Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) sobre o mercado de trabalho no Brasil revela que seis milhões e oitocentos mil brasileiros estão desempregados. “A taxa de desemprego subiu para 6,8% no trimestre que vai de novembro de 2014 a janeiro de 2015. E as perspectivas não são nada animadoras”, disse o senador.
Valadares também destacou o ambiente de insegurança para os trabalhadores. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Medo de Desemprego, que avalia o grau de percepção sobre risco de ficar sem trabalho e sem renda na visão dos próprios trabalhadores, ascendeu vertiginosamente no último trimestre e atingiu, em março, seu maior nível nos últimos 12 anos. “Não é sem motivo que os trabalhadores têm medo. Tudo indica que aqueles que conseguirem manter seus empregos durante esse período de turbulências vão perder direitos, para que o Governo possa levar a cabo seu ajuste fiscal”, argumentou.
Para Valadares as medidas propostas pelo governo (MP 664 e 665 de 2014), em discussão na Casa, revelam que a preocupação do Governo Federal agora é financeira. “Estão sendo absolutamente ignorados os impactos sociais das políticas que foram alteradas, com perdas significativas para os mais pobres”, opinou. O senador acredita que mesmo com resistência de muitos em admitir, o momento é de crise. “Todas essas medidas podem ser extremamente perigosas, especialmente numa ocasião em que o mercado de trabalho está instável. Não bastassem os enormes obstáculos financeiros que o trabalhador brasileiro enfrenta, ainda terá de rezar para manter seu emprego e aguentar significativas perdas de direitos trabalhistas”, disse.
Alternativa
Como fórmula para contornar a crise, o senador apontou o Imposto Sobre Grandes Fortunas, que está previsto na Constituição Federal de 1988, mas depende de lei complementar que determine como será feita essa taxação. “Em 2011, apresentei o Projeto de Lei do Senado nº 534, que determina quais valores serão cobrados e para onde os recursos arrecadados serão destinados. O projeto está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), aguardando relator. Trata-se de um projeto que faria justiça social sem prejudicar o emprego e os trabalhadores”, defendeu.
Para o senador é preciso analisar bem todas as medidas para impedir que as mudanças lesivas, principalmente, aos mais pobres, sejam aprovadas da forma como foram propostas. “Dessa maneira, podemos garantir que o trabalhador brasileiro tenha algo a comemorar no próximo 1º de Maio”, ressaltou.