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O carnaval das diárias desnecessárias ao coletivo soa enraizado. Eis o desafio de Clóvis e dos que pensam como ele

Clóvis: desafio

Por Joedson Telles

Ao abraçar a ideia lúcida e urgente de moralizar a concessão de diária nos órgãos públicos sergipanos para a participação de servidores em cursos, o presidente do Tribunal de Contas de Sergipe, Clóvis Barbosa, avivou que um vereador sergipano participou de 11 seminários em apenas um ano. Detalhe: “todos com o mesmo nome, mesmos temas e mesmos palestrantes”, lembrou Clóvis Barbosa. Deveria revelar o nome do nobre parlamentar – e, na mesma tacada, expor todos os que têm o mesmo zelo pelo suado dinheiro do contribuinte.

Mas se conseguir, de fato, colocar a tal moralização em prática, fisgar quem alimenta a nociva cultura, Clóvis “não precisa fazer mais nada” enquanto for presidente do TCE. Já terá dado uma contribuição gigantesca a Sergipe. Sobretudo se estender a ideia a todos os tipos de diárias, Clóvis terá estancado uma sangria imoral, escrota que todo mundo sabe que existe, mas ninguém tem a coragem de colocar o dedo na ferida.

Lamentavelmente, vivemos num país demagogo onde todos nós sabemos dos erros e dos seus autores, mas, muitas vezes não temos como provar e silenciamos. Engolimos seco. Com documentos em mãos, o TCE prestaria um imensurável serviço à sociedade se passasse um pente fino em todos os órgãos públicos sergipanos e não apenas apresentasse os atores da peça aos contribuintes, mas também tomasse as devidas providências para que cada centavo gasto indevidamente fosse restituído aos cofres públicos com a força do Poder Judiciário somando-se à boa bandeira.

O problema é que qualquer criança sabe que ir para cima de todos os viciados em sangrar os cofres públicos não é tão simples assim. Não por falha de Clóvis ou de qualquer autoridade séria que não apenas repudia a prática como também sempre deu o bom exemplo, evidente. Mas por ser algo que parece enraizado. Não creio em efeito 100%.

Se, por um lado, há quem fique indignado com este carnaval fora de época à custa do contribuinte, evidentemente, por outro, não há festa sem folião. E se, cínicos, certos aproveitadores têm poder para resistir ao erro escandaloso é porque não são fracos. E se não são fracos o que os farão jogar a toalha? Eis o desafio de Clóvis Barbosa e de todos aqueles que pensam como ele.

Modificado em 10/06/2016 09:30

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