body { -webkit-touch-callout: none; -webkit-user-select: none; -khtml-user-select: none; -moz-user-select: none; -ms-user-select: none; user-select: none; }

Laércio Oliveira e a lição: político tem que ter palavra

Laércio com JB: bom trânsito

Por Joedson Telles

Com a ajuda da memória, divido com o internauta um curto diálogo que tive ontem à tarde com uma pessoa que não conheço, mas cruzou o meu caminho durante o aniversário de Disso Original, um professor de matemática apaixonado pelo Vasco. Coisa de jornalista que vive a política e não desliga a tomada nem em lazer. E quando faz valer a exceção da regra vem um e liga.

– Rapaz, e a eleição de Aracaju? Laércio é um político sério da poxa, disse com cara de quem tinha certeza que falava com um jornalista político.

– Também acho.

– Mas ele vacilou: deveria fazer como o pastor Roberto: ficar com Valadares Filho, disse.

– E você estaria, hoje, dizendo que ele é sério, se desse a palavra a João Alves que iria lhe apoiar e voltasse atrás? Ou se obrigasse o pastor a segui-lo?

– Não é por isso que digo que ele é sério, disse em tom de indagação a pessoa e seguiu seu destino sem oferecer tempo para que eu detalhasse meu juízo.

O faço agora.

Ingênuo, para escrever o mínimo, é o político que não percebe que o eleitor mudou. Infelizmente, é certo que ainda temos as pragas que vendem o voto e nem acompanham o desfecho. Mas percebemos que muitos estão atentos aos passos dados por cada um dos políticos. E fazem o julgamento antes de ir às urnas.

O deputado federal Laércio Oliveira, de fato, teve uma postura séria. Permaneceu com João Alves, mesmo num momento de incertezas. Mesmo quando o próprio João Alves, em silêncio, não dava certeza de nada. Dúvida sempre foi a palavra de ordem. E o tempo passando.  Mas a palavra dada por Laércio foi mais forte.

Coerente, Laércio também não fez valer sua liderança dentro do Partido Solidariedade para sufocar a candidatura do pastor Roberto Moraes, outro homem sério, “obrigando-o” a viver a incerteza de João Alves. O deixou à vontade para escolher o caminho que ele entendesse ser o melhor para tentar a reeleição. E, assim, o pastor orou, ouviu a família e optou por Valadares Filho.

Evidente que um político ditador ou traidor desaprova de pronto a postura de Laércio Oliveira. Em seu lugar, se pautaria na cultura de que a política é suja e assim agiria. Das duas uma: melava os planos do pastor Roberto ou não honraria a palavra dada a João e também partiria para reforçar a candidatura de Valadares Filho.

Aliás, Laércio é do agrupamento do senador Eduardo Amorim, que está com Valadares Filho. Seria uma postura coerente. Pra usar um termo da moda, “andava” para a própria palavra dada a João Alves e para João Alves em si.

Valadares Filho, por sua vez, evidente, o receberia de braços abertos. Não apenas pela densidade eleitoral do segundo deputado federal mais votado nas últimas eleições e pelo acréscimo do tempo de TV, mas, sobretudo, pelo político que é Laércio Oliveira. Aliás, creio que até Edvaldo Nogueira, mesmo liderando o projeto do grupo adversário, vibraria com o apoio de Laércio Oliveira. Leve, Laércio tem bom trânsito e se encaixaria em qualquer projeto. O internauta já testemunhou Laércio agredindo algum adversário político? Nem eu…

Mesmo com as notícias de que João Alves está mal nas pesquisas, que demorou a entrar na disputa temendo perder a eleição, mesmo depois das incertezas geradas pelo próprio João Alves, mesmo depois do desgaste por conta do vazamento de parte de uma gravação onde o vice-prefeito José Carlos Machado põe em xeque a honestidade da gestão João Alves, Laércio Oliveira optou por manter a palavra. Gostaria de ter dito isso à pessoa, mas não tive tempo suficiente. Espero que ela tenha a oportunidade de ler este texto.

Modificado em 07/08/2016 11:18

Universo Político: