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Uma atônita oposição frente a um Jackson profissional da política

Jackson: questão pessoal

Por Joedson Telles 

Sapecada nas últimas eleições, a oposição tem duas opções neste momento: se reinventar, descobrir os caminhos que levam à persuasão do eleitor rumo à vitória, evitando uma nova sova, em 2018, algo que seria humilhante, ou jogar a toalha de vez. Admitir não ter time para enfrentar o adversário de igual para igual. Não adianta sair por aí dando bico em canelas. Esperar misericórdia. Reconhecer erros e fraquezas – e trabalhar em busca da superação, óbvio – é de longe a opção mais inteligente.

Os erros cometidos durante a última campanha, em 2016, dizem com eloquência: não houve reflexão, após a derrota de 2014. Se houve pior: a oposição se permitiu dar de ombros à necessidade urgente de corrigir equívocos primários. Amadores em certos aspectos. Não colocou em prática um trabalho profissional e em sintonia com o nível da disputa.

Não duvido que agora, mais uma vez, a coisa esteja sendo feita dentro do mesmo script. Será, por exemplo, que já houve reuniões (no plural) para analisar a eleição passada e projetar 2018? Encontro para chorar a derrota, não. Refiro-me à lucidez de descer do palanque, reunir, se não todos, mas os principais políticos envolvidos no processo de oposição para reconhecer erros, e partir para traçar o projeto 2018 sem repeti-los. Do mesmo modo, os líderes já conversaram com os prefeitos aliados ou estão assistindo ao governador Jackson Barreto trabalhar sem fazer nada?

Ainda que isso já esteja sendo feito, o que acho difícil, aposto que está atrasada a primeira pesquisa interna para jogar luz sobre quem é o nome do agrupamento com mais forças para a disputa do Governo do Estado. Evidente que até 2018 muita coisa muda, mas é o ponto de partida.

Por mais que se tenha ideia, e se tem tanta que já dão como certa a pré-candidatura do senador Eduardo Amorim, uma pesquisa hoje e outras amanhã podem surpreender. A política é dinâmica e o eleitor muda facilmente de opinião. E, lógico, qualquer processo eleitoral que não nasce sob a hierarquia de pesquisas sérias tem tudo para dar errado. É preciso saber se a desconstrução feita, em 2014, do então candidato Eduardo Amorim foi definitiva. O grupo acaba de perder o deputado Laércio Oliveira para Jackson. Já pensou se, ironicamente, uma pesquisa apontasse justamente Laércio como o melhor nome da oposição para a disputa?

Tendo discernimento do cenário, sabendo quem pode representar melhor o grupo e estando ciente do que a população espera do próximo governador para oferecer a um Sergipe carente de soluções, o próximo desafio é uma comunicação eficiente. Primeiro para passar a mensagem de forma persuasiva ao eleitor de que a oposição tem o melhor projeto. Segundo para anular o conhecido marketing da desconstrução que vem sendo feito com muita competência pelos governistas nos últimos pleitos. Se o marketing não for bom melhor nem entrar em campo.

O pior para a oposição é que tudo precisa ser resolvido com urgência. O ano de 2018 é logo ali. E o governador Jackson Barreto continuará trabalhando para enfraquecer o grupo adversário. Se a oposição não tiver algo a oferecer de perspectiva de futuro, a tendência é que outros tomem o mesmo caminho do deputado Laércio Oliveira.

Hoje, a impressão que se tem é que o grupo da oposição está esfacelado e sem rumo. Ainda atônito com os resultados dos últimos pleitos. Paradoxalmente, quer o poder, mas age como quem espera que despenque no colo. O que soa até ingenuidade frente a um Jackson Barreto profissional da política, com a máquina na mão, e pronto para fazer o que deve e não deve para jogar uma pá de cal de vez nos sonhos da oposição. Pra quem ainda não entendeu, a questão é pessoal. Jackson ama os senadores Eduardo Amorim e Antônio Carlos Valadares e fará o impossível para vê-los felizes. Bem felizes.

Modificado em 24/01/2017 06:43

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