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O discurso da crise é cômodo. “Não tem sentido mudar”

Valadares: recado com destino certo

Por Joedson Telles

No momento em que Sergipe ratifica a falência do Estado na incumbência de evitar que a sociedade seja presa fácil nas mãos dos bandidos, quando isso é exposto da forma mais humilhante possível para o atual governo, com mais um policial morto com a assinatura da criminalidade, lúcido, o senador Antônio Carlos Valadares emerge e ajuíza que as leis não evitam, por si só, a violência.

Segundo o senador, é preciso que os governos criem condições para o fortalecimento das políticas de prevenção, prestigiando as forças de segurança responsáveis pela inteligência. Do mesmo modo, ele cobra mais policiais nas ruas e a adoção de medidas de segurança nas escolas.

“Precisamos rever com urgência a cabeça de nossos governantes, os quais, juntos com o Judiciário, podem mudar, com vontade política, o sistema de combate à violência e à criminalidade, o qual está falido e inoperante. É uma questão de compromisso, de prioridade inadiável com a população pra mudar essa realidade onde ninguém se sente seguro, nem tampouco vislumbra no horizonte uma réstia de esperança”, disse.

O juízo de Valadares, aliás, é sustentado pelos inúmeros caixões de defunto vendidos em Sergipe para abrigar as vítimas de homicídio. A crise não bateu à porta das funerárias. Pelos incontáveis assaltos, que vão do aparelho celular que é tomado da mão de um estudante, passa pelo crescente número de roubos e furtos de veículos e desembarca nos casos de estabelecimentos comerciais cujas câmeras registram a ação dos bandidos. Da mesma forma, os casos de estupros, o domínio do tráfico e os demais crimes praticados diante de um governo que parece na parede. Indefeso.

O recado de Valadares ecoa – conscientemente ou não – o drama das vítimas da violência que marca Sergipe. É um recado diplomático, no plural, dar muitas voltas, mas tem o velho endereço de sempre: Jackson Barreto de Lima, governador de Sergipe até o dia 31 de dezembro – ou até antes disso, quem sabe?

A mensagem? Aquela já conhecida por qualquer criança mais atenta aos fatos: a política de Segurança Pública do atual governo leva olé dos bandidos, que, por sua vez, acham pouco barbarizar de todas as formas com qualquer pessoa que não porta uma arma, e, vez por outra, mata também policial. Só pra marcar território e ratificar quem está mandando no pedaço.

P.S. Sabe o que é mais deprimente? Tomar ciência do que os inteligentes governistas, os gênios, argumentam, quando o governo é pego despido na obviedade dos problemas sentidos na pele da população: “a culpa é da crise econômica”. E nem se meta a besta rebater, citando estados brasileiros que usam da criatividade para minimizar os problemas da crise e não sacrificam tanto o seu povo. O discurso da crise é cômodo. “Não tem sentido mudar”…

Modificado em 17/01/2017 20:35

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