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Sergipe esperava mais do seu governador

Por Joedson Telles

Veja o que disse o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Wladimir Torres, sobre o aumento do ICMS aprovado na Assembleia Legislativa por maioria. Depois entro em campo: “Os danos que serão provocados com o aumento das alíquotas são desastrosos para toda a economia sergipana, pois o empresariado terá que repassar esses custos para o consumidor. Ao invés de cortar gastos, o governo penaliza empresários e a população aumentando impostos”, ajuizou.

O desabafo dos empresários na voz de Wladimir emerge como um eco do discurso do deputado estadual Georgeo Passos, feito na tribuna da Assembleia, no dia 24 de setembro, antes, portanto, de a matéria ser aprovada. “O Governo do Estado quer, mais uma vez, que a Assembleia Legislativa aprove aumento de impostos como o ICMS, IPVA e Causa Mortis. Ao invés de cortar despesas, vai transferir, para o povo sergipano, mais esta conta”, alertou o deputado, sendo voz vencida outra vez. Será que o governo quer isso? Não creio. Mas faz diferença?

Divido a dúvida com o internauta: Jackson Barreto de Lima do alto da sua experiência na vida pública – ele tem a mais alta quilometragem entre os que estão no jogo – não aprendeu ainda que ninguém é senhor da razão? Não sacou que é preciso governar com pessoas preparadas em suas áreas e, óbvio, escutá-las, sob pena de cometer equívocos que atinjam em cheio à população? Ou, paradoxalmente, é um solitário acompanhado? E, neste caso, erra e os mais próximos dizem amém por não enxergarem o erro ou por outro motivo ainda mais grave? Dito de outra forma: Jackson é teimoso, não escuta conselhos ou ninguém teve ainda a coragem de alertá-lo sobre medidas que prejudicam pessoas as quais ele mesmo prometeu soluções? A quem interessa mais aumento de preços? Mais desemprego?

É certo que Jackson Barreto anunciou aposentadoria. Portanto, tem tudo para não estar muito preocupado com o que a sociedade sente a seu respeito. Não precisa mais de voto… Infelizmente, a política funciona assim. Sem urnas pela frente, o político relaxa como time classificado com antecedência.

Todavia, a responsabilidade do cargo, o compromisso de fazer o melhor por Sergipe, a sua história de luta pelos menos favorecidos e, evidente, a solidariedade aos aliados que continuarão na vida pública – e, óbvio, precisam dele bem aos olhos do eleitor… Tudo isso precisa ser levado em conta. Um Jackson, que ao invés de solucionar problemas cria outros, não interesse a aliados. Não serve à população. Tampouco à sua própria história. Insisto.

Evidente que a crise econômica não possibilitaria mesmo um primeiro ano de governo com a cara que Jackson Barreto engendrou expectativas durante a campanha eleitoral, em 2014. Jackson é político, não mágico. Compute-se também que o governador precisou se afastar do cargo para tratamento de saúde. É humano. Vale ressaltar, por fim, que herdou problemas do saudoso Déda, que estão a explodir no seu colo – como uma folha de pagamento altíssima. Dar aumento a várias categorias sem preparar o Estado para suportar o peso da folha, sem equacionar o pepino da previdência, foi um dos maiores equívocos do antecessor de Jackson… Mesmo com tudo isso, todavia, Sergipe esperava mais do seu governador. Bem mais.

 

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