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A banalização de políticos na gaiola chega a Sergipe

Por Joedson Telles

O internauta já sacou que prisão de político em Sergipe está virando lugar comum? O que em outros tempos seria impactante, hoje, lembra equipe de TV em cemitério no Dia de Finados: notícia previsível. A mais recente – o deputado federal eleito Valdevan Noventa está na gaiola – sequer teve a devida repercussão. Meia dúzia de lambe botas tratou logo de minimizar o fato e, sobretudo, antecedentes. Já os açodados de sempre condenaram o político violando a presunção da inocência.

Poucos externam a imprescindível lucidez de nem julgar e condenar, passando por cima do direito, nem, tampouco, deixar de exigir a urgente, profunda e imparcial investigação, seguida da aplicação da lei. A coisa fugiu do controle. Banalizou.

Pegue-se o caso do ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, como base. Há ingenuidade maior – ou cumplicidade, no caso de se provar os crimes a ele atribuídos – que pessoas promoverem festa para comemorar uma liberdade que pode ser provisória, caso a polícia esteja certa e o político, de fato, tenha desviado, anualmente, cerca de R$ 2 milhões da Prefeitura de Itabaiana, como afirmou a delegada da Polícia Civil, Katarina Feitoza?

“Ah, mas Valmir é um exemplo de bom gestor”, argumentam… Nem vem. Não se trata disso. A investigação da polícia foi no tocante ao dinheiro público. Além disso, se a polícia tiver razão, que bom gestor desvia dinheiro?  A gestão precisa ser o conjunto da obra.

Em se provando o que diz a polícia, respaldar uma gestão quando há desvio de din din é assumir a máxima do “rouba, mas faz”. Mais uma vez: soa ingenuidade ou cumplicidade dar de ombros à investigação e inocentar de pronto.

Seja Valmir, Noventa, Sukita ou qualquer outro político que estiver com a honestidade em xeque precisa ser tratado como inocente até que provas irrefutáveis digam o contrário e o Judiciário assim entender. Mas jamais isso quer dizer que, até o desfecho, mãos devem ser postas nas chamas por isso ou aquilo.

É preciso ter responsabilidade e separar as coisas. A população – e dentro dela setores da própria imprensa – precisa lembrar que o político com mandato representa o eleitor. É seu empregado. Está ali porque foi escolhido mediante o voto e seus atos precisam ser fiscalizados com a razão. Nunca com o coração. Tem obrigação de ser honesto. Dar o bom exemplo. Pisou na bola, a lei e ponto final.

Modificado em 10/12/2018 19:40

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