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Sair em 2027? Nem os planos de Deus são levados em conta? “Parrou”

Por Joedson Telles

Não soa novidade que “a soberba precede a destruição”. A Bíblia ensina com a maestria de sempre. Mas tenho a ousadia de acrescentar: e, evidente, espelha falta de inteligência… Inteligência que parece não ser mesmo o ponto forte do presidente Jair Bolsonaro. Refiro-me ao fato de o presidente “parrar”, como se diz em Cedro de São João, que estará no cargo até janeiro de 2027.

Em outras palavras, o presidente está a assegurar que não haverá impeachment. Tampouco renunciará. Mas existe a garantia de sua reeleição e a conclusão do suposto segundo mandato. Note-se: nem os planos de Deus são levados em conta: Bolsonaro descarta doença e até mesmo a morte, ao longo de sete anos. “Vou sair em 1º de janeiro de 2027”. Só faltou indagar: “e daí?”

Se fosse o Fernando Henrique, o Lula ou qualquer outro exceto Bolsonaro, certamente, seria levado a sério e a polêmica estaria criada dada a arrogância a mesclar com a estupidez. Mas do atual presidente nada mais surpreende. Bolsonaro já falou e fez tanta asneira que banalizou. Manda a próxima…

No mundo lógico, os minimamente informados têm a convicção de que o presidente jamais teria a grandeza de renunciar, sendo coerente com a sua flagrante falta de preparo para o cargo. Mesmo dando a entender por vários caminhos que desconhece ou dar de ombros a sua missão momentânea, Bolsonaro gosta do poder. É vaidoso.

Aliás, “tem a necessidade” de dizer que “manda no pedaço”. É um presidente que gosta como poucos de usar cartão corporativo, de conceder entrevistas (ainda que infelizes) e emergir na televisão do brasileiro em lazer – como, por exemplo, quando se permitiu andar de jet ski, no dia em que o Brasil chegou ao número de 10 mil mortos pela Covid-19. 10 mil óbitos. 10 mil famílias sofrendo…

Essa “tranquilidade” do presidente diante dos fatos, entretanto, soa um blefe dos bons (se é que há blefe bom) quando se sabe que Bolsonaro é hoje um político isolado, com vários problemas e em queda de popularidade.

No tocante ao impeachment, o presidente sabe tanto que a generosidade do Congresso beira o último gole do copo que anda a negociar sua sobrevivência com o centrão. Ou seja: faz a “baixa política” que ele mesmo condenou.

Aliás, com a conhecida decisão do ministro do STF, Celso de Mello, o tal vídeo que comprovaria as denúncias do ex-ministro Sérgio Moro pode aumentar, consideravelmente, o número de deputados a pressionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o impedimento ser o caminho. É certo como dois mais dois são quatro? Não. Mas quem pode descartar a hipótese?

Já no quis diz respeito à suposta reeleição do presidente, até os 30% dos eleitores “fieis” ao “mito” podem mudar de opinião, caso fique comprovado que ele quer uma Polícia Federal que blinde sua família. Ironicamente, as pesquisas e as redes sociais não deixam dúvidas: a aprovação do presidente junto ao eleitor diminui na mesma proporção que a infecção pelo coronavírus cresce no Brasil.

O que teme o presidente com uma PF independente, sua aproximação do centrão e como o brasileiro avalia o seu comportamento nesta pandemia, pra citar apenas três pontos, dizem com eloquência: falar em só deixar o governo, em 2027, não passa de mais uma asneira dita por quem ou tem sérias dificuldades de pensar ou subestima a inteligência do eleitor bem acima da média política.

Modificado em 13/05/2020 08:36

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