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O PMDB está mais para atrapalhar aliados que fazer cócegas em adversários

Fábio: cansado de fogo amigo, pode romper

Por Joedson Telles 

O deputado federal Fábio Mitidieri, que levou parte do PSD para a uma aliança com o PSB, objetivando o êxito da pré-candidatura do deputado federal Valadares Filho (PSB) a prefeito de Aracaju, foi curto e algo mais com aliados do PMDB, que não digeriram até hoje os passos dados pelos aliados. Fábio foi às redes sociais e disparou: “Não sirvo a projeto que só um partido pode ocupar os espaços majoritários. Acho bom que respeitem a decisão de dois partidos aliados, se ainda nos quiserem como aliados. Estou cansado de fogo ‘amigo’”.

Quem faz um acordo – para muitos precoces – como parte do PSD fez, sem esperar o posicionamento do governador Jackson Barreto, até que se prove o contrário o maior líder do agrupamento, ao menos na teoria, não ofusca que há disposição para tudo. Inclusive chutar o que resta do pau da barraca, rompendo em nome de algo “maior”.

Evidente que se for indagado sobre esta possibilidade, o deputado Fábio Mitidieri talvez não admita. Tente não polemizar mais. Todavia, ninguém toma uma posição desta sem estar disposto a ir às últimas consequências. Inclusive, repito: deixar o bloco “liderado” pelo governador Jackson Barreto e abraçar bem mais que Valadares Filho: um projeto mais amplo que interesse aos dois partidos em 2018.

Assim como o senador Valadares, o deputado Fábio Mitidieri nega na cruz pensar na eleição vindoura, mas só não disputará o Senado, em 2018, se o cavalo se oferecer para o Governo do Estado. Hoje, o projeto é, de fato, a pré-candidatura de Valadares Filho, mas atrelada a eleger Mitidieri senador e, a depender do contexto, apostar numa volta do senador Valadares ao Governo do Estado. Alguém acredita que Mitidieri colocaria em xeque a harmonia com Jackson sem exigir nada? Sem um plano ‘B’, que pode já está sendo tratado como ‘A’? A política tem das suas…

Claramente, ao anteciparem o processo, PSB e parte do PSD tentam a criação de uma terceira via, caso não vingue o projeto do qual não abrem mão dentro do atual grupo. Trabalham para que “o novo bloco” político que se forma em Sergipe se fortaleça, o que pode acontecer, de fato, se PDT, PRB e outros se somarem. Sozinhos, PSB e parte do PSD dificilmente irão muito longe.

Como em qualquer jogo, o político, evidente, oferece a possibilidade de derrota. A insatisfação do governador, cristalina na grita do PMDB, pode transformar o episódio em algo pessoal – sobretudo se Jackson notar que, de isolados, PSB e PSD podem aglutinar forças e isolar o PMDB.

O problema é que Valadares Filho e Fábio Mitidieri não verbalizam, mas parecem sentir que o governador Jackson Barreto não está mais “com essa bola toda”.

Hoje, se quer mesmo ter chances contra seu verdadeiro adversário, João Alves Filho, que ainda não admitiu pré-candidatura, mas ninguém o imagina fora do pleito, Jackson, além de precisar melhorar muito sua gestão, precisa começar a liderar o bloco e reunir forças em torno do nome de Edvaldo Nogueira, pré-candidato que tem como fazer comparação de gestões com o atual grupo que comanda a Prefeitura de Aracaju, ou aparar as arrestas e aceitar fortalecer Valadares Filho, mesmo “magoado” com a antecipação da aliança PSB/PSD.

Querer que o PMDB, que já governa o Estado – mal, mas governa -, governe também a Capital, fabricando, assim, candidatura, é dizer aos aliados que só o PMDB pode estar dando as cartas. Ou como disse Fábio Mitidieri: é um “projeto que só um partido pode ocupar os espaços majoritários”. Em política, tudo é possível pela dinâmica. O quadro pode ser revertido, evidente. Mas com o grande projeto do governo Jackson Barreto sendo trocar nome de escolas, revoltando alunos, o PMDB está mais para atrapalhar aliados que fazer cócegas em adversários.

 

Modificado em 19/01/2016 07:48

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