body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

A morte poderia ter sido registrada em qualquer canto do Brasil. Basta

Por Joedson Telles 

A morte da jovem de 23 anos, Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras, após ser atingida no pescoço  por estilhaços de uma garrafa, incompreensivelmente, não chocou o país como deveria.

É certo que a imprensa noticiou o fato e muita gente que se considera juiz de todas as causas foi às redes sociais. Entretanto, já vimos casos menores mexerem bem mais com os brasileiros, provocando, inclusive, expressivas manifestações nas ruas.

Além, obviamente, de repudiarmos tão frieza diante de uma vida ceifada tão precocemente, precisamos enxergar isso como um claro sinal perigoso: o embrutecimento.

A ação violenta nos jogos de futebol em todo o Brasil está cada vez mais banal. Assim como a bola, os jogadores e o árbitro, a violência parece fazer parte do esporte. Quando não é violência física é crime de racismo. A impressão que fica é que jogamos a toalha, e o problema não pode ser evitado. Mas não só pode como precisa ser.

Ressalvo que o caso em foco ainda está sob investigação, e não foram apresentadas provas irrefutáveis de que o torcedor do Flamengo preso jogou a garrafa.

Todavia, além de a polícia indiciá-lo por homicídio doloso, e a Justiça ter decretado a sua prisão preventiva, o próprio torcedor, em seu depoimento, segundo setores da imprensa de São Paulo, admite que jogou pedras de gelo na direção de torcedores do Palmeiras, que, por sua vez, jogaram rojões primeiro.

Não pairam dúvidas: pelo depoimento do torcedor preso, o episódio foi mais uma briga entre torcedores. A morte poderia ter sido registrada em qualquer canto do Brasil onde pessoas vão a um estádio, não tendo o futebol como causa principal, mas para agir de forma violenta contra torcedores adversários.

O que fazer? Proibir a presença do público nos estádios, como acontece, neste momento, com os torcedores do Santos e Vasco, por atos violentos praticados por parte de suas torcidas? Não é sensato. Torcedores não violentos e os clubes pagam a conta alheia. Além disso, muitos confrontos acontecem, não dentro dos estádios, mas nas ruas.

Penso que, além de leis mais rígidas, pode ser trabalho de formiguinha, mas aumentar o número de policiais escalados para dar segurança durante os jogos e intensificar as prisões pelo mínimo gesto de violência, e não mais permitir a entrada nos estádios destes “torcedores”, pode ser a medida pedagógica para, em médio prazo, termos só verdadeiros torcedores nos jogos de futebol.

 

Modificado em 11/07/2023 12:07

Universo Político: