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O que o candidato tinha que o prefeito não tem? Ou o avesso: o que o prefeito tem que o candidato não tinha?

João: hora de refletir?

Por Joedson Telles

Eduardo Amorim, André Moura, Antônio dos Santos. Venâncio Fonseca, Augusto Bezerra, Capitão Samuel. A lista é grande… Goretti Reis, Adelson Barreto, Valmir Monteiro. Nitinho, Manoel Marcos… Como disse, a lista é ampla. E se acrescermos políticos quem não têm mandato vira teste de paciência propício a cansar o internauta. São políticos e mais políticos que estiveram no palanque do então candidato a prefeito de Aracaju, em 2012, João Alves Filho, mas que, hoje, rompidos, não dão sinais de sequer cogitarem reatar laços. Alguns fazem até oposição.

Ah, por pouco não passo batido: só mais um: Mendonça Prado já não é mais “o 2510”. Suplente de deputado federal é atualmente aliado do maior inimigo político – não é adversário, é inimigo político mesmo – do prefeito João Alves Filho, o governador Jackson Barreto. Como o mundo dá voltas, não?

Além de terem pedido voto, alguns – como, por exemplo, Venâncio, Augusto, Nitinho e Mendonça Prado – “deram a cara” além da conta em prol de João. Enfrentaram o debate acirrado com todos os adversários possíveis sem temerem o amanhã – algo que em política pode significar suicídio. Quem não lembra os duros embates Francisco Gualberto x Venâncio Fonseca a roubarem a cena na Assembleia Legislativa? E da colisão permanente Augusto Bezerra x Rogério Carvalho, tendo a saúde e João como pautas?

Na Câmara de Aracaju, Nitinho enfrentou vários aliados do grupo liderado na época pelo saudoso Marcelo Déda. Uma oposição ferrenha a João Alves. Mendonça, por sua vez, sempre funcionou como uma espécie de secretário de Comunicação de luxo. Quando a coisa apertava, João, que muitas vezes começava a batalha com colocações polêmicas, era preservado. Blindado. E quem emergia para fazer o debate? O então 2510. Polêmico e bom de gogó, aliás. Bateu como poucos no fígado do governo Déda/Jackson sem piedade inúmeras vezes em nome do projeto João Alves. Aliás, se a política apresentasse surpresas, essa aliança Mendonça/Jackson ganharia o destaque merecido dada a outrora harmonia João/Mendonça.

Faço essa leitura e não tardo a incomodar os solidários botões: o que afastou tanta gente de João Alves Filho? Ou o contrário: o Negão dos amigos? Evidente, cada caso é um caso. Ou, no mínimo, há casos semelhantes e outros nem tanto. Mas o que provocou tantos divórcios? O que explica pessoas que ajudaram tanto João Alves estarem distantes dele? Ingratidão? Mágoa? Decepção? Traição? Ciúmes? Sacanagem? Seria o famoso “venha a nós, o vosso reino nada”? O que explica tamanha ruptura?

O enigma ganha cores mais vivas, note-se, quando se leva em conta que a debandada – chamemos assim – começou a aflorar tão logo João Alves voltou a ser prefeito de Aracaju. O que o candidato tinha que o prefeito não tem? Ou o avesso: o que o prefeito tem que o candidato não tinha? Sejam lá quais forem as respostas, é difícil absorver que tantas pessoas juntas estejam erradas e um homem sozinho seja o senhor da razão. Porém, em se tratando de política, qualquer juízo sem provas irrefutáveis soa precipitado. “Política é a arte do cão”, cunhou certa vez um ex-aliado de João. E Jornalismo, óbvio, não pode ser “achismo” a espelhar a aflição de querer divulgar em primeira mão, mesmo sem provas, sem responsabilidade. E afaste de mim este cálice…

Todavia, voltando à política, é curioso perceber ainda que até aquele João Alves Filho tocador de obras, que sempre deixou como marca arquiteturas e ações estruturantes nos seus três mandatos de governador de Sergipe, parece ter abandonado o João Alves prefeito de Aracaju. O amigo internauta já notou? Segundo João e os aliados que restaram, a crise econômica, e nela a inegável queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por parte do Governo Federal, sobretudo, explica a diferença do vinho para a água.

Adversários do prefeito asseguram, no entanto, que, apesar da crise, daria para Aracaju usar, por exemplo, Salvador como espelho e ter uma gestão mais eficiente – sem problemas básicos como a coleta do lixo. Cobram também as promessas de campanhas. E afirmam que João Alves está prefeito, mas com a cabeça nas eleições de 2018. Sonha e acorda pensando no 4º mandato de governador de Sergipe. Não tem “tesão” pelo minucioso e imprescindível trabalho de prefeito.

Não falta quem pregue a sua aposentadoria. Há ainda quem diga que João Alves Filho se perdeu por se cercar de gente que só pensa no próprio umbigo. Que, aliás, contribuiu diretamente para afastar pessoas importantes ao projeto do prefeito. Pessoas que sempre estiveram com ele – inclusive nas chamadas “vacas magras”. O problema é saber se João Alves não enxerga o óbvio, mesmo estando à frente do seu nariz, ou se percebe até além da conta, mas comunga com tudo achando que não precisa mais dessa turma para o êxito do seu projeto. Pessoalmente, creio que João Alves precisa é de uma profunda reflexão. E tem pouco tempo para isso. A eleição bate à porta.

Modificado em 19/05/2016 08:43

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