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Não interessa a Valadares disputar o governo. Por questões óbvias

Por Joedson Telles

Leio no Estadão que o PSB terá candidato a governador em vários estados brasileiros. Não sei quanto aos demais, mas, em Sergipe, não passa de uma ideia furada e ventilada por quem não conhece, minimamente, a política sergipana. Uma candidatura do PSB até pode ser construída. Em política praticamente não existe a palavra impossível.  Já assistimos de tudo. Todavia, hoje, nas atuais circunstâncias, a chance de o PSB disputar a eleição para o Governo do Estado é zero. O partido até tem o senador Valadares bem nas pesquisas, mas ele opta neste instante pela sua reeleição.

Valadares, aliás, inteligentemente, tem evitado tratar de eleições publicamente. Adotou o discurso que Sergipe não pode se permitir ao luxo de discutir o assunto, neste momento, vivendo inúmeros problemas. Opta por usar o tempo para exercer o papel que lhe cabe enquanto político de oposição. Fiscaliza governo e governador com o apetite de um leão. Mas, evidente, não deixa de estar fazendo política também, já que, seja nas entrevistas concedidas ou nas redes sociais, está sempre a desgastar Jackson, Edvaldo e, por tabela, o grupo governista. Dito de outra forma: está sempre semeando para colher em 2018.

O senador tem dito nos bastidores que seu projeto é mesmo a pré-candidatura ao Senado. Não anuncia o martelo batido por estratégia política. É esperto. Sabe que é bom aparecer bem nas pesquisas para o governador. Mas disputar que é bom não está nos seus planos. Pesa o alto custo de uma campanha eleitoral. Valadares não teria como ou não queria custear a mega estrutura exigida, e, em época de Lava Jato, todo cuidado é pouco com ajuda externa, sobretudo em se tratando de um político sem manchas como ele.

Experiente, o senador e ex-governador também sabe que a situação de Sergipe, tão criticada por ele mesmo, exigirá muito do futuro chefe do Poder Executivo. Por mais disposição para o trabalho, competência e verbas que o próximo governador consiga reunir em torno da sua gestão, os problemas assustam – sobretudo questões ligadas à segurança pública e à previdência. Não pode descartar também a preocupação com o desemprego, a folha do servidor, a saúde…

Assim, Valadares trabalha com a ideia de que, no Senado, já ajudou e teria como ajudar ainda mais Sergipe, sem precisar, contudo, ter a bomba em seu colo. Sobretudo, a depender de quem seja o próximo presidente da República, os anos que tem de Casa lhe favorecem neste papel.

Sem falar que, caso seja reeleito, serão mais oito anos sem o desgaste e os custos de uma eleição majoritária, e não apenas quatro, no caso de desembarcar no governo, em janeiro de 2019. Valadares também não tem mais a idade de Valadares Filho, por exemplo. E se isso não passa pela sua cabeça precisa passar. Ou seja, por questões óbvias, não interessa a Valadares disputar o governo do Estado como reza a especulação alimentada. A disputa direta contra Jackson Barreto parece ser o caminho irreversível. Não seria mais um motivo?

P.S. Creio que o PSB não conta com Valadares Filho. Ele não disputaria duas eleições majoritárias seguidas, arriscando ficar sem mandato, colocando uma reeleição na Câmara Federal na lata do lixo e ainda dispersando a base, que abracaria outros proporcionais.

P.S. 2 O PSB ainda não construiu o terceiro nome para uma disputa majoritária, apesar dos bons quadros que podem chegar lá em futuras eleições, como o deputado Luciano Pimentel.

Modificado em 25/09/2017 09:35

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