body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

O que faltaria mais ser exposto? E por que “só poderia ser num debate”?

Por Joedson Telles

Recebo uma nota da coordenação da campanha do candidato Edvaldo Nogueira justificando sua decisão – acertada do ponto de vista político – de não participar de um debate proposto pela TV Atalaia entre ele e a candidata Danielle Garcia.

No texto, a coordenação explica que “o clima de beligerância, marcado por agressões, ataques à honra e calúnias desferidos pela candidata Danielle a Edvaldo, seja através de sua propaganda oficial ou por meio de famigeradas fake news produzidas em grande escala durante a pré-campanha e o primeiro turno, retira qualquer possibilidade de um debate civilizado e produtivo entre os dois contendores, com risco de resvalar para um bate-boca infrutífero e desrespeitoso aos aracajuanos. Tal possibilidade é completamente avessa ao modo construtivo e propositivo como Edvaldo pensa e vem conduzindo a sua campanha eleitoral”.

A nota, apesar de ser bastante clara, o pressuposto é bem defendido, não menciona a cereja no bolo da argumentação. O faço agora: que diabo um candidato governista que liderou todas as pesquisas divulgadas até aqui, que venceu o primeiro turno e é apontado pelo Ibope, nesta sexta-feira 20, a nove dias do pleito, com 65% das intenções dos votos válidos para vencer o segundo vai fazer num debate num clima deste descrito na nota?

Evidente que, como jornalista político, adoraria ver o tal debate. Quem vive a política e não gosta de debate entre candidatos? E quando a coisa pega?

Todavia, não critico o prefeito Edvaldo Nogueira por ter exercido um direito seu. Agiu como a maioria dos candidatos que lideram as pesquisas age. Administrar os favoráveis números no pouco tempo de vida que tem a eleição 2020 parece bem mais sensato.

Claro que a candidata Danielle Garcia e seus aliados também estão corretos em cobrar o debate. É um jogo. Estamos numa disputa pelo voto, e quem aparece mal nas pesquisas sempre tem nos debates uma esperança de reverter a situação. Danielle Garcia não seria Danielle Garcia, ao menos é a impressão que deixa neste pleito, se não insistisse para ter um cara a cara com o adversário.

Entretanto, não consigo enxergar que o debate, da forma que esta eleição se desenrolou até aqui, seja imprescindível para o que mais importa: fornecer ao eleitor informações precisas sobre quem é quem. Desvendar de forma a orientar o voto certo.

Os dois candidatos tiveram tempo na TV e no rádio. Fizeram o chamado “olho no olho” com os donos dos votos nas ruas. Usaram e abusaram das redes sociais. Concederam inúmeras entrevistas. Atenderam a convites de organizações para trocar ideias… Se tudo isso, somado à história da vida pública de cada um, não for o suficiente para exaurir quaisquer dúvidas, sinceramente, não vejo como conseguir isso num debate.

Creio que não há mais qualquer ponto de interrogação na cabeça do eleitor, neste momento. Os dois projetos estão claros. As obras e ações das gestões Edvaldo Nogueira foram vastamente divulgadas por ele. Seus novos projetos idem. As críticas ao seu trabalho foram – e estão sendo – duras e reiteradas pela candidata Danielle Garcia, que também já apresentou suas ideias. Qual seria, então, a novidade? O que faltaria mais ser exposto? E por que “só poderia ser num debate”? Como reza o lugar comum, “quem souber morre”.

Modificado em 21/11/2020 08:14

Universo Político: