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Os debates que não trazem novidades aos minimamente informados

Trump: comportamento conhecido

Por Joedson Telles

Sabe aquela frase “os últimos serão os primeiros”? Em se tratando de política, de campanha eleitoral é falsa. E não só porque, salvo algum problema pontual, sempre assume o mandato quem, de fato, vence a eleição. No terreno da comunicação, do jornalismo não é diferente. Os últimos são os últimos. Chiclete mascado, a depender da leitura das urnas.

Refiro-me à chatice em que vão se transformando os debates entre os candidatos que disputam a Prefeitura de Aracaju, o deputado federal Valadares Filho e o ex-prefeito Edvaldo Nogueira. Sem novidades para os minimamente informados, os duelos verbais mais parecem um samba de uma nota só.

Exceto algum acidente de percurso, como o problema de saúde que acometeu Edvaldo Nogueira, durante o debate da TV Sergipe, perguntas, respostas e até os dispensáveis ataques se repetem. Não tem marqueteiro que conserte.

O conteúdo é o mesmo levado ao público nas várias entrevistas que os candidatos concederam a toda imprensa ou mesmo nas suas mensagens de campanhas – sobretudo no horário eleitoral do rádio e na TV. Isso para não falar em passeatas, carreatas, carro de som, material impresso, música de campanha…

Tudo isso, evidente, é estendido às redes sociais. E nas redes sociais, já sabe: além de a notícia ser divulgada ao extremo, “todo mundo entende de política” e parte para opinar.

Aliás, redes sociais… Quebro o protocolo do texto: que coisa chata do canso é ter que separar nas redes sociais uma opinião lúcida, lastreada na verdade factual, inteligente e oriunda do juízo de quem pensa o coletivo, da “obrigação” quase que desesperada de assumir o papel de vassalo não dizendo coisa com coisa “sabe-se lá o motivo”. O que tem de gente que posta tudo que vem à mente… Não reflete e despeja mesmo…

… Mas voltando aos debates, em tempo, registro que não é um pecado exclusivo de Aracaju. Tampouco do Brasil. É comum à mídia televisiva em várias partes do mundo promover os debates apenas na reta final da campanha, quando o eleitor, paradoxalmente, já decorou discursos, promessas e repertório de ataques. Notícia fria.

Qual o debate, por exemplo, é capaz de revelar novidades no comportamento, no mínimo polêmico e inadequado, do presidenciável americano Donald Trump? É preciso ele debater mais com a adversária Hillary para o eleitor conhecê-los?

Registro também que, por sua vez, os candidatos não têm culpa. Não mandam nas TVs. Edvaldo ou Valadares Filho deixar de comparecer a um debate é arriscar assistir ao concorrente ir lá sozinho e repetir a ladainha para o eleitor. E, assim, os debates televisivos se repetem (e se repetirão?) como dadinhos viciados a favor da mesa.

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