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Rodrigo Valadares precisa ter cautela para cumprir o nobre papel de oposição

Por Joedson Telles

Tomo ciência que, ao estilo Antônio Carlos Valadares, o deputado estadual Rodrigo Valadares referiu-se a adversários políticos como “máquina do mal” infiltrada na Prefeitura de Aracaju e no Governo do Estado com o objetivo de anular quem faz oposição. Depois de “marketing do mal”, agora é “máquina do mal”?

Rodrigo denunciou também perseguições, ameaças, intimidação e ainda revelou que foi advertido por um secretário do prefeito Edvaldo Nogueira, pois estaria “batendo demais e precisava tomar cuidado”. Rodrigo entendeu como um recado do próprio prefeito e reagiu de pronto. “Não mande recados. Venha você mandar eu tomar cuidado”, retrucou na tribuna da Assembleia Legislativa.

Daria aquele picolé de graviola eternizado pelo grande Wellington Elias para ver a reação do deputado Rodrigo Valadares se, de fato, foi mesmo o prefeito Edvaldo Nogueira quem mandou o recado (tenho cá minhas dúvidas), e se ele aceitasse o desafio. Quais verbos seriam escolhidos pelo deputado para saudar o desafeto? Será que partiria para a chamada “vias de fato”?

Exagero? Nada. Note, internauta, que a frase tem um “q” de desafio, desforra, ira… “Venha você mandar eu tomar cuidado”… Daí a curiosidade para saber qual seria a reação do parlamentar numa suposta acareação com o prefeito. Tapinha nas costas e sorriso não soam alternativas mais inteligentes pelo contexto.

O fato é que se nota facilmente, basta observar de fora sem paixão, sem tomar partido que o deputado Rodrigo Valadares precisa ter mais cautela para cumprir o nobre papel de fazer oposição que lhe foi confiado pelo eleitor. O tom do Legislativo não é este. Tampouco o visto quando o mesmo Rodrigo ironizou o deputado Francisco Gualberto outro dia. Ou quando partiu para cima do governador e acertou a imprensa.

A intenção do deputado Rodrigo Valadares é das melhores. Ninguém em sã consciência deixa de reconhecer. Não se pode criticar um deputado que fiscaliza o governo. Seria uma agressão à democracia. Todavia, o exercício diário precisa ser feito com mais equilíbrio, respeito, prudência. Adversário político não é necessariamente inimigo. Jovem também, o deputado Georgeo Passos provou isso fazendo uma oposição firme no seu primeiro mandato.

O ex-deputado Venâncio Fonseca fez uma oposição dura na mesma Casa. Ímpar. Histórica. Um professor. Travou debates que roubavam a cena com o então líder do governo, Francisco Gualberto, que, por sua vez, na oposição também arrepiava. Entretanto, sempre foram maiores que qualquer discussão. Separavam as coisas e seguem amigos até hoje. Ambos ajudaram muito a deixar o Legislativo “mal acostumado” com os debates em alto nível.

Modificado em 15/04/2019 20:25

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