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O óbvio que cega

Por Joedson Telles

O nível hostil que a eleição 2018 atingiu, sobretudo para presidente da República, bate com violência no rosto da democracia e preocupa os lúcidos. Aonde podem parar insultos insanos que emergem nas redes sociais? O próprio país em caindo em mãos erradas?

Mormente no tocante a uma considerável fatia dos eleitores do Bolsonaro, a certeza que fica é que o pensamento é, a qualquer custo, impedir uma volta do PT, se lixando para o fato de o preço ser entregar o país a um candidato que, além de despreparado, já protagonizou atitudes preconceituosas, machistas, homofóbicas… O caos anunciado.

Registrei numa rede social e ratifico neste espaço de forma mais delineada: a missão do próximo presidente é corresponder expectativas positivas do brasileiro num momento dificílimo. Reconstruir o país. É muita responsabilidade. 13 milhões de desempregados. A criminalidade banalizada. O colapso da previdência. Saúde na UTI. Educação… Os problemas são inúmeros e de todas as ordens. A crise é imensa. É política, econômica e moral. Não é pouca coisa.

Precisamos, portanto, eleger um político preparado para derrotar os monstros. Alguém lúcido. Que use da empatia com todos os brasileiros, independente de cor, sexo, naturalidade ou posição social e ofereça respostas convincentes.

Ninguém é perfeito, exceto Deus. Não se discute isso. Mas podemos – e temos a obrigação – de escolher o candidato que mais se aproxime deste perfil. É preciso recusar ideias radicais, violentas, preconceituosas, idiotas que já nascem falidas por motivos óbvios.

Lucidez é o vocábulo urgente. Precisamos nos armar, mas de inteligência, projetos eficientes, disposição para trabalhar, sobretudo por quem mais precisa. Carecemos de amor ao país e aos seus filhos…

Esta posição democrática e, com o perdão da ausência da modéstia, sensível e inteligente, que não é só do que assina este texto, óbvio, desagrada almas pequenas, que partem para a agressão à democracia. À livre manifestação. Borram nas redes sociais no atacado.

Gente que já fez a escolha por ótica estrábica: destilar ódio ao PT. A Lula. E o pior: a quem julga ser petista ainda que não seja. E, assim, votar e pedir voto para o pior entre os candidatos, por este se apresentar como o “anti PT”, emerge como a ideia mais brilhante, mais inteligente do mundo. Não é. Muito pelo contrário. O despreparado está na vida pública há 30 anos e tem desempenho pífio. Portanto, longe de ser o novo, faz parte do sistema vigente.

Não sou filiado e sequer eleitor do PT e do Lula. Como cidadão e coerente com minha consciência, contudo, reconheço o bom trabalho social deixado pelo ex-presidente. Do mesmo modo, enxergo erros no seu governo e não dou de ombros para a sua condenação: se errou tem que pagar. O fato de ter serviços prestados não o torna supino às leis.

Há petistas presos por corrupção. O governo da Dilma foi patético. Mas isso não pode “justificar” escolher o pior nome só por ser contra o PT. Fígado exercendo a função do cérebro nunca deu certo. Sei que muita gente do bem vê a solução no Bolsonaro por ter se decepcionado com outros governos. Mas não é preciso transformar a eleição num Fla x Flu para assegurar a desforra. São 13 candidatos.

A ideia de ser oposição ao PT é válida e democrática. Mas que se faça uma escolha que não penalize o Brasil ainda mais. O PT errou e Deus nos livre dos mesmos erros outra vez. Mas os desacertos petistas não justificam apostar num projeto que já nasce falido e empacotado para a ir de encontro a valores imprescindíveis ao bem comum – inclusive ao maior deles: a vida. Não é política, internauta: é inteligência.

P.S. A vida é irônica… Ao abrir mão de outros candidatos, e velar Bolsonaro, pensando em derrotar o PT, o fã do “mito” pode, paradoxalmente, ajudar a eleger mais um petista. É só dá uma olhada na rejeição dos candidatos. Inteligente, terminará como o maior cabo eleitoral do PT, perdendo somente para o Lula.

Modificado em 28/09/2018 18:05

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