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Lula x Bolsonaro o embate (esperado?) entre governos opostos

Por Joedson Telles

Ao recuperar os direitos políticos, mediante a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, o ex-presidente Lula não emerge como o maior adversário do presidente Jair Bolsonaro, nas eleições 2022, pelo simples desejo de petistas e simpatizantes. Tampouco por obra e graça da vontade pessoal do próprio Lula. Mais que isso, em havendo mesmo a disputa, dar-se-á o encontro de governos opostos na prática.

Nada de teoria. Não teremos apenas um jogo de retórica trivial nos pleitos. Haverá, indubitavelmente, a comparação das gestões. Números, ações, resultados… tudo será exposto publicamente. A disputa de projetos testados e conhecidos do brasileiro. A esquerda e a direita apresentarão dados concretos dos seus governos, e apontarão equívocos adversários; na missão de persuadir a fatia indecisa do eleitorado.

Lembremos que, historicamente, o PT sempre contou com a fidelidade de sua militância nas urnas. Em todas as eleições, se atesta facilmente o comprometimento de um grande número de pessoas com os candidatos da legenda, independente de quaisquer fatores. São eleitores que só votam em petistas e ponto final.

Por  outro lado, eleitores que não gostam do PT, do Lula – muitos que, inclusive, fazem questão de não esconder o ódio – se agarraram ao presidente Jair Bolsonaro, e não deixam nada a desejar aos petistas no quesito fidelidade.

Obviamente, estes dois tipos de eleitores são decididos. É praticamente impossível roubar voto um do outro. Muitos são, inclusive, fanáticos e radicais. Brigam no sentido literário da palavra para defender suas ideias. E, se preciso, descem às discussões mais rasteiras sem nenhum constrangimento. Basta vermos as redes sociais.

Com Lula inelegível, até ontem, nem o PT e nem outro partido político havia conseguido apresentar uma liderança para fazer frente ao presidente Bolsonaro com chances reais de derrotá-lo, segundo pesquisas.

Aliás, o próprio Bolsonaro acreditou tanto que enfrentaria alguém sem o mesmo peso político que trabalhou para que a disputa por esta fatia indecisa do eleitorado fosse polarizada entre ele e o candidato petista. Certamente, o presidente não contava com a possibilidade real deste petista ser Luiz Inácio Lula da Silva.

P.S. Óbvio que Lula não anunciou uma pré-candidatura a presidente do Brasil. Óbvio também que a decisão do Fachin não encerra os seus problemas com a Justiça. Mas que a grande possibilidade dele ser candidato emerge como um fantasma a assombrar o presidente Bolsonaro não parece existir a menor dúvida.  

 

Modificado em 09/03/2021 09:22

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