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“A OAB perdeu a identidade. Está desacreditada”, afirma Carlos Augusto

“A advocacia e a OAB Sergipe enfrentam um momento de verdadeiro caos”, diz

Por Joedson Telles

Candidato a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Sergipe (OAB/SE) pela chapa 1, “Por uma Ordem presente”, o advogado Carlos Augusto Monteiro assegura que, sem rumo, a Ordem foi literalmente usada como trampolim para projetar o atual presidente, Henri Clay Andrade,  como candidato ao Senado. Carlos Augusto diz ainda que, por outro lado, nestes últimos três anos, a OAB/SE não abraçou nenhuma causa de expressão em favor da coletividade. “Os problemas da advocacia foram acentuados. As dezenas de promessas não foram cumpridas. Infelizmente, a advocacia e a OAB Sergipe enfrentam um momento de verdadeiro caos. A Ordem perdeu a sua identidade institucional, está desacreditada pela classe”, lamenta, prometendo, se eleito, uma Ordem bem diferente da atual. “Corajosa, destemida, buscando se aproximar das demais instituições para um diálogo franco, aberto, isonômico, respeitoso, mas altivo e independente”. 

Por que o advogado deve votar em Carlos Augusto para presidente da OAB/SE?

Eu sou advogado militante, tenho mais de 32 anos de advocacia, sendo 16 deles dedicados à OAB Sergipe. Comecei minha trajetória profissional no interior do estado, conheço o dia a dia forense, o que me credencia e legitima a conhecer as agruras e dificuldades da advocacia. Minha passagem na Ordem foi marcada pela coragem nos vários e diversos embates, inclusive com grandes vitórias em favor da profissão e da sociedade, a exemplo do fim do aumento do IPTU, a discussão do Plano Diretor de Aracaju, o chamamento dos aprovados do concurso público do TCE, entre outros. Enquanto presidente da OAB Sergipe, obtive 85% de aprovação na minha primeira gestão, tanto que, fui reconduzido em chapa única à reeleição com 78% de votos, fato inédito na história da Ordem. Mas, além de votar em Carlos Augusto Monteiro, acredito que a advocacia merece também dar esse voto de confiança aos demais 81 membros da Chapa 1, a exemplo de Rose Morais, Adalício Morbeck, Andrea Theodoro, America Nejaim, Evânio Moura, Márcio Conrado, Emanuel Cacho, Nilton Lacerda, todos extremamente preparados, sérios e compromissados com a advocacia e com a reconstrução de uma OAB altiva, independente, apartidária e plural.

O que a sua candidatura representa, em síntese?

Nós colocamos a nossa experiência e força de trabalho à disposição porque achamos que a advocacia merece uma campanha limpa e propositiva, que não cede a provocações, que não cria factóides e fake news e o mais importante: que não desrespeita a profissão e tampouco macula a imagem da instituição e de colegas que por lá passaram. Nós trabalhamos com a verdade e a nossa candidatura representa um projeto coletivo, inovador, que enxerga a Ordem não só para o presente, mas projetando o futuro, respeitando sobretudo o passado.

O senhor fala em assegurar novos rumos à Ordem. Como define o atual momento sob o comando do advogado Henri Clay?

A Ordem perdeu seu rumo. A instituição foi literalmente usada como trampolim para projetar o seu presidente como candidato ao Senado. Na campanha passada, por diversas vezes perguntado, as respostas foram enfáticas e contundentes que isso não ocorreria. O tempo passou e todos perceberam a farsa que fora criada. A Ordem, nestes últimos três anos, não abraçou nenhuma causa de expressão em favor da coletividade.  Os problemas da advocacia foram acentuados. As dezenas de promessas não foram cumpridas. Infelizmente, a advocacia e a OAB Sergipe enfrentam um momento de verdadeiro caos. A Ordem perdeu a sua identidade institucional, está desacreditada pela classe, tanto que boa parte das advogadas e advogados não se sente mais representada pelo modelo da atual gestão.
Nosso plano de trabalho será desenvolvido para profissionalizar mais os serviços administrativos da Ordem e criaremos melhores mecanismos de aferição de resultados das Comissões Temáticas, tudo para que tenhamos uma Ordem mais inclusiva, participativa e eficiente.

