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O povo quer trabalho, eficiência e cadeia para corruptos

Por Joedson Telles

Enquanto aguardo o Confiança defender a liderança do grupo A, do Brasileirão, série C, contra o Botafogo, nesta segunda-feira, dia 30, na Paraíba, navego na rede e esbarro num texto assinado pelo líder do golpista Michel Temer, o deputado federal André Moura. Confiança está longe de ser sinônimo apenas do maior e mais apaixonante time de futebol sergipano. Confiança é substantivo intrínseco daqueles que acreditam, sem titubear, em algo. O deputado André Moura, por exemplo, tem confiança na falta de atenção do eleitor sergipano.

Destacar em seu texto que o povo quer trabalho e eficiência dos políticos e dar de ombros a algo tão ou mais importante como a honestidade? Quer dizer, então, que trabalhou e foi eficiente o zelo com o dinheiro público pode ir às favas? É isso? Evidente que o deputado não escreveu isso, mas também não disse o contrário. Focou trabalho e eficiência e se sequer tocou no vocábulo corrupção. Pisou na bola.

Não vou aqui ajuizar sobre o que passou pela cabeça do líder André quando não sublinhou algo que está escrito na testa do brasileiro: chega de corrupção. Pode ter sido falta de sintonia com o eleitor para captar tamanha obviedade ou, se anda antenado, outro motivo não o motiva manifestar aversão à gatunagem. Algo, aliás, imprescindível ao perfil de todos os políticos. Não apenas da “nova geração”.

Num momento em que o país vive a fase mais aguda de sua história em se tratando de combate à corrupção quem pode se permitir ao luxo de não levar esta bandeira? É aquela história de não bastar abominar a roubalheira: precisa  parecer odiar corrupto.

O brasileiro que vai às urnas, em outubro próximo, assistiu, nos últimos anos, à Lava Jato jogar na cadeia pessoas outrora intocáveis. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, o também aliado de Temer, Cunha está preso. O ex-presidente Lula está preso. Pra citarmos só dois figurões. E o próprio Temer fez tudo e mais um pouco para não ser investigado. A oposição não tem dúvida: temendo ser preso também.

Neste clima de passar o Brasil a limpo, a menos que algo mais forte atalhe sentimentos, André Moura e qualquer político que almeje colocar seu nome à disposição do eleitor, precisa bater mil vezes na tecla que é contra a corrupção.

Precisam fazer campanhas publicitárias cobrando que todos os suspeitos sejam investigados e a Justiça faça o seu papel antes das eleições, condenando e jogando os ladrões na cadeia, se houver provas irrefutáveis. É isso que o eleitor lúcido espera dos políticos. Precisamos sentir esta firmeza. Fora ficha suja…

Lógico que André acerta quando ratifica que o povo quer trabalho e eficiência dos homens públicos. Porém, como político, jogou na lata do lixo a oportunidade de deixar sair da sua boca, em pleno ano eleitoral, que trabalho e eficiência sem honestidade não servem ao Brasil. A moda Maluf “rouba, mas faz” é tão nociva à sociedade quando a falta de trabalho e eficiência.

O ex-presidente Lula, inegavelmente, trabalhou de forma eficiente, sobretudo em prol dos mais pobres. Todavia, isso não foi – e nem deveria ter sido – levado em conta pelo Judiciário quando o petista foi acusado de prática de crimes, julgado e condenado, mesmo demonstrando Confiança que a impunidade reinaria.

P.S. Jogo duro hoje à noite, mas, com direto ao trocadilho, 100% Confiança.  

Modificado em 30/04/2018 20:04

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