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O voto a favor da reforma e a cólera oriunda da saudade do poder

Por Joedson Telles

Assim como estão fazendo parlamentares em todo o Brasil, deputados sergipanos tentam justificar o voto favorável à Reforma da Previdência ao eleitor, e a maioria parece ter tomado gosto pelo tema. Derrubou a ficha da importância de se fazer algo com urgência. Chega de empurrar com a barriga. Evidente que, como já dito neste espaço, há pontos equivocados na tal reforma. Entretanto deixar como está é ser conivente com o colapso. Irresponsável.

O diálogo deputados e eleitores, entretanto, seria algo de praxe, não fosse meia dúzia de caga raiva que sequer votou em um destes deputados, mas patrulha seus passos como a fidelidade canina a um bife suculento.

Incoerentes, os do contra sonegam o caos na Previdência. Não tocam na negligência dos governos que elegeram lá atrás frente o problema. Não analisam os argumentos apresentados pelos deputados para opinar com conhecimento de causa. Tampouco respeitam o fato de os parlamentares corresponderem às expectativas dos seus eleitores, que concordam com a reforma.

De forma arrogante, os do contra não votaram nos deputados, mas querem mandar nos seus votos. Nas suas ideias. E, assim, infestam as redes sociais com críticas, ofensas e, em certos casos, até com mentiras. Useiros e vezeiros das “fake news”. Se um deputado vai ao rádio explicar seu voto, lá estão eles desesperados no papel de ratos de rádio a expelir a cólera.

Bufos – sem sequer perceberem, talvez – vão de encontro à democracia. Querem sepultar o contraditório no grito. E, obviamente, jogam fora a oportunidade de fazer o imprescindível debate correto, ao optar por repetir o velho discurso pronto. Não são contra o modelo de reforma apresentado e seus defeitos: são contra qualquer reforma. Precisam do discurso.

Aliás, esprema esses agentes políticos, internauta, e o resultado será ainda as eleições presidenciais 2018. Não aceitam o resultado das urnas e não descem do palanque. Parece que não sabem mais viver sem o poder. Sem a grana que rende um Cargo Comissionado. Atestam também não saber conviver em um clima de democracia – e fazem uma oposição não necessária, inteligente, mas atabalhoada, descartável.

Oposição que mais afasta que aproxima os chamados neutros. Aqueles que, lúcidos, cobram um projeto eficiente ao presidente de plantão, não reconhecem nele preparo para o posto eleito, mas não apenas respeitam as urnas como também entendem que, pelos erros que o PT cometeu no poder, a mudança seria imprescindível.

Evidente que isso não justifica a pior escolha. Havia nomes bem melhores que Jair Bolsonaro. Todavia, depois de a Operação Lava Jato transformar vários petistas e aliados em presidiários ou, no mínimo, em denunciados por corrupção, algo precisaria ser feito. E foi.

A maior fatia do eleitorado errou pra se ver livre do PT. E isso ainda está bem entalado em gargantas que se acostumaram a berrar como paladinos da moralidade na oposição, mas que, ao chegar ao poder, não resistiram ao  menu que sempre foi abominado. Saudade decididamente não mata. Raiva, tenho minhas dúvidas.

Modificado em 16/07/2019 07:41

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