O senhor já presidiu a OAB/SE e está sendo acusado pelos adversários de ter deixado o caixa no vermelho. Esta denúncia se sustenta?

De forma alguma. Esta denúncia é infundada, é mais fake news criado pela oposição. Recomendo que todas as advogadas e advogados assistam à sessão do conselho seccional do dia 26 de março, estando disponível na página da OAB no youtube, em que nossas contas foram aprovadas por unanimidade, sendo ratificado pelo atual tesoureiro e pelo próprio presidente que não deixamos prejuízo, e ainda três vezes mais a receber do que a pagar.
O candidato da chapa 3, Inácio Krauss, também estava na sessão e votou a favor. Com o objetivo espúrio de me calar e evitar minha candidatura seguraram minha prestação de contas por dois anos e três meses e só a colocaram em pauta diante da cobrança do Conselho Federal. Agora, apresentam um documento de dez/2016 que não tive acesso, apresentam números sem qualquer respaldo documental em sessão do conselho para discutir outra matéria, excluem o Portal da Transparência sem qualquer justificativa plausível, tudo isso com a finalidade de confundir o eleitorado, especialmente os mais jovens, e o público em geral, e também para desconstruir minha imagem de bom gestor. Fiz pedido à seccional para me apresentar diversos documentos para rebater os números apresentados por eles, e até agora nada.Enfim, sem o Portal da Transparência e sem esses documentos a versão da atual gestão não merece qualquer crédito. Falta a atual gestão autoridade moral para apontar o dedo para qualquer um. A Ordem que tanto exige das outras instituições deveria fazer o seu dever de casa. A exclusão do Portal da Transparência dá o tom de como a atual gestão administra nossa entidade.

O senhor e os dois outros candidatos a presidente da OAB participaram de um debate na Rádio Jovem Pan, na semana passada. Quem escutou testemunhou mais agressões, troca de acusações do que propriamente ideias que correspondam às demandas dos advogados. Este tipo de postura dos candidatos não é ruim para a imagem da Ordem?

Como disse, desde o início estamos sendo propositivos e não aceitando o chamamento para os ringues. Lamento profundamente como nossos adversários se portaram nessa reta final. A advocacia e a sociedade sergipanas não mereciam e não merecem esse nível de campanha. Mas claro que em alguns momentos não poderíamos deixar sem resposta algumas ofensas e inverdades. A mentira ditas várias vezes sem a resposta devida se transforma em verdade para alguns.

Por que o senhor critica o fato de o atual presidente da Ordem, Henri Clay Andrade, ter se licenciado para disputar o Senado?

Na campanha passada anunciamos que isso ocorreria, e aconteceu. A Ordem não pode ter cor partidária, a Instituição não pode ficar engessada, muda, silente e tendenciosa para atender aos interesses pessoais de seu presidente ou mesmo a algum grupo. As decisões da Ordem tem que ser discutidas no seu Conselho, e não em salas fechadas, apartamentos e coberturas. Temos que honrar e dignificar a atuação de cada conselheiro e conselheira.
A Ordem não pode ser personificada em torno do seu presidente. Foi vergonhoso e depõe contra o prestígio da Ordem e da advocacia as cenas que presenciamos em todos os debates em que o candidato da chapa 3 a todo momento somente replicava as respostas produzidas pelo seu padrinho e tutor político. Ali foi dado o tom de como as coisas hoje funcionam e como irão funcionar acaso eleito.

O que a sociedade pode esperar de um retorno seu ao comando da OAB?
Muita força de trabalho. Um comando que busque unir a advocacia. A partir de 1° de janeiro um presidente de todas as advogadas e advogados. Uma Ordem corajosa, destemida, buscando se aproximar das demais instituições para um diálogo franco, aberto, isonômico, respeitoso, mas altivo e independente. Só assim poderemos retomar o grau de credibilidade que a Ordem tinha até pouco tempo. A advocacia precisa voltar a ser respeitada e valorizada, e nossa Ordem retornar a ser a grande referência da sociedade.

Modificado em 18/11/2018 15:32

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