Rogério Carvalho: “Não sou ladrão e não admito ser chamado de ladrão”

Por Joedson Telles

Nada mais quente pra começar a semana política em Sergipe que ouvir, às 6h30 da manhã, desta segunda-feira 20, o desabafo do presidente do PT de Sergipe, Rogério Carvalho, ao vivo na Mix FM, no programa do radialista e deputado estadual Gilmar Carvalho. “Não sou ladrão e não admito ser chamado de ladrão”, observou indignado, ao ser provocado por ouvintes do programa que não concordam com a ideia de lista fechada para a eleição do Poder Legislativo e muito menos com a defesa de Rogério.

O ex-deputado petista defendeu a lista com argumentos, serenidade e sem desrespeitar quem é contra, mas foi obrigado a escutar que “quem defende ladrão é ladrão”. De pronto, Rogério Carvalho solicitou uma cópia do áudio e prometeu levar à Justiça quem ofendeu sua honra.

Por ora, o presidente do PT se contentou em passar um pito no âncora Gilmar Carvalho, ao observar que o radialista é o comandante do programa e não poderia permitir que pessoas entrassem no ar para chamá-lo de ladrão.

Aliás, o próprio Gilmar Carvalho abriu o debate, ao mandar um recado duro à bancada sergipana em Brasília em alto e bom som: “só ladrão apoia ladrão”, disse e repetiu, em alusão aos parlamentares que defendem a lista fechada.

Na verdade, com todo respeito a quem defende a tal lista, sem entrar no mérito de quem é ou não ladrão, a ideia é atirar no coração da democracia. É oficializar o peso político dos mais antigos nas legendas, dos que tiverem mais influência, em certos casos, óbvio, mais poder financeiro. E usar como escada aqueles que poderiam ser a chamada renovação. É tirar do eleitor a democracia de votar em quem quer.

Que o Brasil precisa com urgência de uma reforma política, que o sistema atual favorece a corrupção, entre outros erros absurdos, até os leigos no tema sabem e cobram mudanças. Todavia, em nome disso, não se pode optar por caminhos que só aprofundam mais o buraco. Ou falta inteligência ou sobra demagogia. Se tem um falta outro.