, “Muda OAB”, o advogado Arnaldo Machado afirma, nesta entrevista que concede ao Universo, que a atual gestão da Ordem é inerte e omissa. Arnaldo diz também que sua candidatura representa a indignação dos advogados, critica o fato de o atual presidente, Henri Clay Andrade, ter disputado a eleição para o Senado e questiona um contrato firmado entre a OAB/SE e uma Agência de Publicidade. “Um contrato mensal de R$ 12.000,00 com uma agência de marketing eleitoral. Eu pergunto: a quem serve esse contrato? À Ordem? Aos advogados? A OAB/SE hoje é uma caixa-preta onde estão escondidos muitos segredos. Tenho um compromisso com a advocacia sergipana de por fim a essas práticas a partir de 1º de janeiro”, assegura Arnaldo.

Por que o advogado deve votar em Arnaldo Machado para presidente da OAB/SE?

Hoje, existe um grande anseio de mudança por parte dos advogados sergipanos. Nossa classe está sofrendo, ao longo dos últimos anos, ataques à dignidade da profissão, seja através do aviltamento de honorários, seja das constantes violações às prerrogativas. Durante todo esse tempo, a OAB/SE estive inerte, muito pouco fazendo em torno da preservação do nosso direito ao livre exercício da profissão. Essa sensação de omissão, aliada aos graves fatos que estão ocorrendo, nos últimos meses, tem causado grande adesão dos advogados à nossa candidatura. Há um convencimento em nosso estado que nossa chapa não tem amarras políticas, não tem compromisso com o erro e possui a independência necessária para defender com vigor a nossa classe e ocupar o papel social que cabe à Ordem.

O que representa a sua candidatura?

Representa a indignação dos advogados com o péssimo papel que diretores da OAB/SE vêm exercendo. O que nos move é a necessidade de levar a Ordem a um caminho de compromisso com as reais necessidades da classe, em que haja transparência no trato das finanças da instituição, onde nossa Casa não sirva de trampolim para aventuras eleitorais. É preciso encerrar essa era de senhores feudais da Ordem. Nós temos um compromisso com o fim da reeleição, com a oxigenação da OAB. Não é justo com os advogados mais jovens, que representam uma geração adaptada às novas tecnologias e que encaram o mundo de uma forma diferente, que assistam gestões repetidas e que lidam com as demandas classe da mesma forma há 15 anos ininterruptos.

Como avalia a última gestão Henri Clay?

Infelizmente, Henri Clay não teve compromisso com a advocacia. A falta de compromisso com a classe foi exposta no 5º dia do mandado, quando, em Sessão Extraordinária do Conselho, aumentou a anuidade dos advogados mais jovens. Em toda a campanha de 2015, ele assumiu um compromisso de não reajustar a anuidade. Ali ele já demonstrou que as propostas apresentadas à classe eram um engodo, com o objetivo único de reassumir o controle da OAB. E com a presidência ele deu um triste rumo à gestão. Usou a Ordem como uma extensão de seus interesses eleitorais e deixando de atender aos verdadeiros anseios dos advogados. Ao que me parece, entre defender a classe e usar a instituição em proveito dos seus objetivos políticos, ele optou pelo segundo, lamentavelmente. Hoje, para absoluta tristeza dos advogados sergipanos, temos um presidente que se licenciou para uma aventura político-eleitoral e, após ser rejeitado pelas urnas, voltou a conduzir nosso destino. E, não satisfeito, agora usa a máquina administrativa para tentar eleger seu afilhado, que representa o continuísmo do que há de pior na condução da instituição.

Por que o senhor critica o fato de o presidente da OAB ter se licenciado para disputar uma eleição para senador?

Em 2014, a OAB assumiu um papel de protagonismo no combate à corrupção nas eleições. Houve até mesmo a constituição de uma comissão para atuar junto à Justiça Eleitoral. Pois bem, nas últimas eleições, a OAB/SE não pode exercer seu papel de defesa da democracia porque o presidente Henri Clay era candidato ao Senado da República. Diante disso, o candidato Inácio, no exercício da presidência, omitiu-se no papel de defesa dos interesses sociais que a Ordem deve exercer. Naquele momento a instituição teve que se omitir no seu dever, para atender os interesses pessoais e políticos de Henri Clay. E não foi só isso, a diretoria da Seccional foi convocada por Inácio a trabalhar para eleger o candidato a senador. A advocacia foi usada por eles, duplamente. Primeiro para reconduzir Henri Clay e fazer disso um trampolim para seu projeto político, depois, vendo um presidente interino conclamando a diretoria para ser cabo eleitoral. Uma vergonha. Uma mancha na história da Ordem.

O senhor questiona um contrato feito pela atual gestão da Ordem com uma empresa de comunicação. Há irregularidades?

O atual presidente firmou um contrato mensal de R$ 12.000,00 com uma agência de marketing eleitoral. Eu pergunto: a quem serve esse contrato? À Ordem? Aos advogados? Aos jovens que estão ingressando no mercado de trabalho? A resposta é não. Cabe a Henri Clay e Inácio Kraus, que continuou pagando essa agência enquanto exerceu a presidência, explicarem a nós. A OAB/SE dispõe de um departamento de comunicação. Qual foi o trabalho que essa agência desenvolveu ao longo de três anos? São muitas perguntas sem resposta. Por mais espantoso que possa parecer, a OAB/SE hoje é uma caixa-preta onde estão escondidos muitos segredos. Tenho um compromisso com a advocacia sergipana de por fim a essas práticas a partir de 1º de janeiro.

E as gestões Carlos Augusto? Qual o seu juízo de valor?

As gestões de Carlos Augusto foram omissas no que tange à defesa das violações das nossas prerrogativas. Foi um período em que muito pouco se fez pela defesa do livre exercício da advocacia. Nos seus mandatos, houve também um claro abandono pela advocacia do interior. Isso é voz uníssona por todo o Estado.

Quais as principais demandas dos advogados hoje?

São muitas. A OAB precisa estar preparada para lidar com as dificuldades que os advogados enfrentam cada vez mais. Vivemos um momento de início do uso da inteligência artificial no meio jurídico. Os mais jovens possuem facilidade de utilização dessas novas tecnologias, mas há uma geração de advogados que precisam absorver essas novas ferramentas. Em outra via, os jovens que ingressam na advocacia precisam receber da OAB meios de profissionalização, não só voltada à base técnico-jurídica, mas também considerando elementos de gestão e empreendedorismo. Some-se a isso um cenário cada vez mais constante de agressões às nossas prerrogativas, onde autoridades de todas as esferas violam direitos básicos dos advogados no exercício da profissão. Outro ponto que precisa ser olhado com absoluta atenção é a necessidade de interiorização da OAB. A Ordem não pode se limitar a Aracaju, Lagarto e Itabaiana. Precisamos avançar, estar de mãos dadas com os advogados, da capital e do interior, dos mais jovens e dos mais experientes. Precisamos crescer como instituição. Somente uma OAB forte gera uma advocacia forte.

Modificado em 18/11/2018 15:35

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