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Quem vai parar na cadeia pelo rombo de R$ 150 milhões? Se muito, um goela. “Vida de gado”

Por Joedson Telles

A parte informada de Aracaju não fala em outro assunto: o rombo de R$ 150 milhões nas contas da Prefeitura de Aracaju. É muito dinheiro, sobretudo em se tratando de um município com tantas demandas. A notícia foi divulgada pelo secretário de Comunicação Social da PMA, Carlos Batalha, no dia de ontem, sem maiores detalhes – e trouxe na carona o estarrecimento, mesmo aos acostumados a ver a mídia se dividir entre violência e corrupção, como a em moda “Lava Jato”.

A menos que seja um blefe, algo irresponsavelmente inimaginável, dada a gravidade da notícia, indagações e mais indagações precisam ser respondidas. Há provas irrefutáveis que é este valor mesmo? As investigações foram encerradas ou podem aumentar o volume da desfaçatez? Quem teria roubado tanto dinheiro público? Foi mais de uma pessoa? A história mostra que ninguém consegue roubar tanta grana sozinho. Mas houve conivência de superiores? Quantos fazem parte da quadrilha? Nomes? O esquema criminoso aflorou em qual gestão? Perpassou outra? Outras? A Emsurb, onde a ferida teria sido aberta, é uma exceção ou, assim, como micose, a corrupção caminhou por outros órgãos da Prefeitura de Aracaju? Não vai dar em nada?

Ao ventilar o escândalo, o secretário Carlos Batalha anunciou que a auditoria está sendo concluída, e o resultado será encaminhado à Câmara Municipal de Aracaju. Por sua vez, o presidente da Casa, o vereador Vinícius Porto, já adiantou que o Poder Legislativo, cuja missão é também (sobretudo?) fiscalizar o Poder Executivo, tomará as medidas necessárias para que os autores da obra de arte não fiquem impunes.

Escusado escrever muito para espelhar o sentimento de indignação da sociedade no sentido de tudo ser esclarecido, e os ladrões trancados em uma penitenciária – inclusive em mais uma tentativa de por em prática uma medida pedagógica a inibir ladrões. Como está em moda delação premiada, o instrumento pode auxiliar na prisão de todos os envolvidos – seja peixinho ou tubarão.

Isso na teoria, evidente. Na prática, queria até queimar a língua, mas, se muito, um goela será a válvula de escape. Aquilo que o lugar comum conhece como pegar para Cristo. Até porque os peixinhos são postos diante do fascínio do dinheiro público pelos tubarões que são legitimados nas urnas. A cultura garante a proteção do patrão. Assim como Lula, o boss “nunca sabe de nada” até o crime desembarcar na mente da sociedade via imprensa. Como cunhou o ímpar Zé, “Vida de gado”.

Modificado em 17/09/2015 08:26

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