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Sem faca no pescoço, Jackson tem tudo para fazer um grande governo

Jackson: com a caneta

Por Joedson Telles

O assunto da moda no mundo político sergipano, além da falta de grana para pagar 100% dos salários dos servidores, é a canetada que o governador Jackson Barreto prometeu dar, mandando para casa todos os ocupantes de cargos comissionados no Governo do Estado. Haja tinta. A julgar pelo discurso da oposição, muitos destes ocupantes de CCs sempre estiveram em casa  ou em lugares como a praia em pleno meio de semana. Entretanto, em se confirmando a promessa do governador, não mais verão a cor do dinheiro do contribuinte. Em muitos casos, a melhor notícia do ano para os cofres públicos.

Há uma cultura no Governo do Estado – e não podemos particularizar em João, Valadares, Albano, Déda, Jackson… – de abrigar nos quadros públicos cabos eleitorais. É uma forma torpe de compensar pessoas pelo trabalho de amealhar votos durante a campanha que precede o governo. O suposto número de votos conseguido indica o valor do CC a ser barganhado. Mais imoral impossível. Quando o cabo eleitoral é um político com mandato se permite ao luxo de fazer as chamadas indicações. A relação perpassa ao Diário Oficial sem nenhum critério técnico. Infelizmente, vale o mesmo para governos municipais e, inclusive, para o Governo Federal.

Evidente que tem muita gente decente ocupando um cargo comissionado no Governo do Estado. Pessoas competentes e que trabalham da mesma forma que os servidores concursados. Conheço pessoas que são importantes para o funcionamento da máquina. Seria uma irresponsabilidade gritante não reconhecer isso, jogando todos na vala comum. Todavia uma faxina, como anunciou o governador Jackson Barreto, se faz necessária há muito.

A pergunta que se faz neste momento, entretanto, é a seguinte: e quando voltarmos às vacas gordas? Uma hora, Sergipe sairá do vermelho. O Governo do Estado voltará a inchar a máquina contratando todos outra vez? Só voltarão os “mais chegados”, ainda que com isso esteja abrindo brechas para a turma da praia voltar no bolo? Ou o Governo aproveitará este momento histórico de limpeza e, moralizando o processo, só nomeará aqueles que comprovadamente têm serviços prestados e podem continuar servindo a sociedade? Para muitos, a última opção e tão correta quanto utópica.

Todavia, a torcida neste momento, creio, deve ser no sentido de o governador Jackson Barreto, ao ter anunciado sua aposentadoria, ter refletido também sobre este detalhe. Um Jackson solto, sem pensar nas eleições 2018 – pelo menos sem ele ser o candidato – é um Jackson sem faca no pescoço. Sem a necessidade de conciliar sua administração com sentimentos de aliados. É um JB podendo exonerar ao bel prazer. Sem a obrigação de nomear quem não serve. Ao manter o desenho, e se conseguir a mesma firmeza em outros pontos do seu governo, apesar das dificuldades flagrantes, sobretudo na área financeira, Jackson pode fazer um grande governo, e se despedir da vida pública, em dezembro de 2018, deixando um serviço imprescindível para o futuro de Sergipe.

Modificado em 03/11/2014 09:22

joedson: