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Sergipe de cabeça para baixo e o governador no rádio falando em Mr. Bean

Por Joedson Telles

Leio no Ne Notícias que o governador Jackson Barreto voltou a ocupar uma emissora de rádio, na manhã desta quinta-feira, dia 15, ao conceder mais uma entrevista à Mix FM. Até parece que, assim como existe a Hora da Ave Maria, criou-se em Sergipe a “Hora do Jackson Barreto”. Anda vira, olha lá o governador no rádio falando, falando, falando… Sergipe do mesmo jeito. Mas ele fala, fala, fala… E viva a liberdade de expressão.

Felizmente, como tenho o santo forte – Jesus Cristo é o Senhor – sequer tive o trabalho de desligar o rádio, mais uma vez, economizando energia pela previsibilidade e inutilidade do discurso. Estava ouvindo outra emissora e fiquei no lucro.

Pelo que li, não perdi absolutamente nada. Ainda não foi desta vez que a “Hora do Jackson Barreto” serviu aos interesses mais urgentes de Sergipe. Não possibilitou ao governador, por exemplo, comunicar que Sergipe deixou de ser o estado mais violento do Brasil, que os bandidos voltaram a respeitar a polícia e as pessoas, graças à eficiência do projeto de Segurança Pública do atual governo.

Tampouco, o governador Jackson Barreto anunciou, com exclusividade, que, a partir de agora, trabalhou, prestou serviços ao Governo do Estado, o pagamento será feito de pronto. Sem atraso, parcelamento e muito menos calote. Não disse em absoluta primeira mão que construiu o Hospital do Câncer ou que atendeu aos pleitos dos servidores públicos. Nada.

Pra resumir, e não ficar repetindo o que todos já sabem: este governo é pífio e não disse a que veio, a “Hora de Jackson Barreto”, pelo que li, teve seu “ponto alto” no fato de o governador ter afirmado que não teme uma fiscalização por parte do Tribunal de Contas da União na aplicação de recursos do Proinvest pelo seu governo.

Disse que é honesto, imagine? Como se isso fosse uma virtude, uma bola de ouro e não uma obrigação de todos, sobretudo quando se toma conta do cofre alheio. Era só o que faltava.

Como a ideia de envolver o TCU nesta história do Proinvest partiu dos três senadores sergipanos, a “Hora de Jackson Barreto”, numa espécie de “vale a pena ouvir de novo”, desaguou nos seus alvos prediletos: os senadores Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim.

Pelo que se percebe, se dependesse da vontade do governador, os senadores não exerceriam o papel de oposição. Fariam parte da serventia, aceitando tudo sem qualquer reação, exceto balançar a cabeça.

Felizmente, os senadores Eduardo e Valadares demonstram que nem pensam em jogar a toalha. Não se permitem a intimidação irônica. Demonstram estar conscientes do que cabe à oposição no exercício dos mandatos que o eleitor sergipano conferiu nas urnas.

Sergipe está um caos com o governo tendo oposição, imagine se todo mundo estivesse ao lado do governador, caladinho, rindo das suas piadas sem graça?

Por fala em piada, em uma das partes mais ricas da entrevista, talvez a mais intelectual, a que contribuirá, certamente, para equacionar os inúmeros problemas dos sergipanos – acho até que ganhará manchetes na grande mídia nacional, dada a importância -, o governador viajou e importou o ator comediante britânico Rowan Atkinson, que interpreta o cômico Mr. Bean. A ideia é tirar um sarro do senador Eduardo Amorim.

Mr. Bean, entre outros traços que a mente do internauta alcançar, é um bobo que não leva nada a sério. Existe porque tem gosto pra tudo no mundo. Mas, para muita gente, é algo sem graça. Inútil. Sem noção e até ridículo em certas cenas. Vive das palhaçadas. Não vejo o senador Eduardo Amorim neste perfil. Tampouco o senador Valadares. Cobrar uma gestão eficiente é fazer palhaçada? Mas eles que se defendam. São crescidinhos.

Se optarem por responder com trabalho por Sergipe, ao invés de bater boca com Jackson Barreto, contudo, os senadores atestarão grandeza. Deixarão o governador no constrangimento de falar sozinho. De fazer piadas para ele mesmo rir. Creio ser bem mais inteligente que entrar na pilha.

P.S. A exemplo dos demais sergipanos, acredito, como contribuinte nunca imaginei ser obrigado a custear o salário de um governador para ocupar um programa de rádio e falar em Mr. Bean – sobretudo com o estado de cabeça para baixo. Com tantos homicídios, inclusive. Mas o dia 31 de dezembro de 2018 é logo ali. Jesus Cristo é o Senhor.

Modificado em 17/12/2016 07:54

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