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Temer e André precisam respeitar o eleitor que não quer a Reforma da Previdência

Por Joedson Telles

Só mesmo uma dose incomensurável de ingenuidade para enviar uma carta ao presidente Michel Temer resmungando e apontando o ministro Carlos Marun como o responsável por condicionar a liberação de financiamentos junto a bancos públicos para os Estados à pressão que governadores estariam obrigados a fazer nos deputados para aprovar a Reforma da Previdência na base da chantagem.

Bolas! Temer, obviamente, se não for o mentor intelectual da ideia, concordou com a mesma de pronto. Um auxiliar não teria tamanha petulância. E Temer, agora, é Lula, que não sabe de nada?

O governador Jackson Barreto, que sonha com o empréstimo de R$ 560 milhões junto à Caixa, mas não assinou a tal carta, fez muito bem. Não há motivo que justifique um presidente da República colocar a faca no pescoço de governadores numa chantagem que beira a desfaçatez, se esconder e os chantageados comerem moscas.

Aliás, coragem do canso do líder do governo, o deputado por Sergipe, André Moura, de colocar a cara na TV e assumir mais este desgaste de Temer, ao admitir a “chantagem governista”. Usou palavras amenas, é verdade, mas se espremer dá no mesmo. Lembremos:

“O governo tem uma prioridade para 2018, que é a aprovação da Reforma da Previdência. O governo pede o apoio dos governadores com as suas bancadas, para que possamos ter os votos necessários para aprovação”, disse André Moura à TV Sergipe.

Que o presidente Temer, André Moura, Marun ou qualquer governista tente persuadir governadores dialogando para que, por sua vez, estes convençam deputados com os quais tenham afinidades tudo bem. Trivial. Anormal seria o governo cruzar os braços e não tentar aprovar a reforma. Mas faca no pescoço? Chantagem?

Sergipe precisa dos recursos para recuperar suas estradas e precisa, sobretudo, saber que o Governo do Estado e os deputados estaduais fizeram suas partes para viabilizar o empréstimo.

O governador tem seus pecados, há equívocos no seu governo – e já apontamos neste espaço. Mas é preciso registrar que Jackson está fazendo um esforço além das suas forças para conseguir os recursos e investir nas obras. Os mais próximos falam até em saúde em xeque.

Agora, Jackson não manda em Temer. Tampouco nos votos dos deputados. Tem, evidente, afinidade com alguns. Influência, digamos. Mas não pode, e nem deveria se pudesse, perpassar a chantagem temista.

A população, em sua maioria, não quer a reforma como está sendo apresentada. O próprio Temer já reconheceu isso em entrevistas.

Como, então, querer jogar governador e deputados contra o sentimento do eleitor em pleno ano eleitoral, quando a tal reforma pode ser votada?

Hoje, Temer e seu líder André Moura estão na linha de frente, mesmo tendo consciência que estão contra a vontade do eleitor. E a rejeição apontada pelas pesquisas mostra isso. Mas estão de livre e espontânea vontade. Não há pressão.

Temer e André defendem uma reforma com a qual o povo, em sua maioria, não concorda – e basta uma olhadinha nas redes sociais para se constatar – porque querem. Não estão sendo pressionados para isso. Deveriam respeitar os eleitores que rejeitam a ideia, respeitando o direito constitucional de os deputados votarem de acordo com suas convicções.

Modificado em 27/12/2017 21:26

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