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Rogério Carvalho não tem nada a perder, mas pode ter tudo a ganhar

Por Joedson Telles

Ao chutar o pau da barraca e tornar público que não acredita que seria o nome de consenso do agrupamento governista, para tentar suceder o governador Belivaldo Chagas, a partir de janeiro de 2023, o senador Rogério Carvalho pegou um caminho sem volta e difícil. Terá que viabilizar sua pré-candidatura formando um grupo robusto num cenário cuja a maioria dos políticos com densidade eleitoral está justamente no bloco que, praticamente, acaba de deixar.

Ainda que confirme as expetativas e faça uma aliança com o PSB dos Valadares, Rogério Carvalho, dificilmente, terá um palanque robusto. Tende a enfrentar as mesmas dificuldades que encarrou o ex-deputado federal Márcio Macedo, quando o PT deixou o agrupamento fechado com o então candidato a prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, nas eleições 2018.

Na verdade, até existem nomes na oposição ao governo Belivaldo Chagas que poderiam somar forças ao projeto do PT. Mas apenas na teoria. Na prática, ninguém minimamente familiarizado com a política, apostaria, por motivos óbvios, num palanque com Rogério Carvalho e, por exemplo, o também senador Alessandro Vieira, o ex-senador Eduardo Amorim e o deputado estadual Rodrigo Valadares.

Astuto, o senador Rogério Carvalho sabe que existem tais dificuldades. Todavia, ele sabe também que não colocar uma pré-candidatura a governador, neste momento, seria falta de inteligência. Estaria a desperdiçar oportunidades ímpares, que, dificilmente, se oferecerão outra vez – sobretudo lado a lado.

Primeiro que Rogério, em disputando mesmo o governo, o fará com a tranquilidade de poder se dar ao luxo de perder a eleição e ter mais quatro anos como senador, para, ao final do atual mandato, em 2026, escolher se vai à reeleição ou se tenta, mais uma vez, o Governo do Estado. Ou seja, Rogério, individualmente falando, não tem nada a perder, mas pode ter tudo a ganhar. O preço que outros petistas que já começaram a perder espaços pagarão parece ser outra história…

Um segundo ponto decisivo para as pretensões de Rogério Carvalho atende pelo nome Luiz Inácio Lula da Silva. Com Lula pré-candidato à Presidência da República, sobretudo liderando todas as pesquisas enquanto a popularidade do presidente Bolsonaro despenca, Rogério tem ciência que o ex-presidente pode turbinar sua campanha.

Evidente que a transferência de votos não é algo simples. Mas é preciso levar em conta que estamos falando de Lula; goste-se ou não dele, o maior líder político do Brasil. Acrescente-se aí a fidelidade dos petistas e simpatizantes, que quase sempre garantem uma média de 30% dos votos aos candidatos majoritários do PT. E, evidentemente, a luz própria de Rogério Cavalho, que não chegou ao Senado e já foi também o deputado federal mais votado de Sergipe por ter olhos verdes.

Quando age com impaciência e arrisca tentar viabiliza o projeto petista fora da bolha governista, Rogério Carvalho, certamente, leva em conta tais aspectos. Aposta alto no tripé força própria, do PT e de Lula. Desta vez, não parece ser ao estilo “tratorar”. Soa mais uma leitura perspicaz do momento que o empurra para a disputa com ou sem o apoio do bloco liderado pelo governador Belivaldo Chagas.

 

 

Modificado em 14/09/2021 10:24

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